Eisenach é uma cidade no distrito de Wartburg na Turíngia Ocidental e é o sexto maior município da Turíngia. É uma das chamadas cidades Luteranas. Foi uma cidade sem distrito desde 1998 até 30 de Junho de 2021 e é agora a primeira grande cidade distrital da Turíngia. É também o centro da Turíngia Ocidental e das áreas vizinhas do Nordeste de Hessen. Eisenach está localizada no Rio Hörsel, na margem Norte da Floresta da Turíngia.
Eisenach é conhecida pelo Castelo de Wartburg, que é Património Mundial da UNESCO, e foi a sede dos Landgraves da Turíngia na Idade Média. Foi nesta cidade que Martinho Lutero traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão no Outono de 1521. Em 1817, realizou-se ali o Festival de Wartburg, um dos eventos mais importantes do Vormärz.
A história de Eisenach está ligada ao Castelo de Wartburg, que foi construído no ano de 1067. Eisenach, enquanto cidade, foi mencionada pela primeira vez no ano de 1180.
Após a Guerra da Sucessão Turingiana (1247-1264), Eisenach ficou sob o domínio da dinastia Wettin de Meissen. Após o estabelecimento de diversos micro-estados onde hoje é a Turíngia, Eisenach tornou-se um principado independente em 1521.
Em 1685, o compositor Johann Sebastian Bach nasceu em Eisenach.
No ano de 1751, Eisenach perdeu a independência e passou a fazer parte do Ducado da Saxónia-Weimar.
Eisenach foi também o lugar onde Martinho Lutero viveu a sua infância, embora não tenha nascido na cidade. Lutero também viveu na cidade recebendo a protecção de Frederico, o Sábio, após ser perseguido por causa do seu ponto de vista religioso. Foi durante a sua estadia no Castelo de Wartburg que ele traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão.
Na segunda metade do século XIX, a industrialização começou em Eisenach. Em 1896, por exemplo, foi fundado o “Fahrzeugfabrik Eisenach”, que a partir de 1928 pertenceu à BMW e mais tarde deu origem ao “Automobilwerk Eisenach”. A tradição de fabrico de automóveis foi continuada depois de 1990 pela Adam Opel AG. Actualmente, as fábricas da indústria automóvel como a Opel e a Bosch empregam mais de 4.000 pessoas, fazendo de Eisenach um centro industrial da Turíngia.
Desde Fevereiro de 2017, Eisenach é uma cidade universitária e, não oficialmente, a cidade tem o apelido de Wartburgstadt (Cidade de Wartburg).
CASTELO DE WARTBURG
Wartburg é um castelo da Turíngia (Alemanha), situado numa colina sobre Eisenach, no extremo Noroeste das florestas daquele estado alemão, onde se ergue a 411 metros acima do nível médio do mar. Fundado por volta de 1067 por Ludwig ‘der Springer’, está classificado, desde 1999, como Património da Humanidade como “Monumento Excepcional do Período Feudal na Europa Central”, estando ainda ligado a “Valores Culturais de Importância Universal”.
Actualmente, Wartburg conserva, em grande medida, o aspecto adquirido no século XIX, incluindo as partes reconstruídas. A aparência do castelo e do seu parque paisagístico regressou à época de Carl Alexander, Grão-duque de Sachsen-Weimar-Eisenach (1818-1901).
O Castelo de Wartburg está ligado à História da Alemanha e ao desenvolvimento do Cristianismo como nenhum outro castelo do país. Entre 1211 e 1227 viveu no castelo Isabel da Turíngia, mais tarde conhecida como Santa Isabel da Hungria.
Entre 1521 e 1522 foi a vez do reformador Martinho Lutero, disfarçado de cavaleiro “Junker Jörg”, se esconder aqui cerca de dez meses. Durante esse período, traduziu o Novo Testamento para alemão em apenas 11 semanas, tornando-o acessível às pessoas. Essa tradução, embora intensamente académica, foi revolucionária por estimular a educação Universal: todos precisavam ser alfabetizados a fim de ler a palavra de Deus, privando a elite da classe clerical de ter o controlo exclusivo da teologia. Johann von Goethe (Poeta) esteve no castelo várias vezes, a primeira das quais em 1777.
O castelo tem sido renovado ao longo da sua existência, com muitas construções mais antigas a servirem de base a outras mais recentes. Entre 1952 e 1966, por exemplo, o Governo da Alemanha de Leste procedeu a restauros que devolveram à estrutura o aspecto que tinha no século XVI, incluindo o Quarto de Lutero com o seu pavimento e paredes apaineladas ainda originais.
O palácio românico (o Palas ou Landgrafenhaus) é o mais antigo e arquitectonicamente o mais impressionante dos edifícios. Além da capela, contém o Sängersaal (Salão dos Menestréis), o qual serviu a Wagner como cenário para o segundo acto do Tannhäuser, e o Festsaal (Salão de Festas), contendo ambos refinados afrescos pintados por Moritz von Schwind, subordinados ao tema dos menestréis, no Sängersaal, e dedicados ao triunfo do Cristianismo, no Festsaal.
Parte do palácio corresponde ao aspecto do castelo original de 1157 e 1170, como uma imagem do poder e residência dos landegraves turíngios. O portão por trás da ponte levadiça é o único acesso ao castelo, tendo permanecido inalterado ao longo dos séculos. A Ritterhaus (Casa dos Cavaleiros), no lado Oeste da ponte levadiça data do século XV. Serviu provavelmente como galeria de alojamentos para os criados e guardas.
Destacam-se no Castelo de Wartburg:
- Duas torres, a “Südturm” (Torre Sul), a única torre preservada do castelo medieval, erguida em 1318 e com funções de torre de menagem, e a Torre de Menagem (concluída em 1859, incorporando parcialmente as fundações da sua predecessora medieval. Esta última ostenta uma cruz latina de quatro metros no seu topo.
- A “Vogtei” (casa da gestão comunitária), na qual fica situado o Quarto de Lutero, e na qual foi montada uma janela saliente quatrocentista em 1872.
- Dois passeios cobertos, a “Margaretengang” (caminho de Margarida” e a “Elisabethgang” (caminho de Isabel), ambas fazendo parte do anel de defesa do século XV, com as suas traves projectadas, sendo suportadas por consolas de madeira.
- A “Kemenate” ou (Quemenato), que é o único espaço que mantém o piso histórico preservado e as pinturas decorativas da década de 1860, bem como o mobiliário da época. O quarto do Príncipe faz parte da exposição permanente desde 2008. Ainda hoje, o seu encanto medieval desperta fascínio e entusiasmo entre os visitantes. A sala inspira a imaginação e permite que o espectador mergulhe numa era passada.
No entanto, deve ser ainda mencionado a “Rüstkammer” (o arsenal) de Wartburg, o qual continha anteriormente uma magnífica colecção com cerca de 800 peças, a quais iam desde a esplêndida armadura do Rei Henrique II de França até elementos de Frederico, o Sábio, do Papa Júlio II e de Bernhard von Sachsen-Weimar. Todos estes objectos foram tomados com a ocupação do exército soviético em 1946, tendo desaparecido na União Soviética. Porém, foram encontrados dois elmos, duas espadas, uma armadura de príncipe e outra de rapaz, num depósito temporário da época, tendo algumas peças sido devolvidas pela União Soviética na década de 1960. Tem sido pedida ajuda ao novo governo russo para localizar o tesouro desaparecido.
O Castelo de Wartburg encontra-se aberto ao público, o qual também dispõe de um serviço gastronómico, sendo uma atracção especialmente popular entre os visitantes mais jovens. O hotel sediado no castelo também aloja um gabinete do registo civil de Eisenach, sendo possível casar na “Jägerzimmer” (Sala do Caçador).