Batalha do Somme (de 1 de Julho a 18 de Novembro de 1916)

Batalha do Somme (de 1 de Julho a 18 de Novembro de 1916)

 

Batalha do Somme

A Batalha do Somme, também conhecida como Ofensiva do Somme, foi uma batalha travada durante a Grande Guerra, entre os exércitos do Império Britânico e da França e o exército Alemão. Decorreu entre 1 de Julho e 18 de Novembro de 1916, em ambas as margens do rio Somme, no Nordeste da França.

O objectivo da ofensiva era finalmente dar a vitória aos Aliados e romper o impasse da luta de trincheiras. Acabou sendo uma das maiores batalhas travadas na Frente Ocidental, envolvendo mais de três milhões de homens na linha da frente.

Em Dezembro de 1915, na Conferência de Chantilly, o alto-comando militar francês e britânico haviam acordado que seria lançada uma grande ofensiva na região do Somme. Nos primeiros dois anos de guerra os Aliados haviam desperdiçado tropas e recursos em ataques individuais ao longo da linha de frente, com pouca ou nenhuma coordenação entre as nações da aliança. Assim, para 1916, os Aliados comprometeram-se a combinar estratégias e acções contra as Potências Centrais, com os russos atacando pelo Leste, os italianos pelo Sul, e os exércitos franco-britânicos atacando no Oeste, na área do rio Somme.

Os planos iniciais vislumbravam ao menos 42 divisões francesas na linha de frente, apoiadas no flanco Norte pelo 4º Corpo de Exército da Força Expedicionária Britânica (a BEF).

No entanto, quando em 21 de Fevereiro o exército alemão deu início à Operação “Gericht”, no rio Meuse, os franceses enviaram várias divisões, das que estavam preparadas para o Somme, em direcção ao Sul com o propósito de manter a posse, a todo o custo, da cidade de Verdun. Com isto, os britânicos, que apenas seriam “coadjuvantes” na ofensiva do Somme, passaram a ser os protagonistas.

Com a luta em Verdun a intensificar-se (Batalha de Verdun), os franceses pediram aos ingleses que antecipassem o ataque no Somme. O comandante britânico, Douglas Haig, sabia que o momento não era oportuno, porém a fragilidade da situação da França, comprometendo tantas tropas na região de Verdun-sur-Meuse, fê-lo reconsiderar e concordou que um ataque na oportunidade mais próxima poderia finalmente quebrar as linhas alemãs e acabar com a guerra ainda em 1916.

A 1 de Julho de 1916, o exército britânico, protegido por um intenso bombardeamento de artilharia, lançou-se contra as posições defensivas alemãs, atacando da região de Foucaucourt-en-Santerre, ao Sul do Somme, até Maricourt, na margem Norte, com uma força de apoio avançando pela estrada Albert–Bapaume, perto de Gommecourt.

As forças britânicas sofreram pesadas baixas devido ao enorme aparato defensivo alemão. No primeiro dia do Somme os britânicos sofreram mais de 57 mil baixas (incluindo 19.240 mortos em combate), fazendo deste o “pior dia na história do exército britânico”. Pouquíssimas tropas inglesas conseguiram chegar às linhas alemãs, com as treze divisões britânicas vendo companhias inteiras sendo destroçadas ou dispersadas.

Os alemães haviam adoptado uma postura defensiva a partir de 1914 e, ao contrário dos Aliados, haviam gasto muitos recursos fortificando as suas trincheiras, adoptando a estratégia de defesa em profundidade, cavando buracos fundos e “bunkers” reforçados em concreto, ganhando assim uma enorme vantagem defensiva. Em comparação os Aliados haviam feito trincheiras relativamente mal preparadas, já que a mentalidade era a da “ofensiva a todo o custo”, considerando manter grandes defesas como um desperdício de tempo e recursos.

Nesta batalha ambos os lados utilizaram centenas de aviões, sendo uma das primeiras vezes na história que grandes ataques terrestres eram coordenados com o poderio aéreo. Os britânicos também utilizaram, a partir de Setembro, pela primeira vez a sua nova arma, o tanque de guerra, buscando penetrar, à força, nas trincheiras alemãs. O tanque, apesar de causar um forte impacto psicológico, acabou não sendo decisivo, com os alemães a adaptar-se rapidamente. Falhas mecânicas eram comuns e a maioria dos tanques utilizados no Somme foram destruídos ou abandonados.

A ofensiva do Somme durou 140 dias, com quase um milhão de homens mortos ou feridos (somadas as perdas de ambos os lados), fazendo desta batalha uma das mais sangrentas da história das guerras. No final, as forças britânicas e francesas apenas haviam avançado 10 km dentro do território ocupado pelos alemães.

Foi a maior conquista territorial desde Setembro de 1914, na Primeira Batalha do Marne.

A luta no Somme também desviou algumas divisões alemãs que combatiam em Verdun, aliviando a situação dos franceses. Contudo, os principais objectivos tácticos da batalha não foram atingidos e as linhas defensivas alemãs, na Frente Ocidental, não quebraram.

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