Aisin-Gioro Puyi (1906-1967), Imperador da China

Aisin-Gioro Puyi (1906-1967), Imperador da China

 

Aisin-Gioro Puyi

Aisin-Gioro Puyi foi o último imperador da Dinastia Qing e o último imperador da China. Viveu a queda do seu império, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Civil Chinesa e a Fundação dos Povos na República da China.

Nascido para uma vida de privilégios inimagináveis, morreu como um humilde jardineiro assistente sob o regime comunista. Quando faleceu, em 1967, Puyi estava sob custódia protectora dos membros da Revolução Cultural.

O pequeno Puyi tinha apenas dois anos quando o seu tio, o imperador Guangxu, morreu envenenado por arsénico (supostamente envenenado por Cixi, sua tia e regente) em 1908, e a imperatriz viúva escolheu o menino como o novo imperador, antes de ela própria morrer no dia seguinte. Em 2 de Dezembro de 1908, Puyi foi formalmente entronizado como o Imperador Xuantong, mas a criança não gostou da cerimónia e supostamente chorou e debateu-se ao ser nomeado o Filho do Céu. Foi oficialmente adoptado pela viúva Imperatriz Longyu.

Em 12 de Fevereiro de 1912, a imperatriz viúva Longyu carimbou o “Édito imperial de abdicação do imperador”, encerrando formalmente o governo de Puyi.

Supostamente teria recebido 1.700 libras de prata do general Yuan Shikai pela sua cooperação e pela promessa de que não seria decapitada. Yuan declarou-se Presidente da República da China, governando até Dezembro de 1915, quando se outorgou com o título de imperador Hongxian em 1916, tentando iniciar uma nova dinastia. Contudo morreu três meses depois de insuficiência renal, antes de assumir o trono.

Puyi permaneceu na Cidade Proibida, sem ter qualquer noção da Revolução Xinhai (Primeira Revolução Chinesa que derrubou a dinastia Qing e estabeleceu a República da China, de 10 de Outubro de 1911 a 12 de Fevereiro de 1912) que abalou o seu antigo império. Em Julho de 1917, outro senhor da guerra chamado Zhang Xun devolveu Puyi ao trono apenas por onze dias, mas um senhor da guerra rival chamado Duan Qirui recusou o acto. Finalmente, em 1924, outro senhor da guerra, Feng Yuxian, expulsou o ex-imperador de 18 anos da Cidade Proibida. Puyi fixou residência na embaixada japonesa em Pequim, por um ano e meio, e em 1925 mudou-se para a área de concessão japonesa de Tianjin, em direcção ao extremo Norte da costa da China.

Os japoneses invadiram e ocuparam a Manchúria, pátria dos ancestrais de Puyi, e em Novembro de 1931, o Japão instalou Puyi como seu imperador fantoche do novo estado de Manchukuo. Entre 1935 e 1945, Puyi estava sob a observação e ordens de um oficial do Exército Kwantung que espiava o imperador de Manchukuo e lhe transmitia ordens do governo japonês.

Quando o Japão se rendeu no final da Segunda Guerra Mundial, Puyi embarcou num voo para o Japão, mas foi capturado pelo Exército Vermelho soviético e forçado a testemunhar nos julgamentos de crimes de guerra em Tóquio em 1946, permanecendo sob custódia soviética na Sibéria até 1949. Quando o Exército Vermelho de Mao Tsé-tung prevaleceu na Guerra Civil Chinesa, os soviéticos entregaram o ex-imperador, então com 43 anos, ao novo governo comunista da China.

O presidente Mao ordenou que Puyi fosse enviado ao Centro de Detenção de Criminosos de Guerra de Fushun, também chamado de Prisão nº 3 de Liaodong, um campo de reeducação para prisioneiros de guerra do Kuomintang, Manchukuo e Japão. Puyi passaria dez anos internado na prisão, constantemente bombardeado com propaganda comunista. Em 1959, Puyi estava pronto para falar publicamente a favor do Partido Comunista Chinês. Foi libertado do campo de reeducação e voltou a Pequim, onde conseguiu um emprego como jardineiro assistente no Jardim Botânico de Pequim.

Quando Mao deu início à Revolução Cultural em 1966, os seus Guardas Vermelhos imediatamente apontaram Puyi como o símbolo máximo da “velha China”. Como resultado, Puyi foi colocado sob custódia protectora e perdeu muitos dos luxos simples que recebera desde a sua libertação da prisão.

Faleceu em 17 de Outubro de 1967, com apenas 61 anos, Puyi, o último imperador da China. A sua vida estranha e turbulenta terminou na cidade onde tinha começado, depois de seis décadas e três regimes políticos.

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