Karl Eitel Friedrich Zephyrinus Ludwig von Hohenzollern-Sigmaringen (Karl I), (em português: Carlos I), foi um príncipe alemão da Casa de Hohenzollern-Sigmaringen (ramo católico da Casa de Hohenzollern), regente e rei da Roménia. Karl foi um oficial prussiano até 1866, quando aceitou a coroa da Roménia. Participou da Segunda Guerra de Schleswig, especialmente no assalto às cidadelas de Fredericia e Dybbøl, experiência que lhe seria muito útil mais tarde, na Guerra Russo-Turca.
A Roménia encontrava-se sob influência da cultura francesa e o facto de Carlos ter sido indicado por Napoleão III, bem como o seu parentesco com o governante da Prússia, não foi visto com bons olhos pelos políticos romenos. Ion C. Brătianu foi o encarregado de negociar com Carlos a possibilidade da sua instalação no trono romeno.
Em virtude do conflito entre a Prússia e o Império Austríaco, Carlos viajou incógnito na viagem de comboio entre Düsseldorf e Budapest (sob o nome de Karl Hettingen). De Budapest seguiu de carruagem, pois não havia caminhos-de-ferro na Roménia. Assim que pisou em solo romeno, Carlos foi recebido por Brătianu, que se curvou perante o novo rei e convidou-o a prosseguir viagem na sua carruagem. Em 22 de Maio de 1866, Carlos entrou em Bucareste. Foi recebido por uma multidão ansiosa por conhecer o novo governante.
Imediatamente após a sua chegada, o parlamento adoptou, em 29 de Junho de 1866, a Constituição Romena de 1866, uma das mais avançadas da sua época. Esta Constituição permitiu a modernização e o desenvolvimento do Estado romeno.
Após a proclamação de independência, em 1877, a Roménia tornou-se um reino. A partir de 1878, Carlos recebeu o título de “Alteza Real” (Alteţă Regală). Em 15 de Março de 1881, a Constituição foi alterada para que, entre outras coisas, o chefe de estado fosse denominado Rei, enquanto o presumível herdeiro passaria a ser denominado Príncipe Real. No mesmo ano, Carlos foi coroado rei. A ideia básica de todas as Constituições monárquicas da Roménia era de que o rei reina, mas não governa.
Nos seus últimos anos, com o início da Grande Guerra, o rei desejava entrar no conflito ao lado das Potências Centrais, enquanto a opinião pública romena era claramente favorável à Tríplice Entente. Carlos havia assinado um tratado secreto em 1883, que ligava a Roménia à Tríplice Aliança de 1882 e, embora o acordo mencionasse a participação romena somente em caso de ataque da Rússia Imperial a alguns dos países membros da aliança, o rei estava convencido de que o mais honroso a fazer seria entrar na guerra apoiando o Império Alemão.
Uma reunião de emergência foi realizada com os membros do governo, onde Carlos falou sobre o tratado secreto e compartilhou a sua opinião com os demais. A forte oposição enfrentada por ele é apontada como o principal motivo da sua morte repentina, em 10 de Outubro de 1914.