Reichsadler, (em português: Águia Imperial), é uma águia heráldica que deriva da bandeira da águia romana, usada pelos imperadores do Sacro Império Romano e nos modernos brasões de armas da Alemanha, incluindo os da Confederação Germânica, o Segundo Império Alemão, a República de Weimar e o Terceiro Reich.
Antes do Império Alemão, essa águia tinha duas cabeças. Durante o Terceiro Reich, a águia alemã foi combinada com uma cruz suástica de estilo nacional-socialista. Antes de ser usada como símbolo da Alemanha nazi, a águia foi usada pela República de Weimar como uma insígnia nacional. Hoje, a Reichsadler ainda faz parte do brasão de armas da Alemanha, rebaptizada de “Bundesadler” (Águia Federal).
Sacro Império Romano
A Águia Imperial remonta à bandeira do Sacro Império Romano, quando a águia era a insígnia do poder desse império em oposição aos restantes estados imperiais. Era para incorporar a referência à tradição romana, semelhante à águia de duas cabeças usada pelos imperadores do Império Bizantino ou pelos czares da Rússia.
Os imperadores Otoniano e Saliano foram representados com o “ceptro de águia” romano, e Frederico II representou a águia imperial nas suas moedas. No entanto, antes de meados do séc. XIII, a águia era um símbolo imperial por si só, ainda não usado como uma carga heráldica representada como parte de um brasão.
Sigismund von Luxemburg usava uma águia negra de duas cabeças depois de ser coroado imperador em 1433. A partir dessa época, a Águia Imperial de uma só cabeça representou o título de Rei dos Romanos e as duas cabeças o título de Imperador. Durante o século seguinte, Albert II da Alemanha foi o último “rei eleito da Alemanha” que não chegou a ser coroado imperador. Após a Reforma Alemã, começando com Ferdinand I (1556-1564), os imperadores nunca mais foram coroados pelo Papa.
A Ordem dos Cavaleiros Teutónicos sob Hermann von Salza teve o privilégio de exibir a águia imperial no seu brasão, concedido pelo imperador Frederico II. A águia preta foi adoptada mais tarde, quando o Estado Teutónico passou a Ducado da Prússia em 1525. Uma versão modificada foi utilizada no brasão de Prússia Real (1466-1772).
Fim do Sacro Império Romano
Em 1804, o Sacro Imperador Romano Francisco II estabeleceu o Império Austríaco das terras da Monarquia de Habsburgo e aprovou a águia de duas cabeças, ampliado num escudo ou brasão da Casa de Habsburgo-Lorena e a Ordem do Tosão de Ouro, como seu brasão de armas.
O Sacro Império Romano foi dissolvido mais tarde em 1806. Desde 1919, o brasão austríaco tem representado uma águia de uma cabeça.
Embora não seja um símbolo nacional no sentido moderno, a Águia Imperial “Reichsadler” evocou sentimentos de lealdade ao império.
Confederação Germânica, República de Weimar e Império Alemão
Após as revoluções de 1848 nos estados alemães, a Águia Imperial “Reichsadler” foi restaurada como um símbolo de unidade nacional: tornou-se o brasão de armas do efémero Império Alemão (1848-1849) e, posteriormente, da Confederação Germânica, desde a sua restauração em 1850 até à sua dissolução em 1866.
Foi, mais uma vez, restaurada em 1871, quando uma águia de uma só cabeça prussiana passou a ser a insígnia do Império Alemão.
A única cabeça servia para representar a chamada “Kleindeutschland”, ou seja, excluía a Áustria. Após a Grande Guerra (1914-1918), a República de Weimar sob o presidente Friedrich Ebert assumiu uma versão simples da Águia Imperial “Reichsadler”, que foi usada até 1935.
Terceiro Reich
Durante o domínio nazi, uma águia estilizada combinada com a suástica nazi foi transformada no emblema nacional (Hoheitszeichen) por ordem de Adolf Hitler, em 1935.
Apesar da sua origem medieval, o termo Águia Imperial “Reichsadler”, no entendimento comum, está associado principalmente a esta era do Nazismo.
O Partido Nazi (NSDAP) usou um símbolo muito semelhante chamado “Parteiadler” (águia do Partido, cuja cabeça se encontra virada para a esquerda).
Após a Segunda Guerra Mundial
Após a Segunda Guerra Mundial, a República Federal da Alemanha reimplementou a águia usada pela República de Weimar por meio da promulgação do Presidente Theodor Heuss, em 1950.