Armistício de Compiègne (Dia do Armistício) (11 de Novembro de 1918)

Armistício de Compiègne (Dia do Armistício) (11 de Novembro de 1918)

 

Armistício de Compiègne (Junto ao vagão, após a assinatura do armistício: em primeiro plano, o Marechal Ferdinand Foch, ladeado pelos Almirantes britânicos Hope e Rosslyn Wemyss. Maxime Weygand é o segundo a contar da esquerda)

O Dia do Armistício é uma comemoração do fim da Grande Guerra (ou Primeira Guerra Mundial), que ocorreu em 11 de Novembro de 1918. A data comemora o Armistício de Compiègne, assinado entre os Aliados e o Império Alemão em Compiègne, na França, pelo fim das hostilidades na frente Ocidental, o qual teve efeito às 11 horas da manhã – a “undécima hora do undécimo dia do undécimo mês”.

Apesar desta data oficial ter marcado o fim da guerra, reflectindo no cessar-fogo na Frente Ocidental, as hostilidades continuaram noutras regiões, especialmente entre o Império Russo e partes do antigo Império Otomano.

 
Armistício de Compiègne

O Armistício de 11 de Novembro de 1918 foi assinado em Le Francport, perto de Compiègne, na intenção de parar os combates em terra, mar e ar na Grande Guerra, entre os Aliados e o seu último oponente, a Alemanha.

Estiveram presentes na assinatura o Comandante das Forças aliadas da Frente Oeste, General Ferdinand Foch , o Chefe de Gabinete de Foch, Maxime Weygand, e os representantes britânicos Sir Rosslyn Wemyss e o Almirante Sir George Hope, entre outros oficiais de menor relevância. A representar os alemães estava uma comitiva liderada pelo político Matthias Erzberger.

Armistícios anteriores já tinham sido acordados com a Bulgária, o Império Otomano e o Império Austro-Húngaro.

Foi concluído após o governo alemão ter enviado uma mensagem ao presidente americano Woodrow Wilson, com o intuito de negociar os termos, baseados num discurso recente deste onde declarava as exigência da capitulação alemã. O discurso conhecido por “Catorze pontos”, tornou-se mais tarde a base da rendição alemã na Conferência de Paz de Paris, que ocorreu no ano seguinte.

Também conhecido como Armistício de Compiègne, pelo lugar onde foi oficialmente assinado pelo Comandante Supremo Aliado, o Marechal Francês Ferdinand Foch, em 11 de Novembro de 1918, marcou a vitória para os Aliados e a derrota para a Alemanha, embora ainda não se tratasse formalmente de uma rendição.

Os termos reais, que foram em grande parte redigidos por Foch, incluíam a cessação das hostilidades na Frente Ocidental, a retirada das forças alemãs do Oeste do Reno, a ocupação aliada da Renânia e cabeças-de-ponte mais a Leste, a preservação de infraestruturas, a rendição de aeronaves, navios de guerra e material militar, a libertação de prisioneiros de guerra aliados e civis internados, eventuais reparações de guerra, nenhuma libertação de prisioneiros alemães e nenhum relaxamento do bloqueio naval da Alemanha.

O prazo para o armistício foi adiado três vezes enquanto as negociações, sobre um tratado de paz, continuavam.

O Tratado de Versalhes, que foi oficialmente assinado em 28 de Junho de 1919, entrou em vigor em 10 de Janeiro de 1920. Os combates continuaram até às 11 horas da manhã de 11 de Novembro de 1918, com 2.738 homens a morrer em combate no último dia da guerra.

 
A situação

A situação militar das Potências Centrais vinha-se deteriorando rapidamente desde a Batalha de Amiens no início de Agosto de 1918, que precipitou uma retirada alemã para a Linha Hindenburg e a perda dos ganhos da ofensiva da Primavera alemã.

O avanço dos Aliados, mais tarde conhecido como Ofensiva dos Cem Dias, tinha entrado numa nova fase a 28 de Setembro, quando um ataque maciço dos Estados Unidos e da França abriu a ofensiva de Mosa-Argonne, enquanto a Norte os britânicos estavam prontos para atacar St Quentin Canal, ameaçando um movimento de pinça gigante.

Enquanto isso, o Império Otomano estava à beira da exaustão, o Império Austro-Húngaro estava num caos e, na frente da Macedónia, a resistência do Exército Búlgaro entrou em colapso, levando ao Armistício de Salónica em 29 de Setembro.

Na Alemanha, a escassez crónica de alimentos causada pelo bloqueio dos Aliados estava a levar cada vez mais ao descontentamento e à desordem. Embora a moral na linha de frente alemã fosse razoável, as baixas no campo de batalha, as rações de fome e a gripe espanhola causaram uma falta desesperada de mão-de-obra, e os recrutas que estavam disponíveis estavam cansados da guerra e insatisfeitos.

A revolta dos marinheiros, que ocorreu durante a noite de 29 para 30 de Outubro de 1918 no porto naval de Wilhelmshaven, dando origem à denominada Revolução Alemã ou de Novembro, espalhou-se por todo o país em poucos dias e levou à proclamação de uma república em 9 de Novembro e ao anúncio da abdicação de Guilherme II.

 
O decorrer das negociações

Houve muito poucas negociações.

Os alemães conseguiram alterar algumas exigências de importância reduzida, prorrogaram ligeiramente o cronograma para a retirada e conseguiram registar um protesto formal contra a severidade dos termos dos Aliados. No entanto não estavam em posição de recusar a assinatura.

No Domingo, 10 de Novembro de 1918, os alemães viram, através dos jornais de Paris, que o Imperador Alemão (Kaiser) tinha abdicado. Naquele mesmo dia, Friedrich Ebert (recém nomeado Chanceler alemão) instruiu Erzberger a assinar.

O gabinete tinha recebido anteriormente uma mensagem de Paul von Hindenburg, chefe do Alto Comando Alemão, solicitando que o armistício fosse assinado mesmo que as condições dos Aliados não pudessem ser melhoradas.

O Armistício foi acordado às 5h00 do dia 11 de Novembro de 1918, para entrar em vigor às 11h00, hora de Paris, razão pela qual a ocasião é, às vezes, referida como “a décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês”. As assinaturas foram feitas entre as 5h12 e as 5h20, horário de Paris.

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