
Ocupação do Castelo Chambord
No decorrer da Guerra Franco-Prussiana, com Orleães à beira da queda, no início de Dezembro de 1870, o II Exército do Loire, comandado pelo General Chanzy, reagrupou-se perto de Beaugency para conter a iminente ofensiva prussiana.
O General Maurandy recebe ordens para recuar para Blois e ocupar a margem esquerda do rio Loire.
O ataque alemão começa de imediato. A ala esquerda francesa resiste vigorosamente em Poisly, perto de Lorges. Ao mesmo tempo, combates violentos em torno de Cravant, Villorceau e Villevert resultam em perdas consideráveis de ambos os lados.
O 75º Regimento Móvel de Blois conseguiu retomar a aldeia de Mée com recurso às baionetas. Na ala direita, as coisas pioraram quando os alemães capturaram Beaugency.
Foi decidido defender a estrada para Blois, na margem esquerda, perto das muralhas do Castelo de Chambord. Mas, no dia 9 de Dezembro a vanguarda da 25ª Divisão Hessiana, comandada pelo Príncipe de Hesse escapou à vigilância dos atiradores destacados em redor da propriedade e ocupou o castelo.
O General Maurandy, regressando de Blois, via Montlivault, tentou posicionar os seus canhões. A sua coluna chegou ao castelo enquanto os soldados de Infantaria exaustos se formavam em grupos. Os alemães, tendo deixado Saint-Dyé, emergiram da floresta ao final da tarde e surpreenderam os franceses, que fugiram, deixando para trás as suas armas e equipamento.
Os resultados do dia eram desanimadores para os franceses: vários mortos e feridos, cinco dos seis canhões abandonados e munições perdidas, 60 cavalos mortos e 200 prisioneiros. Em Blois o resultado da batalha ameaçava ser mais uma derrota.
O Exército francês fez explodir um arco da ponte de pedra na madrugada de 10 de Dezembro e preparou-se para evacuar. Em Beauce, à mesma hora, os combates tinham lugar perto de Josnes e Villorceau.
O General Chanzy passou a noite de 11 para 12 de Dezembro no Château de Talcy para se preparar para a retirada para Vendôme.
A retirada do Exército do Loire ocorreu em condições meteorológicas adversas. Geadas severas flagelaram os soldados, enquanto o gelo negro dificultava a circulação de homens e cavalos. Estavam -7° C na manhã de 11 de Dezembro. No dia seguinte, o degelo começou, mas o vento e a chuva torrencial fizeram-se sentir. A Artilharia ficou atolada nas estradas enquanto os soldados de Infantaria caminhavam pela lama, perdendo os sapatos e as botas. À noite, após horas de marchas forçadas pela zona rural de Beauce, as tropas congeladas e subnutridas tentavam aquecer-se junto de fogueiras difíceis de acender e de arder devido à humidade. Os oficiais proibiram os soldados de se alojarem nos celeiros com receio de que não acordassem ou se recusassem a combater.
Os exércitos voltariam a confrontar-se na Batalha de Vendôme entre 14 e 17 de Dezembro.
Castelo de Chambord
O Castelo de Chambord, (em francês: Château de Chambord), é um palácio da França localizado em Chambord, Loir-et-Cher, França.
É um dos mais conhecidos castelos do Mundo devido à sua distinta arquitectura em estilo Renascentista francês que combina as formas medievais francesas tradicionais com as estruturas clássicas italianas.
Embora seja o maior palácio do vale do rio Loire, foi construído apenas para servir de pavilhão de caça para Francisco I de França, que mantinha a sua residência no Château de Blois e no Château d’Amboise.
O projecto original do Castelo de Chambord é atribuído, apesar de várias dúvidas, a Domenico da Cortona, cujos modelos de madeira sobreviveram tempo suficiente para servirem de modelo a André Félibien, no séc. XVII. No entanto, alguns autores afirmam que o arquitecto renascentista francês Philibert Delorme teve um papel considerável no desenho do palácio.
Chambord foi alterado consideravelmente ao longo dos vinte anos que durou a sua construção, período durante o qual foi supervisionado in loco por Pierre Neveu.
Próximo do final da obra, o Rei Francisco I exibiu o seu enorme símbolo de poder e riqueza, ao convidar o seu velho inimigo, o imperador Carlos V, para Chambord.
Durante a Guerra Franco-Prussiana, (1870-1871) o palácio foi usado como hospital de campanha.
Em 1913, Marcel Reymond fez a primeira sugestão de que Leonardo da Vinci, um convidado do rei Francisco I, em Clos Lucé próximo de Amboise, foi responsável pelo desenho original, o qual reflecte os planos de Leonardo para um château em Romorantin para a Rainha-mãe, e o seu interesse no planeamento central e na escadaria em dupla-hélice. A discussão sobre a matéria está longe de ficar concluída.