Marburg, Philipps-Universität
MARBURG, PHILIPPS-UNIVERSITÄT
Marburg, (em português: Marburgo), é um município da Alemanha localizado na região administrativa de Gießen, estado de Hesse. A cidade é capital do distrito de Marburg-Biedenkopf e localiza-se nas margens do Rio Lano (Lahn).
O povoado era protegido por um pequeno castelo, construído por volta do século IX ou século X pela dinastia de Giso. Marburgo tem sido então uma cidade desde o ano de 1140 d.C., como foi provado por moedas da época.
Em 1228 a Condessa Elisabete da Turíngia, ao enviuvar, mudou-se para a cidade de Marburg, onde pretendia viver os seus últimos anos de vida. Elisabete não se entendia com o cunhado, nomeado então Conde após o falecimento do marido, e decidiu encontrar um novo lugar para estabelecer a sede do seu reinado. A Condessa dedicou sua vida aos doentes, tornando-se após sua prematura morte, em 1231, então com 24 anos, uma das mais eminentes e importantes santas, a Santa Isabel da Hungria. Ela foi canonizada no ano de 1235. Em 1264, a filha de Santa Elisabete, Sofia de Brabante, ganhou a sucessão do Condado de Hesse, até aquele momento politicamente atrelado e submisso ao estado da Turíngia, concedendo-o posteriormente ao filho, Henrique I de Hesse.
Marburgo, juntamente com a cidade de Cassel (hoje Kassel), foi uma das capitais de Hesse, daquele período até, aproximadamente, o ano de 1540. Após a primeira divisão do Condado, foi capital de Hesse-Marburgo, de 1485 até 1500, e novamente entre 1567 e 1605. Depois de 1605, Marburgo decaiu para uma simples cidade provinciana, conhecida sobretudo e principalmente pela sua universidade. Entrou em declínio virtuoso durante dois séculos completos após a Guerra dos Trinta Anos, quando lutou em batalhas por Darmstadt e Cassel. O território de Hesse ao redor de Marburgo perdeu mais que dois terços de sua população, mais do que em qualquer uma das guerras que se sucederam, incluindo inclusive a somatória do total de vidas perdidas em decorrência da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
Em Marburgo foi fundada, em 1527, a primeira universidade protestante de todo o mundo, a Universidade de Marburgo, ou “Philipps-Universität” como também é chamada. Marburgo é uma das cinco clássicas cidades universitárias da Alemanha, as outras quatro sendo as cidades de Friburgo em Brisgóvia, Gotinga, Heidelberg e Tubinga.
Em 1529, Filipe I de Hesse organizou um encontro conhecido como a Conferência de Marburgo, com o intuito de incentivar e promover os trabalhos reformistas de Martinho Lutero e do teólogo suíço Ulrico Zuínglio, líderes das Reformas Protestante na Alemanha e na Suíça, respectivamente.
Na Guerra Austro-Prussiana de 1866, Hesse derrotou a Áustria; a Prússia venceu, invadiu e anexou, sem derramamento de sangue, os territórios de Hesse-Cassel, bem como Hanover, Frankfurt am Main, e alguns outros povoados adjacentes a Norte do Rio Main. Para Marburgo essa sucessão de eventos mostrou-se muito positiva, já que a Prússia decidiu fazer de Marburgo o seu principal centro administrativo nessa nova província de terras recém-conquistadas, e tornar a universidade um dos principais centros académicos do Estado. Desse modo, teve início o crescimento administrativo e universitário da cidade. Como o sistema universitário da Prússia logo se tornou indubitavelmente o melhor do mundo, Marburgo passou a atrair diversos pesquisadores e professores famosos. Não existia praticamente nenhuma indústria instalada na cidade, de modo que os estudantes, professores, e funcionários públicos, que geralmente possuíam pouco dinheiro e pagavam pequenos impostos, dominaram a cidade, que possuía uma tendência extremamente conservadora.
Franz von Papen, vice-chanceler da Alemanha em 1934, concedeu um discurso na Universidade de Marburgo em 17 de Junho daquele ano. É tido como o último discurso concedido publicamente, e em alto tom de censura, contra o Nazismo que dominava a Alemanha. Tal discurso contribuiu para que diversos membros do seu governo fossem torturados e mortos pelo regime Nazi.
Marburgo é, actualmente, o centro de uma das mais reputadas escolas para deficientes visuais do mundo. As faixas de cruzamento nas ruas são equipadas com sinais sonoros que permitem o deficiente visual saber quando pode ou não atravessar, facilidades ao tomar qualquer transporte público, marcações texturadas nas ruas e calçadas, e outros recursos.
É também famosa pelo seu castelo (“Marburger Schloss” ou “Landgrafenschloss Marburg”) e pelas suas igrejas medievais, especialmente a Igreja de Santa Elisabete (Elisabethkirche) da Ordem Teutónica, a primeira igreja em estilo gótico construída em solo alemão e uma das primeiras obras góticas a serem erguidas fora da França.
Muitos dos atractivos visuais contemporâneos de Marburgo se devem ao legado de Hanno Drechsler (um político alemão (SPD) e presidente da Câmara de Marburg de 1970 a 1992), que promoveu inúmeras reformas urbanas e restaurações, conservando os prédios históricos, não os demolindo. Além disso, enquanto outras cidades na Alemanha demoliam as suas construções medievais, Marburgo já protegia a sua herança e património cultural. Por esse motivo, recebeu incontáveis prémios e reconhecimento pelo seu projecto de renovação e conservação da sua herança histórica.
UNIVERSIDADE DE MARBURG
Philipps-Universität Marburg, (em português: Universidade de Marburgo), é uma instituição de ensino superior pública fundada em 1 de Julho de 1527 e localizada em Marburgo, no estado de Hesse, Alemanha.
Foi fundada em 1527 pelo landgrave Filipe I de Hesse (o Magnânimo), como a segunda mais antiga universidade protestante do mundo. A primeira, que foi fundada em 1526 e funcionou apenas até o ano de 1530, localizava-se em Liegnitz, também na Alemanha. A universidade de Marburg é a mais antiga do estado de Hesse. Em 1609, a Universidade estabeleceu o primeiro professorado de química da História.
Em 2016, a instituição contava com cerca de 26.820 estudantes e 8.750 empregados (incluídos os funcionários do Hospital Universitário), fazendo de Marburgo uma típica cidade universitária (Universitätsstadt), com menos de 80.000 habitantes. O percentual de estudantes femininos é maior (55,6%), somando no total 14.915 alunas em 2016. O número de estudantes estrangeiros também é elevado, ou seja, 3.397 alunos (12,7%). Mesmo possuindo disciplinas agrupadas, a Universidade de Marburg não possui um único campus.
No começo, a universidade foi formada pelas tradicionais faculdades de Teologia, Medicina, Direito e Filosofia. Depois, em 1964, passou a contar com as faculdades de Matemática e Ciências Exactas (ou da Natureza) (em alemão: Naturwissenschaften). No ano de 1970, a Universidade organizou-se em 20 áreas principais (em alemão: Fachbereiche). Em 1997, acrescentaram-se novos institutos, ampliando-se uma nova área para estudos. As faculdades que se destacaram nos últimos anos foram a de Psicologia e a de Farmácia.
Existem inúmeras personalidades de destaque que estudaram nesta Universidade, sendo que 11 foram laureados com o Prémio Nobel e outros 11 o prémio Leibniz (em alemão: Leibniz-Preisträger), um prémio oferecido, desde 1986, a pesquisadores destacados de nacionalidade alemã. O prêmio Leibniz confere um valor de 2,5 milhões de Euros aos projectos vinculados ao pesquisador galardoado.