Cerco de Metz (20-08 a 28-10-1870)

Cerco de Metz (20-08 a 28-10-1870)

 

Cerco de Metz

O Cerco de Metz foi um bloqueio militar que ocorreu de 20 de Agosto a 28 de Outubro de 1870, durante a Guerra Franco-Prussiana, e contribuiu para a derrota final da França.

Depois de ter sido derrotado na Batalha de Saint-Privat, a 18 de Agosto de 1870, o Marechal Bazaine recuou em direção a Metz, onde esperava encontrar um apoio defensivo significativo.

As fortificações de Metz tinham sido melhoradas e quatro novos fortes exteriores, reforçados por redutos de terra, formaram um segundo cinturão fortificado que parecia intransponível.

As tropas do Marechal Bazaine foram cercadas pelo 2º Exército prussiano, então comandado pelo príncipe Friedrich Karl von Preußen, sobrinho do rei Guilherme I.

Os franceses tentaram romper o cerco pela primeira vez em Noisseville (31 de Agosto), depois uma segunda vez em Bellevue (7 de Outubro), mas foram repelidos nas duas vezes.

O 2º Exército francês comandada pelo Marechal Mac-Mahon, deixou a sua posição a 23 de Agosto de 1870, para tentar reforçar o Exército de Bazaine, mas dois Exércitos alemães impediram-no a 1 de Setembro de 1870, nas Ardenas, durante a Batalha de Sedan, onde foi obrigado a capitular no dia 2, e onde Napoleão III foi feito prisioneiro.

Para escapar à crescente pressão da população de Metz, Bazaine estabeleceu-se em Ban-Saint-Martin. Em Outubro, nada menos de 15.000 doentes ou feridos foram amontoados nos hospitais ou quartéis improvisados da cidade. A comida e a água foram severamente racionadas durante o cerco e as pessoas comiam cavalos e até ratos para evitar a fome. A eficácia do bloqueio alemão começava a dar frutos.

A falta de alimentos estava a ter um sério impacto no moral dos resistentes. Mas foi a capitulação do Exército do Marechal MacMahon na Batalha de Sedan e a queda do Império que soaram o toque de finados para as esperanças de Metz. No final de Outubro de 1870, o moral estava no nível mais baixo e a população começou a suspeitar que Bazaine tinha negociado em segredo com o inimigo.

Foi no Castelo de Frescaty, na comuna de Moulins-lès-Metz, que foi assinada a capitulação de Metz a 27 de Outubro de 1870 entre o General Jarras, Chefe do Estado-Maior, e o Chefe do Estado-Maior prussiano.

Sitiado na fortaleza de Metz, privado de reforços, François Achille Bazaine optou pela rendição a 28 de Outubro, entregando ao inimigo cerca de 150.000 prisioneiros e equipamento considerável. A 29 de Outubro de 1870, por volta das 16h00, as tropas alemãs entraram triunfalmente na cidade. O seu líder, o General von Kammern, assumiu o cargo de Governador no Hôtel de la Princerie, e o Conde Guido Henckel von Donnersmarck assumiu as suas funções como Prefeito da Lorena Alemã.

Após a queda de Metz, o Príncipe Friedrich Karl e o II Exército alemão conseguiram chegar ao Vale do Loire com o objetivo de derrotar o 15º Corpo do Exército francês, o Exército do Loire, criado à pressa a partir das tropas retiradas da Argélia e que transportava as últimas esperanças de França.

O país estava à procura dos responsáveis por esta derrota incompreensível. O Marechal Bazaine foi rapidamente acusado de fraqueza perante o inimigo, até mesmo de traição. A atitude ambígua de Bazaine, que acabaria por ser condenado por traição e espionagem com o inimigo, e as notícias desastrosas do resto da França, mantinham, nesta época, um ambiente pesado em Metz, que atingiria o seu auge com a “anexação de facto” que seria legalizada pelo Tratado de Frankfurt em Maio de 1871 ratificando a anexação do território da Alsácia-Lorena pelo futuro Império Alemão.

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O Príncipe Friedrich Karl von Preußen na rendição de Metz (Cerco de Metz)