Guerra Franco-Prussiana (1870/71)

Guerra Franco-Prussiana (1870/71)

 

Guerra Franco-Prussiana, 1870/71

A Guerra Franco-Prussiana, ou Guerra Franco-Germânica, (19 de Julho de 1870 – 10 de Maio de 1871), foi um conflito ocorrido entre o Império Francês e o Reino da Prússia no final do século XIX. Durante o conflito, a Prússia recebeu apoio da Confederação da Alemanha do Norte, da qual fazia parte, e do Grão-Ducado de Baden, do Reino de Württemberg e do Reino da Baviera.

A vitória incontestável dos alemães marcou o último capítulo da unificação alemã sob o comando de Alemanha. Também marcou a queda de Napoleão III e do sistema monárquico na França, com o fim do Segundo Império e sua substituição pela Terceira República Francesa. Ainda, como resultado da guerra, ocorreu a anexação da maior parte do território da Alsácia-Lorena pela Prússia, território que ficou em união com o Império Alemão até o fim da Grande Guerra.

As causas da Guerra Franco-Prussiana estão profundamente enraizadas nos eventos que cercam o equilíbrio de poder entre grandes potências após as Guerras Napoleónicas.

A França e a Prússia foram inimigas durante essas guerras, terminando com a França a ficar no lado derrotado e com Napoleão Bonaparte exilado para Elba.

Após a ascensão de Napoleão III, que ocorreu como resultado de um golpe de Estado na França, e com o final da Guerra da Crimeia, que estabeleceu no Tratado de Paris que o mar Negro russo deveria ser uma zona desmilitarizada, criou-se uma condição favorável para a unificação alemã.

Essa vontade logo se manifestou na Guerra dos Ducados do Elba, ou Guerras do Eslévico (Schleswig) (a Primeira Guerra de Schleswig em 1848-51 e a Segunda Guerra de Schleswig em 1864), contra a Dinamarca e a Guerra Austro-Prussiana (em 1866).

 
Preparativos para a Guerra

O chanceler prussiano Otto von Bismarck e os seus generais estavam interessados em uma guerra contra a França, pois esse país punha empecilhos à integração dos Estados do Sul da Alemanha na formação de um novo país dominado pelo Reino da Prússia – o Império Alemão. Bismarck preparara um poderoso exército e conhecia a situação precária do exército francês. Sabia também que, se fosse atacado pelos franceses, teria o apoio dos estados alemães do Sul e, derrotando a França, já não haveria nenhum obstáculo a seu projecto de unificar a Alemanha.

Bismarck também sabia da superioridade do seu poderio militar sobre o exército francês. Todavia, antes de o conflito começar, Napoleão III, temendo a expansão prussiana, com a possível ascensão de Leopoldo de Hohenzollern ao trono espanhol, protestou e exigiu do rei da Prússia a renúncia do príncipe Leopoldo ao trono espanhol.

Confiante no que os seus conselheiros lhe asseguravam, sobre a capacidade do exército francês em derrotar o exército prussiano, facto que restauraria a sua declinante popularidade, perdida em consequência das muitas derrotas diplomáticas sofridas, Napoleão III, para agradar à opinião pública francesa, exigiu novas garantias de que jamais um membro da família real prussiana jamais ocuparia o trono espanhol.

A recusa de Guilherme I em negociar e dar novas garantias ao embaixador francês, enviado por Napoleão III, foi tida em França como uma ofensa ao orgulho nacional da França e ao povo francês.

Finalmente a França e a Prússia entraram em guerra em 1870.

A 1 de Setembro os franceses tentaram inutilmente romper o cerco a Sedan e, no dia 2, Napoleão III, o Marechal Patrice Mac-Mahon e 83 000 soldados franceses renderam-se aos alemães. Napoleão III foi capturado e, desacreditado aos olhos dos franceses, deixou de ser Imperador.

A resistência francesa prosseguiu sob um novo governo de defesa nacional, que assumiu o poder em Paris em 4 de Setembro, depois de dissolver a Assembleia Nacional, proclamar a deposição do imperador e estabelecer a república. Bismarck recusou-se a assinar a paz e, em 19 de Setembro, começou o cerco a Paris.

A capitulação oficial de Paris ocorreu em 28 de Janeiro de 1871.

 
Final da Guerra e suas consequências

A vitória em Sedan estimulou o nacionalismo no Sul da Alemanha e os estados germânicos ao Sul do rio Meno (Grão-Ducado de Hesse, Grão-Ducado de Baden, Reino da Baviera e Reino de Württemberg) entraram na Confederação Germânica. A esses estados, porém, foram garantidas certas autonomias, como, por exemplo, exército próprio em tempo de paz. Com a integração desses estados ao novo Reich (Segundo Reich), completou-se a última etapa da unificação alemã.

Para Otto von Bismarck, chanceler alemão e obreiro da unificação alemã, O maior triunfo de ocorreu a 18 de Janeiro de 1871, quando Guilherme I da Prússia foi proclamado Imperador da Alemanha em Versalhes, o antigo palácio dos reis da França.

A 10 de Maio de 1871 o governo francês assinou o Tratado de Frankfurt, pondo fim à guerra entre a França e a Prússia. Neste documento ficava estabelecido que, por direito de guerra e pelo facto da população da Alsácia-Lorena ser de maioria germânica, a província francesa da Alsácia e parte da Lorena (incluindo a cidade de Metz) passariam para o domínio do Império Alemão. Devido aos grandes danos causados à Prússia a França foi ainda obrigada a pagar uma indemnização de guerra.

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