Konstantin Päts foi um político e o primeiro presidente da Estónia, de 1938 a 1940. É considerado um dos estadistas mais influentes na criação e consolidação da República da Estónia.
Graduado em Direito pela Universidade de Tartu, a mais antiga da Estónia, e com formação jornalística, ingressou na política pelas mãos de Jaan Poska.
Nos primeiros anos lutou por uma maior autonomia da Estónia dentro do Império Russo. Após o fracasso da revolução de 1905, Konstantin foi condenado, mas conseguiu escapar do país e passou quatro anos no exílio. Foi um dos três membros do Comité de Salvação que proclamaram a independência da Estónia, em 1918, e assumiu imediatamente a presidência do governo provisório. Durante a guerra de independência de 1919 assumiu a liderança da república em simultâneo com o Ministério da Defesa, razão pela qual também é considerado um dos fundadores do exército estoniano.
Já na Estónia independente, Päts liderou a Assembleia dos Camponeses, um partido político conservador-agrário. Na sua primeira fase multipartidária, foi líder do governo em cinco ocasiões não consecutivas de 1921 a 1934, sempre sob governos de coligação instáveis.
Depois de aprovar uma reforma constitucional, em 1934, para criar um sistema presidencialista, houve um auto-golpe (uma forma de golpe de Estado que ocorre quando o líder de um país, que chegou ao poder através de meios legais, dissolve ou torna impotente o poder legislativo nacional e assume poderes extraordinários não concedidos em circunstâncias normais), com o apoio do exército para neutralizar o movimento populista Vaps (uma organização nacionalista paramilitar da Estónia, de carácter pró-fascista, que existiu durante o período entre guerras).
Assim, começou uma segunda etapa autoritária, conhecida como a “era do silêncio”, na qual ocupou a liderança do Estado praticamente sem oposição durante seis anos, iniciada como Primeiro-Ministro e, desde 1938, como Presidente da Estónia.
Embora na Segunda Guerra Mundial tenha tentado manter a Estónia no bloco neutro, Konstantin foi forçado a aceitar o tratado de assistência mútua que facilitou a ocupação da Estónia pela União Soviética em 1940. Päts foi preso e deportado para a Rússia, onde morreria num hospital psiquiátrico.