Bremen, (em português: Brema, nome que caiu em desuso, usando-se o nome alemão), oficialmente a Cidade Hanseática Livre de Bremen, em alemão “Freie Hansestadt Bremen”, é o menor e menos populoso dos dezasseis estados da Alemanha. O estado de Bremen faz fronteira com os distritos da Baixa Saxónia de Osterholz, Verden, Diepholz, Wesermarsch, Cuxhaven e a cidade de Delmenhorst.
O estado de Bremen consiste em dois enclaves separados. Esses enclaves contêm Bremen, oficialmente a ‘cidade’ (Stadtgemeinde Bremen) que é a capital do estado, e a cidade de Bremerhaven (Stadt Bremerhaven). Ambos estão localizados no Rio Weser. Estes enclaves estão completamente cercados pelo vizinho Estado da Baixa Saxónia (Niedersachsen). As duas cidades são as únicas subdivisões administrativas do estado.
No desenrolar do Sacro Império Romano em 1806, a Cidade Imperial Livre de Bremen (a partir de 1646, após os primeiros privilégios de autonomia de 1186) não foi mediada, mas converteu-se num estado soberano oficialmente intitulado ‘Cidade Livre Hanseática de Bremen’.
A designação hanseática refere-se ao facto da cidade ter pertencido à liga comercial e política denominada por Liga Hanseática (Séc. XII a XVII). A sua moeda era o táler de Bremen (até 1873). Em 1811, o Primeiro Império Francês anexou a cidade-estado. Após a primeira, embora preliminar, derrota de Napoleão Bonaparte, Bremen retomou o seu estatuto de cidade-estado anterior a 1811, em 1813.
O Congresso de Viena, 1814-15, confirmou a independência de Bremen, assim como de Frankfurt, Hamburgo e Lübeck, após a pressão do emissário de Bremen, e mais tarde burgomestre, Johann Smidt. Bremen tornou-se um dos trinta e nove estados soberanos da Confederação Germânica. Em 1827, o estado de Bremen comprou o pedaço de terra do Reino de Hannover, onde o futuro Bremerhaven seria estabelecido.
Bremen passou a fazer parte da Confederação da Alemanha do Norte em 1867 e tornou-se um estado componente autónomo do recém-fundado Império Alemão em 1871 permanecendo na Alemanha nas suas seguintes formas de governo.
No final da Grande Guerra, durante a Revolução Alemã (ou de Novembro), um conselho de trabalhadores e soldados assumiu o poder em Bremen, em 15 de Novembro de 1918, mas o órgão máximo do executivo tornou-se um comité misto de representantes do conselho.
A República Soviética de Bremen, só proclamada em 10 de Janeiro de 1919, foi encerrada em 4 de Fevereiro do mesmo ano numa intervenção militar ordenada pelo Conselho de Representantes do Povo do Reich.
Quando o NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) assumiu o poder na Cidade Livre Hanseática de Bremen em 6 de Março de 1933, um dia após as eleições do Reichstag, a fase do Nacional-Socialismo em Bremen começou. O período de doze anos foi marcado pela opressão e perseguição de democratas e minorias. Vários campos de trabalho foram criados nos quais, prisioneiros de guerra e oponentes do regime, tiveram que fazer trabalhos forçados nas condições mais difíceis, e milhares perderam a vida no processo. Como nos restantes estados alemães, a Cidade Livre Hanseática de Bremen perdeu os seus direitos soberanos através da lei sobre a reconstrução do Reich de 30 de Janeiro de 1934.
Como Cidade Hanseática de Bremen, o estado passou a fazer parte do “Gau Weser-Ems”, uma divisão administrativa da Alemanha Nazi, de 1933 a 1945.
Com o quarto decreto sobre a reconstrução do Reich, de 28 de Setembro de 1939, a Cidade Hanseática de Bremen teve que ceder o município de Bremerhaven, com excepção dos portos locais, à província prussiana de Hannover. Bremerhaven passou a fazer parte de Wesermünde. Em troca, a Cidade Hanseática de Bremen recebeu grande parte do distrito de Blumenthal. Para além deste, ainda recebeu Hemelingen, Arbergen e Mahndorf.
Durante a Segunda Guerra Mundial Bremen sofreu uma grande destruição, cerca de 173 ataques aéreos, e Wesermünde, com cerca de 52 ataques. Em Bremen, 59% da estrutura urbana foi destruída. Em Wesermünde a proporção era de 56%, com Alt-Bremerhaven a ficar completamente destruído. Em Bremen, cerca de 4.000 pessoas foram mortas como resultado da guerra aérea, e mais de 1.100 pessoas em Wesermünde.
Em 10 de Abril de 1945, a batalha por Bremen finalmente começou com o fogo da artilharia britânica. A ofensiva final britânica levou à rendição do último comandante militar alemão na noite de 26 para 27 de Abril. Pouco depois, em 8 de Maio, as “Wehrmacht” (forças armadas) renderam-se incondicionalmente, encerrando a Segunda Guerra Mundial na Europa.
A fim de garantir o fornecimento dos suprimentos às tropas americanas como, Bremen e Bremerhaven, como portos de embarque, localizados na zona de ocupação britânica, tornaram-se um enclave dos Estados Unidos. Tanto a cidade hanseática de Bremen quanto a cidade de Wesermünde, a partir da passagem do ano 1945/46, pertenciam à zona de ocupação americana, ficando cercadas pela zona britânica de ocupação.
Em 1949, a cidade-estado juntou-se à, então, República Federal da Alemanha (RFA).
Desde a fundação da República Federal da Alemanha tem sido uma constante na política do Bremen manter a sua independência como cidade-estado. Em termos de política económica, a reestruturação é controlada desde os anos 1970. Com o declínio da indústria naval e da importância dos portos de Bremen foi necessário encontrar novos pilares económicos, destacando-se a economia e a ciência, com especial relevo na tecnologia aeroespacial e na área da logística.
Devido ao tratado de 5 de Maio de 2009, entre os estados de Bremen e da Baixa Saxónia, acerca de Luneplate, uma ilha desabitada no Rio Weser, a partir de 01 de Janeiro de 2010, a área do estado de Bremen cresceu de 14,95 km2 para 419,23 km2.
ESTÁTUA DE ROLANDO EM BREMEN
Bremer Roland, (em português: Estátua de Rolando), da cidade de Bremen é uma estátua localizada na Praça do Mercado (Marktplatz), na Alemanha. Em 2004, foi nomeada, juntamente com o edifício da Câmara, Património Mundial da UNESCO.
A estátua mede 5,47 metros de altura e encontra-se sobre um pedestal de 60 centímetros. A parte de trás da estátua repousa sobre uma coluna de suporte encimada por um dossel. Com a coluna e o pedestal o monumento atinge uma altura total de 10,21 metros. A estátua é feita de calcário e a coluna de arenito. Rolando empunha a espada ‘Durandarte’, símbolo da justiça.
Existem estátuas de Rolando em várias cidades do Sacro Império Romano-Germânico como símbolos dos direitos das cidades.
Rolando
Rolando, também referido como Roldão (Roland em francês e alemão) é um personagem da literatura medieval e renascentista europeia inspirado num obscuro conde que viveu no século VIII, na época da dinastia carolíngia.
Segundo a lenda, Rolando foi sobrinho e paladino do imperador franco Carlos Magno e morreu heroicamente a lutar contra os mouros da Península Ibérica. Tradicionalmente é associado à sua espada ‘Durindana’ (Durandal) e o seu cavalo ‘Vigilante’ (Veillantif).
As histórias sobre Rolando e outros personagens da corte de Carlos Magno são colectivamente referidos como Matéria de França (também conhecida como Ciclo Carolíngio, é um corpo de história lendária que surge nas canções de gesta da literatura medieval, escrita em Francês antigo, versando sobre as aventuras de Carlos Magno e Os Doze Pares da França) e foram objecto de inúmeras obras literárias.
A obra mais antiga sobre Rolando é o poema épico “A Canção de Rolando” (La chanson de Roland), datado do século XII. A tradição chega até aos épicos renascentistas italianos “Orlando apaixonado” (Orlando innamorato) de Matteo Maria Boiardo e “Orlando furioso” de Ludovico Ariosto.