Salzburg, (que significa “Fortaleza de Sal”, em português: Salzburgo), é uma cidade da Áustria localizada nas margens do Rio Salzach, na região Centro-Oeste do país, próximo da fronteira com o estado alemão da Baviera. É a capital do estado homónimo e conta com 146.631 habitantes (2014), sendo a quarta maior cidade da Áustria, após Viena, Graz e Linz. Salzburgo é uma cidade estatutária (Statutarstadt), ou seja, possui estatuto de distrito e estende-se num território com cerca de 66 km². O centro histórico de Salzburgo é Património Mundial da UNESCO desde 1996.
Vestígios de povoamentos humanos encontrados na área datam do período Neolítico. Aparentemente, os primeiros povoamentoss em Salzburgo foram iniciados pelos celtas.
Por volta do ano 15 a.C., os povoamentos dispersos foram unidos numa cidade pelo Império Romano. Nesta época a cidade era chamada Juvavo (em latim: Juvavum) e recebeu o estatuto de município em 45 d.C.. Juvavo desenvolveu-se e tornou-se uma importante cidade da província romana de Nórica. Após o colapso da fronteira nórica, Juvavo declinou tão acentuadamente que no final do século VII se tinha transformado numa “quase ruína”.
O renascimento da cidade é atribuída a São Ruperto, santo do século VIII, quando Teodão da Baviera pediu a Ruperto para ser bispo. Por volta de 700, Ruperto explorou o rio para escolher um local para edificar a sua basílica. Escolheu Juvavo, ordenou padres e anexou o senhorio de Piding, um município da Alemanha, no distrito de Berchtesgadener Land, na região administrativa de Oberbayern, no estado de Baviera. Ruperto renomeou a cidade de “Salzburgo” tartou de a evangelizar.
O nome Salzburgo significa “castelo de sal” (em latim: Salisburgium). O nome deriva das barcaças que transportavam sal no Rio Salzach.
A Fortaleza de Hohensalzburg foi construída em 1077 e expandida durante os séculos seguintes.
A independência da Baviera foi assegurada no final do século XIV. Salzburgo foi a sede do Arcebispado de Salzburgo, um príncipe-bispado do Sacro Império Romano.
Em 31 de Outubro de 1731, no 214º aniversário da afixação por Martinho Lutero das suas 95 teses na porta da Escola Wittenberg, o arcebispo Leopold Anton von Firmian assinou um Edito de Expulsão, o “Emigrationspatent”, aconselhando todos os protestantes a renunciar às suas crenças não-católicas, caso contrário seriam banidos da cidade. Os primeiros refugiados marcharam para o Norte em temperaturas terrivelmente frias e tempestades de neve, procurando abrigo nas poucas cidades da Alemanha controladas por príncipes protestantes. A notícia da situação dos refugiados era propagada rapidamente à medida que suas colunas marchavam para o Norte. Johann von Goethe escreveu o poema “Hermann e Dorotéia”, que, embora retratasse rupturas causadas na sequência da Revolução Francesa, foi motivado pela história da marcha dos refugiados de Salzburgo.
Finalmente, em 1732, o rei Frederico Guilherme I da Prússia aceitou 12.000 emigrantes protestantes de Salzburgo, que se instalaram em áreas do Leste da Prússia que tinham sido devastadas pela peste negra vinte anos antes. Outros grupos menores seguiram para Debrecen e para regiões de Banat no Reino da Hungria, onde actualmente se encontram a Eslováquia e a Sérvia. O Reino da Hungria recrutou alemães para repovoar áreas ao longo do Rio Danúbio dizimadas pela peste e pela invasão otomana. Os habitantes de Salzburgo também migraram para áreas protestantes perto de Berlim e Hanover, na Alemanha, e para os Países Baixos.
Em 12 de Março de 1734, um pequeno grupo de, aproximadamente, sessenta refugiados de Salzburgo, que tinham viajado primeiro para Londres, chegaram à colónia britânica da Geórgia, na América do Norte, em busca de liberdade religiosa. Mais tarde naquele ano, juntaram-se a um segundo grupo, e, em 1741, um total de cento e cinquenta refugiados de Salzburgo fundaram a cidade de Ebenezer, nas margens do Rio Savannah.
Os refugiados protestantes de Salzburgo na Lituânia Prussiana mantiveram uma identidade alemã étnica distinta ao longo dos séculos seguintes, conservando a sua língua em escolas e igrejas. Os seus descendentes foram expulsos após a Segunda Guerra Mundial. Os refugiados de etnia alemã seguiram para a Europa Ocidental, os Estados Unidos e outras nações ocidentais. Aqueles que se estabeleceram na antiga Alemanha Ocidental fundaram uma associação comunitária para preservar a sua identidade histórica como habitantes de Salzburgo.
Em 1803, o arcebispado foi secularizado pelo Imperador Napoleão Bonaparte e entregue a Fernando III da Toscânia, ex-grão-duque da Toscânia, como o Eleitorado de Salzburgo. Em 1805, Salzburgo foi anexada ao Império Austríaco juntamente com a cidade de Berchtesgaden. Em 1809, o território de Salzburgo foi transferido para o Reino da Baviera após a derrota da Áustria na Batalha de Wagram. No Congresso de Viena, em 1815, Salzburgo voltou definitivamente para a Áustria, mas sem Rupertigau e Berchtesgaden, que passaram para a Baviera. Salzburgo foi integrada na província de Salzach e Salzburgerland passou a ser governada a partir de Linz. Em 1850, o estatuto de Salzburgo foi novamente restaurado como a capital do Ducado de Salzburgo, pertencente ao Império Austríaco. A cidade tornou-se parte da Áustria-Hungria em 1866, como capital de um território dentro do Império Austríaco.
Na Grande Guerra Salzburgo, como capital de um território austro-húngaro, foi derrotada em 1918.
Durante a Anschluss (anexação) da Áustria, Salzburgo foi anexada ao Terceiro Reich alemão em 12 de Março de 1938, um dia antes de um referendo programado sobre a independência da Áustria. Tropas alemãs foram deslocadas para a cidade. Opositores políticos, cidadãos judeus e outras minorias foram posteriormente presas e deportadas. A sinagoga foi destruída e vários campos para prisioneiros de guerra da União Soviética e outras nações foram organizados na região.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o campo de concentração “KZ Salzburg-Maxglan” estava localizado na cidade. Era um campo de ciganos que fornecia trabalho escravo para a indústria local.
Bombardeamentos aliados destruíram 7.600 residências e mataram 550 habitantes. Embora as pontes da cidade e a cúpula da catedral tenham sido destruídas, grande parte da sua arquitectura barroca permaneceu intacta. Como resultado, Salzburgo é um dos poucos exemplos de cidade neste estilo. As tropas americanas entraram em Salzburgo em 5 de Maio de 1945.
Após a Segunda Guerra Mundial, Salzburgo tornou-se a capital do estado de Salzburgo (Land Salzburgo).
A cidade é conhecida por ser a cidade natal do compositor Wolfang Amadeus Mozart. Em 27 de Janeiro de 2006, data do seu 250º aniversário, todas as 35 igrejas de Salzburgo tocaram os seus sinos um pouco após as 20 horas (hora local) para celebrar a ocasião. Grandes celebrações ocorreram durante todo o ano.
CASTELO DE HOHENSALZBURG
Festung Hohensalzburg, (em português: Castelo de Hohensalzburg), literalmente “O Alto Castelo de Salzburgo”, é uma fortaleza situada na cidade Austríaca de Salzburgo, no topo da Montanha Festungsberg. Mandada erguer pelo Príncipe-Arcebispo de Salzburgo, hoje com um comprimento de 250 metros (820 pés) e uma largura de 150 metros (490 pés), é um dos maiores castelos medievais da Europa.
A sua construção iniciou-se em 1077 a mando do Arcebispo Gebhard von Helfenstein., O castelo foi gradualmente ampliado nos séculos seguintes. As paredes circulares e as torres foram construídas em 1462 pelo Príncipe-Arcebispo Burkhard II de Weißpriach.
O Príncipe-Arcebispo Leonhard von Keutschach durante o seu mandato, entre 1495 e 1519, expandiu ainda mais o castelo. O seu coadjuvante Matthew Lang de Wellenburg, que mais tarde viria a suceder a Leonard, em 1515, registou a descrição do Reisszug, um precoce e muito primitivo funicular que permitia o acesso de mercadorias ao pátio superior do castelo. A linha ainda existe, embora renovada, e é provavelmente a mais antiga linha ferroviária operacional no mundo.
A única vez em que a fortaleza realmente ficou cercada foi durante a Guerra dos Camponeses em 1525, quando um grupo de mineiros, proprietários rurais e moradores da cidade tentaram derrubar o Príncipe-Arcebispo Matthäus Lang, embora não tivessem conseguido tomar o castelo. Em 1612 o deposto Arcebispo Wolf Dietrich von Raitenau morreu na prisão do castelo.
Durante a Guerra dos Trinta Anos, o Conde Arcebispo Paris de Lodron reforçou as defesas da cidade, incluindo as do Castelo de Hohensalzburg. No século XIX foi usado como quartel, armazém e calabouço antes de ser abandonado como posto militar em 1861.
“Hohensalzburg” foi remodelado a partir do final do século XIX e passou a ser uma grande atracção turística, com o novo teleférico “Festungsbahn”, inaugurado em 1892, o qual fazia a ligação entre a cidade e o castelo. Ergue-se, hoje, como um dos castelos mais bem preservados da Europa.
No início do século XX foi usado como prisão, mantendo prisioneiros de guerra Italianos durante a Grande Guerra (1914-1918) e activistas nazis (antes do “Anschluss”, Anexação da Áustria, pela Alemanha) em 1930.
O INTERIOR DO CASTELO
O Castelo possui várias alas e um pátio. Os mais relevantes são os aposentos do Príncipe-Bispo, localizados no chamado “Hoher Stock”, o “Salzburg Bull”, a Capela do Arcebispo Leonhard von Keutschach (1495-1519), o Salão Dourado (construído a partir de 1498), o Compartimento Dourado e os Dormitórios.