Batalha de Dybbøl
BATALHA DE DYBBØL
Erstürmung der Düppeler Schanzen, (em dinamarquês: Slaget ved Dybbøl; em português: A Batalha de Dybbøl), foi a batalha chave da Segunda Guerra de Schleswig, travada entre a Dinamarca e a Prússia. A batalha foi travada na manhã de 18 de Abril de 1864, após um cerco que começou em 2 de Abril. A Dinamarca sofreu uma severa derrota que, com a captura prussiana da ilha de Als, acabou por decidir o resultado da guerra, forçando a cedência dos ducados de Schleswig e Holstein por parte da Dinamarca.
Antecedentes
Após a anexação do Ducado de Schleswig em Novembro de 1863 pelo rei dinamarquês Christian IX (que também era o duque de Schleswig), a Prússia e a Áustria invadiram a Jutlândia em Janeiro de 1864. Dybbøl também foi o local de um campo de batalha na Primeira Guerra de Schleswig. O forte Dybbøl, também chamado de ‘Dybbøl Skanser’, situava-se numa pequena península que protegia o acesso ao forte, por terra, e possuía um cais protegido para atracagem da balsa que cruzava o rio Alssund e permitia a ligação fluvial a Sønderborg, na ilha de Als. Foi construído entre 1861 e 1864 e consistia em sete redutos de grande dimensão e três menores.
Prelúdio
Em 7 de Fevereiro de 1864, 20.000 dinamarqueses de infantaria apoiados por 500 cavaleiros, 66 canhões de campo e 11 de artilharia de fortaleza (morteiros) chegaram a Dybbøl, vindos de Danevirke por ordens do General Christian de Meza. A frente de muralhas tinha apenas 2 km de perímetro sendo os 10 redutos de terra de Dybbøl limitados, em comparação com os 27 existentes em Dannevirke.
Os prussianos chegaram a 8 de Fevereiro. Em 20 de Fevereiro os prussianos já tinham um total de 37.000 homens, 1.200 cavaleiros e 126 peças de artilharia.
Em 22 de Fevereiro, os postos avançados dinamarqueses foram forçados a recuar, mas os prussianos permaneceram passivos por várias semanas, enquanto os dinamarqueses expandiam e melhoravam as suas defesas. Entre as fortificações, o exército dinamarquês cavou várias trincheiras, assim como, o terreno situado em frente aos redutos foi provido de armadilhas.
Nessa situação de impasse, o príncipe prussiano Friedrich Karl decidiu bombardear os dinamarqueses com recurso à Artilharia. Assim, a partir de 15 de Março, o Moinho Dybbøl ficou sob fogo constante e, em 10 de Abril, o moinho foi incendiado pelas tropas prussianas. O telhado e as pás do moinho queimaram e o poço ruiu.
Em 17 de Março as tropas dinamarquesas tentaram um ataque aos postos avançados prussianos, mas foram repelidas. Apesar de estarem em desvantagem numérica os dinamarqueses possuíam, como vantagem, o domínio na água, tendo o moderno couraçado “Rolf Krake” a apoiar as forças terrestres com bombardeamentos costeiros a partir das suas armas de 20 polegadas. Durante grande parte do cerco o navio foi usado como uma plataforma móvel de artilharia marítima pesada e os prussianos foram quase incapazes de contra-atacar, uma vez que sem forças navais capazes de se equiparar à marinha dinamarquesa a vantagem estava nos dinamarqueses. Esse facto minou o moral prussiano. Por essa razão alguns generais dinamarqueses pensaram que os prussianos não ousariam efectuar um ataque frontal.
Em 28 de Março os prussianos tentaram atacar as posições dinamarquesas. O ataque foi repelido com a ajuda do “Rolf Krake”.
A partir de 7 de Abril a artilharia prussiana começou a bombardear as posições dinamarquesas a fim de desgastar os defensores, para depois lançar o ataque decisivo. Em 11 de Abril, intensificaram o bombardeamento, enviando milhares de granadas contra as defesas dinamarquesas. Foram ainda avançando com as trincheiras até cerca de 300 metros dos redutos. Escaramuças diárias foram travadas entre os dois lados, com centenas de baixas. O moral entre os dinamarqueses estava baixo, pelo desgaste causado pelos bombardeamentos. Alguns ficaram meio cegos pela fumo da pólvora, surdos pelo barulho das explosões e a exaustão tomou conta das tropas dinamarquesas. Os bombardeamentos intermináveis duraram quase duas semanas, até ao dia 18 de Abril. Na manhã do dia 18 de Abril de 1864, em Dybbøl, os prussianos assumiram as suas posições de ataque pelas 2 horas da manhã. As 33 baterias de Broager abriram fogo contra as posições dinamarquesas às 4 da manhã e os bombardeamentos duraram 6 longas horas. Para defender a posição em Dybbøl havia 5.000 soldados dinamarqueses nos redutos, trincheiras e na área posterior. Além disso, havia 6.000 homens de reserva, atrás da linha da frente. Um total de 11.000 dinamarqueses cansados contra 37.000 prussianos bem equipados. Não poderia haver grande dúvida sobre o resultado final. Às 10h, após um sinal do comandante-em-chefe prussiano, príncipe Friedrich Karl, 10.000 prussianos atacaram os redutos. Os prussianos direccionaram os seus canhões para a área situada atrás dos redutos, a fim de evitar que as tropas de reserva dinamarquesa o alcançasse. Dos 10 redutos, o Reduto VI foi o primeiro a cair. Foi atacado pelos prussianos por três lados em simultâneo e as reservas dinamarquesas não puderam alcançá-lo a tempo de ajudar os seus defensores. Enquanto isso, no ponto mais ao Sul do campo de batalha, 1.000 prussianos atacaram o Reduto I, que era defendido por apenas 70 dinamarqueses, e rapidamente o dominaram. O Reduto III, defendido por 19 dinamarqueses, foi atacado por outros 1.000 prussianos caindo na mão destes. Apesar das probabilidades serem esmagadoramente contra os dinamarqueses, estes não baixaram os braços e mantiveram-se em combate, recusando a rendição. Os prussianos penetraram no reduto, mas a luta continuou dentro dele, até que os dinamarqueses finalmente foram submetidos e se renderam. Sucessivamente, os redutos, com mais ou menos resistência dinamarquesa foram caindo nas mãos dos prussianos. Primeiro o Reduto V, depois o II e finalmente o IV caiu para os prussianos, terminando a batalha com a vitória destes. Durante a batalha, cerca de 3.600 dinamarqueses e 1.200 prussianos foram dados como mortos, feridos ou desaparecidos. Uma lista oficial de baixas do exército dinamarquês na época dizia 671 mortos; 987 feridos, dos quais 473 foram capturados. No lado dos prussianos 263 tinham sido mortos durante os combates. Na trégua que se seguiu à batalha, entre 12 de Maio e 26 de Junho, deu-se início a negociações em Londres, onde se discutiu sobre a criação de uma nova fronteira entre a Dinamarca e a Confederação Alemã. A atitude inflexível do governo dinamarquês durante as mesmas levou ao seu isolamento diplomático, e durante as negociações que decorreram em Viena, assinou-se o tratado de paz de 30 de Outubro de 1864. O tratado transformou os ducados de Schleswig e Holstein num “condomínio austro-prussiano”, ao dar a sua governação em parceria à Áustria e à Prússia. O chanceler alemão, Otto von Bismarck, deu assim um dos primeiros passos na tentativa de lançar o Império Alemão, que dariam os seus frutos pouco mais tarde, quando este viria a dominar a Europa continental até ao final da Grande Guerra (1914/18).A Batalha
Rescaldo