Meißen ou Meissen, (em português: Mísnia), é a cidade principal do distrito com o mesmo nome no Estado Livre da Saxónia, na Alemanha. Com mais de 28.000 habitantes, tem o estatuto de uma grande cidade distrital. Mísnia é internacionalmente famosa pela produção de porcelana “Meissen”, a primeira porcelana europeia a ser produzida desde 1708. O nome da cidade com um duplo ‘s’ (Meissen) é uma marca registada da “Meissen Staatlichen Porzellanmanufaktur” (Manufactura estatal de Porcelana de Meissen).
Abaixo do Castelo de Mísnia, fundado por volta de 929 pelo rei Henrique I, o construtor do castelo, desenvolveu-se um núcleo populacional a partir da aldeia eslava de Meisa na ribeira do mesmo nome, para uma povoação de mercado e finalmente, no final do século XII, para uma cidade cujo foral é atestado em documentos do ano 1332. Devido aos bispos que aqui residiam (Bispado de Mísnia, fundado em 968), a cidade tinha uma importância notável para o desenvolvimento cultural da Saxónia.
O Mosteiro dos Cânones Agostinianos de Santa Afra existia em Mísnia desde 1205, e um convento beneditino, o Mosteiro da Santa Cruz, existia provavelmente desde o final do século XII. Um convento da Ordem Franciscana, fundado em 1210, está documentado na cidade desde 1263. Desde 1274, o Mosteiro de Mísnia foi o mosteiro principal da Custódia de Mísnia na Província Franciscana Saxónica (Saxónia), e recebeu a sua segunda igreja por volta de 1450. No decurso da Reforma, que só foi introduzida em Mísnia em 1539, os três mosteiros foram dissolvidos e foi criada uma escola municipal no antigo mosteiro franciscano. Desde 1543 a escola principesca está localizada no antigo mosteiro de Santa Afra.
Durante muito tempo, a economia de Mísnia foi dominada pela tecelagem, que quase estagnou durante a Guerra dos Trinta Anos. Em 1710 foi inaugurada a fábrica de porcelana, que deu novos impulsos à cidade.
A Catedral de Mísnia e o Castelo de Albrechtsburg, na margem esquerda do rio Elba, dominam a silhueta de Mísnia. Desde 1710 até meados do século XIX, o Castelo de Albrechtsburg serviu de sede ao fabricante de porcelana “Meissen”.
Na época do Nacional-Socialismo, os opositores políticos do regime nazi eram também perseguidos em Mísnia, como foi o caso do trabalhador social-democrata Max Dietel, que foi assassinado como combatente da resistência em Görden, em 1943. As famílias judias que viviam na cidade foram expulsas do país ou deportadas para campos de extermínio. Entre eles estavam o casal Alex e Else Loewenthal, que tinham gerido um estabelecimento comercial e foram assassinados em 1942. O então Superintendente de Mísnia, Herbert Böhme, queria impedir que Mísnia fosse declarada uma fortaleza nos últimos dias da guerra e defendida por todos os meios. Foi condenado à morte por ter apresentado corajosas objecções ao Gauleiter Mutschmann e ao então Presidente da Câmara. O Exército Vermelho impediu a execução da sentença de morte ao entrar em Dresden a 7 de Maio de 1945. A ala prisional do antigo tribunal distrital é acedida através do memorial Münchner Platz.
Globalmente, a cidade sofreu apenas pequenas perdas no seu tecido histórico de edifícios relacionadas com a guerra. No entanto, a ponte do Elba (Altstadtbrücke) e a ponte ferroviária foram ambas inutilizadas por uma explosão levada a cabo pelo exército alemão (Wehrmacht) a 26 de Abril de 1945. Algumas casas na Elbstraße adjacente foram severamente danificadas.
Tendo em conta o aumento constante da população, a República Democrática Alemã (RDA) concentrou a sua actividade de construção na criação de habitações, especialmente nos distritos exteriores. O centro histórico da cidade foi caindo cada vez mais em desgraça. A 3 de Outubro de 1990, o Estado Livre da Saxónia foi restabelecido no Castelo de Albrechtsburg.
Após a Reunificação Alemã, o centro da cidade, em particular, foi amplamente renovado. Em Agosto de 2002, o Rio Triebisch danificou gravemente partes do centro histórico da cidade devido às cheias. Em Junho de 2013, outra inundação atingiu a cidade de Mísnia.
Os pontos de interesse são, principalmente, a Porcelana de “Meissen”, o Castelo de Albrechtsburg, a catedral gótica de Mísnia, a igreja “Meissen Frauenkirche” e a Academia Santa Afra.
CASTELO DE ALBRECHTSBURG EM MÍSNIA
Meissen Albrechtsburg, (em português: Castelo de Albrechtsburg), é um dos mais famosos monumentos arquitectónicos do gótico tardio do início da Renascença. Localizado no centro da cidade de Mísnia, no estado alemão da Saxónia, ergue-se majestosamente sobre uma colina acima do Rio Elba, ao lado da Catedral de Mísnia. O castelo é um bem cultural protegido pela Convenção de Haia.
Originado no século XV, é considerado o palácio mais antigo da Alemanha.
Albrechtsburg foi o primeiro castelo da Alemanha a deixar de desempenhar o seu papel como fortaleza para se tornar numa residência. Como o palácio mais antigo da Alemanha, o Castelo Albrechtsburg foi considerado um criador de tendências já na época da sua construção e deixou as pessoas maravilhadas pelo seu notável projecto arquitectónico no estilo gótico tardio.
O edifício do palácio foi erguido entre 1471 e 1524 por ordem dos irmãos Wettin, Ernst e Albrecht que, conjuntamente, governaram o Ducado da Saxónia.
Quando, em 929, o rei Henrique I da Alemanha finalmente dominou a tribo eslava dos Glomacze, construiu uma fortaleza dentro da sua área territorial, localizada num promontório rochoso com vista para o Elba. Este castelo, denominado Misnie em homenagem a um riacho próximo, tornou-se o núcleo da cidade e, a partir de 965, a residência dos Margraves de Mísnia que, em 1423, dominaram o eleitorado da Saxónia.
Em 1464, Ernst da Saxónia, juntamente com seu irmão Albrecht III da Saxónia, ordenou a construção do actual castelo. Na verdade, a sua construção começou em 1471 e é a obra-prima de Arnold von Westfalen, que a projectou como residência e não como fortaleza militar. Quando os dois irmãos dividiram as terras da Casa de Wettin entre eles durante o Tratado de Leipzig em 1485, o castelo voltou para Albrecht. Ali viveu o seu filho Georgius de Saxe antes de partir para o castelo da Residência em Dresden e aí instalar a nova sede da linha Albertiner, uma linha alemã da família principesca dos Wettins.
Em 1710, o rei Augusto II da Polónia estabeleceu a primeira fábrica de porcelana dura no castelo sob a supervisão de Johann Friedrich Böttger. A porcelana “Meissen” foi produzida em Albrechtsburg até que a sua produção foi transferida para o local actual em 1863.
Hoje, o palácio é um dos mais vistosos edifícios e jardins estaduais da Saxónia e abriga um museu público.