1908 – 1960
Congo Belga foi o nome dado a partir de 15 de Novembro de 1908 ao território administrado pelo Reino da Bélgica em África.
Nessa data, o Estado Livre do Congo deixou de ser uma possessão pessoal de Leopoldo II, que a ela renunciou formalmente, sob a forte pressão internacional que se seguiu à revelação de um dos regimes coloniais mais infames da história.
O Congo foi então anexado como colónia da Bélgica, passando a ser conhecido como Congo Belga.
ANTIGUIDADE E COLONIZAÇÃO BELGA
A região foi ocupada na Antiguidade por Bantos (ou Bantus) da África Oriental e povos do Rio Nilo, que ali fundaram os reinos de Luba, Baluba e do Congo, entre outros.
Em 1878, o explorador Henry Stanley fundou entrepostos comerciais no Rio Congo, sob ordem do rei belga Leopoldo II.
Na Conferência de Berlim, em 1884–1885, que dividiu a África entre as potências europeias, Leopoldo II recebeu o território como possessão pessoal, chamando-o Estado Livre do Congo.
Em 1908, o Estado Livre do Congo deixou de ser propriedade da Coroa, depois da brutalidade deste tipo de colonização ter sido exposta na imprensa ocidental e tornou-se colónia da Bélgica, chamada Congo Belga.
PERÍODO COLONIAL
A partir do século XVI, o Congo constituiu a maior reserva de escravos transportados para as Américas. Já no século XIX, porém, o tráfico negreiro cedeu lugar, progressivamente, à ocupação colonial.
O interesse pela África aumentou devido aos relatórios dos exploradores, sobretudo de Sir Henry M. Stanley.
Entre 1840 e 1872, o missionário inglês David Livingstone empreendeu uma série de explorações na África central, nas quais cruzou várias vezes o território congolês.
O rei da Bélgica, Leopoldo II criou, em 1876, a Associação Internacional Africana (AIA), em seguida transformada em Associação Internacional do Congo (1878), que contratou o jornalista Sir Henry M. Stanley para estabelecer relações comerciais com o interior. Stanley, financiado por Leopoldo II, explorou o território congolês e completou o reconhecimento da bacia do Congo.
Assinou, com dois mil chefes africanos, 400 tratados que estabeleciam a paz, autorizavam a passagem e permitiam o emprego de mão-de-obra, em troca de presentes e indemnizações, para a implantação de quarenta portos, desde a foz até as cataratas do Congo.
Em Berlim, durante a conferência que decorreu entre 1884–1885, foi efectuada a partilha da África entre as potências europeias. A região foi então denominada Estado Livre do Congo e considerada “independente”, sendo propriedade particular do rei dos belgas.
A crescente demanda de borracha, nos finais do século XIX, início do século XX, ajudou a financiar a exploração económica do Congo.
Leopoldo II criou um exército particular de mercenários para explorar marfim e borracha no Congo.
Todo o trabalho era escravo. Estima-se que em vinte anos, mais de 10 milhões de congoleses tenham sido mortos pelos mercenários de Leopoldo II.
A exploração dos nativos foi denunciada pelo cônsul britânico, Roger Casement, e o parlamento belga, pressionado pela comunidade internacional, viu-se obrigado a destituir a propriedade do Estado livre do Congo de Leopoldo II, transferindo-a para o governo da Bélgica, concedendo oficialmente ao território congolês um estatuto colonial (1908).
Esse território passou a ser conhecido por Congo Belga até à sua independência em 1960, quando adoptou a designação de República do Congo.
Quando, em 1940, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha invadiu a Bélgica, o Congo entrou na guerra. Após o conflito, uma onda de crises abalou a colónia.
A força pública revoltou-se em Luluaburg e no Kasai em 1944 e, no ano seguinte, em Masiri e em Matadi. Esses movimentos foram esmagados, e houve um grande número de mortos.
A política colonial permitiu elevar o nível de vida do país, sobretudo na década de 1950, mas não o preparou para a independência, pois os africanos negros só depois de 1954 tiveram acesso ao ensino universitário e só nesta altura foi permitida a formação de partidos políticos.
O desejo de independência dos principais partidos nacionalistas levou os belgas, em 30 de Junho de 1960, a, finalmente, conceder a independência ao Congo Belga, com o nome de República do Congo (Congo-Kinshasa).
INDEPENDÊNCIA
O movimento nacionalista (MNC) teve início nos anos 50 sob a liderança de Patrice Lumumba. Em 30 de Junho de 1960, o Congo conquistou a independência com o nome de República do Congo. Também ficou conhecido naquele período como Congo-Léopoldville, para se diferenciar do Congo Francês, que tinha também adoptado a alcunha República do Congo como nome oficial.
Essa denominação permaneceu até 1 de Agosto de 1964, quando foi alterada para República Democrática do Congo, como forma de se distinguir da vizinha República do Congo (conhecida como Congo-Brazzaville), o antigo Congo francês.
Nas eleições parlamentares de 1960, Lumumba recebeu a maioria dos votos e assumiu o cargo de primeiro-ministro. Joseph Kasavubu assumiu a Presidência.
Em 1971, durante o governo de Mobutu Sese Seko, o país passou a chamar-se República do Zaire. A partir de 1997, após o derrube de Mobutu, a denominação República Democrática do Congo foi restaurada, permanecendo desde então.