Zwiefalten é um município no distrito de Reutlingen, Baden-Württemberg, na Alemanha, localizado entre Stuttgart e o Lago de Constança (Bodensee).
A antiga Abadia de Zwiefalten domina a cidade. O antigo mosteiro é considerado um dos melhores exemplos da arte barroca tardia.
O nome deriva da sua localização nos vales de Zwiefalter Aach e Kessel-Aach e foi mencionado pela primeira vez como Zwivaltum em 904.
As cidades e vilas que fazem fronteira com o município de Zwiefalten pertencem aos distritos de Reutlingen, de Alb-Donau e de Biberach e são: Hayingen, Emeringen, Riedlingen, Langenenslingen e Pfronstetten.
É tristemente célebre pelos assassinatos, por eutanásia, levados a efeito pelos nazis na denominada “Acção T4” (Aktion T4), no Hospital Estadual e Sanatório Zwiefalten, que foi um depósito intermediário do centro de extermínio existente no Castelo Grafeneck.
Acção T4 foi o programa de eugenismo (o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente) e de eutanásia (acto intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa) da Alemanha Nazi durante o qual médicos assassinaram centenas de pessoas consideradas por eles “incuravelmente doentes, através de exame médico crítico“. O programa ocorreu oficialmente de Setembro de 1939 a Agosto de 1941, mas continuou de modo não oficial até ao fim do regime nazi em 1945.
Pelo menos 1.673 mulheres, homens, adolescentes e crianças com doenças mentais foram “transferidos” em 1939–1940 de Zwiefalten para outras instituições públicas em Grafeneck.
Uma pedra memorial no cemitério relembra este evento.
Hoje, o antigo mosteiro é o centro da Clínica Psiquiátrica Münster Zwiefalten.
ABADIA DE ZWIEFALTEN
Kloster Zwiefalten, (Abtei Zwiefalten ou depois de 1750, Reichsabtei Zwiefalten; em português: Abadia de Zwiefalten), foi um mosteiro beneditino situado em Zwiefalten perto de Reutlingen em Baden-Württemberg na Alemanha.
O mosteiro foi fundado em 1089 na época da Controvérsia da Investidura (um conflito entre o papado e o Sacro Império Romano-Germânico, que ocorreu entre 1075 e 1122, que teve como objecto o poder de nomear bispos), pelos Condes Gero e Kuno de Achalm, assessorados pelo Bispo Adalbero de Würzburg e pelo Abade Guilherme de Hirsau. Os primeiros monges também eram da Abadia de Hirsau, lar das Reformas de Hirsau (sob a influência das Reformas Cluníacas ou Beneditinas), que influenciaram fortemente a nova fundação. Noker von Zwiefalten foi o primeiro abade e liderou de 1065 a 1090.
O monge Ortlieb escreveu a história do mosteiro no início do século XII. Berthold continuou até 1137–38. Durante o século XII, Santo Ernesto (falecido em 1148) foi abade. Participou da Segunda Cruzada para recuperar as Terras Sagradas, incluindo Jerusalém. Embora o Papa Urbano VI lhe tenha concedido privilégios especiais, a Abadia de Zwiefalten foi, no entanto, o mosteiro privado dos Condes de Achalm, mais tarde sucedido pelos Condes de Württemberg.
A abadia foi saqueada em 1525 durante a Guerra dos Camponeses Alemães. Em 1750, a abadia recebeu o estatuto de “Reichsabtei”, o que significava que tinha o estatuto de uma potência independente sujeita, apenas, à Coroa Imperial e independente do governo de Württemberg. Em 25 de Novembro de 1802, no entanto, foi secularizado e dissolvido e tornou-se um asilo para lunáticos e, mais tarde, hospital psiquiátrico, que é ainda hoje, bem como o local do Museu de Psiquiatria de Württemberg.
Os edifícios actuais foram construídos em estilo barroco alemão de 1739–47 sob a direcção de Johann Michael Fischer (1692–1766) de Munique, que começou a supervisionar a obra em 1741. O interior, considerado um modelo de design barroco, é repleto de ornamentos, capelas e balaustradas douradas, dominadas pelo altar-mor, que combina uma estátua gótica da Virgem Maria, datada de 1430, com adições barrocas (datadas de cerca de 1750) por Johann Joseph Christian (1706–1777). Os frescos elaborados são de Franz Joseph Spiegler (1691–1757).