Império Alemão (Deutsches Reich) (1871-1918)

Império Alemão (Deutsches Reich) (1871-1918)

 

Império Alemão

Deutsches Reich, (em português: Império Alemão), sucedeu à Confederação da Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund), tendo sido fundado a 1 de Janeiro de 1871, quando os estados do Sul da Alemanha, com excepção da Áustria, ingressaram na Confederação da Alemanha do Norte e a nova constituição entrou em vigor, mudando o nome do estado federal para o de Império Alemão.

A unificação dos estados alemães e a declaração do Império atribuiu o título de Imperador Alemão a Wilhelm I (Guilherme I), Rei da Prússia, da Casa de Hohenzollern. Berlim permanecia assim como capital e Otto, príncipe de Bismarck, Ministro-Presidente da Prússia, se tornou Chanceler Alemão (chefe de governo).

Quando esses eventos ocorreram, a Confederação da Alemanha do Norte, liderada pela Prússia, e seus aliados do Sul da Alemanha ainda estavam envolvidos na Guerra Franco-Prussiana iniciada em 1870.

O império manteve-se como tal a partir da unificação da Alemanha e da consequente proclamação de Wilhelm I (Guilherme I) como Imperador Alemão, entre 18 de Janeiro de 1871 e 1918, quando a Alemanha se tornou uma República Federal, após a derrota na Grande Guerra e a abdicação de Wilhelm II (Guilherme II), em 28 de Novembro de 1918.

No entanto, a designação “Império Alemão” continuou a ser a designação oficial do país ao longo do período da República de Weimar e durante a maior parte do período nazi até 1943, quando foi alterado para Grande Império Alemão “Großdeutsches Reich”.

Durante os 47 anos da sua existência, o Império Alemão surgiu como uma das mais poderosas economias industriais do mundo e possuidor de um grande poder, até entrar em colapso após a derrota militar no final da Grande Guerra e a denominada Revolução Alemã (ou de Novembro).

Os estados limítrofes mais importantes eram a Rússia Imperial a Este, a França a Oeste e a Áustria-Hungria a Sul.

 
A criação do Império Alemão

Com a criação da Confederação da Alemanha do Norte, em 1866, e com a supremacia da Prússia, o nacionalismo alemão (Pan-Germanismo) rapidamente se desviou do seu carácter liberal e democrático para o pragmatismo “Realpolitik” do primeiro-ministro prussiano Otto von Bismarck.

Bismarck procurava estender a hegemonia de “Hohenzollern” (dinastia soberana da Prússia e do Império Alemão que durou até ao final da Grande Guerra) a todos os estados alemães.

Para tal era necessário unificar os estados e eliminar o principal rival da Prússia, a Áustria.

Bismarck ambicionava o domínio conservador prussiano na Alemanha.

Foram três as guerras que levaram a Prússia e os estados aliados a grandes êxitos militares, ajudando a persuadir a população alemã a aderir à unificação dos estados alemães:

– a Segunda Guerra de Schleswig contra a Dinamarca em 1864; a Guerra Austro-Prussiana contra a Áustria em 1866 e a Guerra Franco-Prussiana, conhecida como a Guerra Franco-Alemã entre a Alemanha e a França, em 1870-71.

É mesmo durante o cerco de Paris, em 1871, que os estados da Confederação do Norte da Alemanha, apoiados pelos aliados alemães externos à mesma, excluindo a Áustria, formaram o Império Alemão, ao proclamar o Rei Guilherme I (Wilhelm I) da Prússia como Imperador Alemão, no Salão de Espelhos do Palácio de Versalhes (Proclamação do Império Alemão).

 
Os Estados do Império Alemão

O Império Alemão era constituído por 26 estados, a maior parte dos quais pertencentes à Prússia. Esses estados ou “Staaten” (que ficaram conhecidos como “Länder” durante a República de Weimar) eram reinos, grandes ducados, ducados, principados, cidades livres e um território imperial.

O Reino da Prússia foi o maior dos estados constituintes, cobrindo cerca de 60 por cento do território do Império Alemão.

Vários desses estados ganharam soberania após a dissolução do Sacro Império Romano. Outros constituíram-se como Estados soberanos, após o Congresso de Viena, 1814-15.

Alguns territórios não eram necessariamente contíguos, como a Baviera, ou o Oldenburg – muitos existiam em vários locais, como resultado de aquisições históricas, ou, em muitos casos, devido a divisões resultantes de heranças familiares. Os estados eram:

  • Reinos – Baviera, Prússia (também ela subdividida em províncias com governações autónomas), Saxónia e Württemberg.
  • Grandes Ducados – Baden, Hessen, Mecklenburg-Schwerin, Mecklenburg-Strelitz, Oldenburg e Saxe-Weimar-Eisenach.
  • Ducados – Anhalt, Brunswick, Saxe-Altenburg, Saxe Coburgo-Gota e Saxe-Meiningen.
  • Principados – Lippe, Reuss – Line Junior, Reuss – Senior Line, Schaumburg-Lippe, Schwarzburg-Rudolstadt, Sondershausen-Schwarzburg Waldeck e Pyrmont.
  • Cidades Livres (Repúblicas) – Bremen, Hamburg e Lübeck. Diferentes das monarquias acima mencionadas, estas cidades-estados foram constitucionalmente organizadas como repúblicas.
  • Território Imperial – Alsácia-Lorena – Diferente de todos os outros estados componentes acima mencionados, neste estado, compreendendo territórios cedidos pela França em 1871, foi administrado pelo governo central, evoluindo mais tarde para uma república de autonomia limitada, apenas com um deputado estadual eleito, a partir de 1912.
 
A Influência da Prússia

Embora nominalmente definido numa liga de iguais, o Império foi dominado pelo Estado mais poderoso, a Prússia. Este estendia-se pelo Norte e correspondia a cerca de dois terços do novo Império, possuindo três quintos da sua população. A coroa imperial era hereditária da Casa de Hohenzollern, a casa reinante da Prússia. Com excepção dos anos de 1872-1873 e 1892-1894, o chanceler foi sempre e simultaneamente, o primeiro-ministro da Prússia. Com 17 dos 58 votos no Bundesrat, Berlim necessitou de apenas alguns votos dos pequenos estados para exercer o controlo efectivo.

Os outros estados mantiveram os próprios governos, mas com limitações soberanas.

Por exemplo, os selos foram emitidos para o império como um todo, tal como a moeda e a sua cunhagem. Outras peças valiosas foram emitidas pelos estados, mas estas eram moedas virtualmente comemorativas e de circulação limitada.

Enquanto os maiores estados mantiveram os seus símbolos, e alguns detinham exércitos, as forças militares dos estados mais pequenos foram colocadas sob controlo prussiano. As forças militares dos maiores Estados, como os reinos da Baviera e da Saxónia, eram, no entanto, coordenadas de acordo com princípios da Prússia e, em tempo de guerra, eram controlados pelo governo federal.

Embora autoritário em muitos aspectos, o império permitiu o desenvolvimento dos partidos políticos. A intenção de Bismarck era criar uma fachada constitucional que disfarçasse a continuidade das políticas autoritárias.

Cada estado integrante do Império Alemão tinha representantes no Conselho Imperial (Bundesrat) e no Parlamento Imperial (Reichstag).

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