Colónias Alemãs – Sudoeste Africano (Südwestafrika)

Colónias Alemãs – Sudoeste Africano (Südwestafrika)

1884 – 1919

 

Sudoeste Africano Alemão (Südwestafrika)

 

Brasão do Sudoeste Africano Alemão (Südwestafrika)

O Sudoeste Africano Alemão, em alemão “Deutsch-Südwestafrika, DSWA”, actualmente a Namíbia, foi uma colónia Alemã, de 7 de Agosto de 1884 até 1915, data em que foi ocupada pela África do Sul e administrada como Sudoeste Africano. Com uma área de 835.100 km², o seu território facilmente ultrapassava uma vez e meia o tamanho do Império Alemão, naquela época.

A área era inicialmente conhecida como Sudoeste Africano Alemão (Deutsch-Südwestafrika), em seguida, como Sudoeste Africano, reflectindo a ocupação colonial pelos Alemães e pelos Sul-Africanos (tecnicamente em nome da coroa Britânica, reflectindo o facto da África do Sul ter pertencido ao Império Britânico).

Com a independência em 1990, o seu nome mudou para Namíbia.

 
História

Adolf Eduard Lüderitz (1834–1886), Comerciante e Explorador

Os primeiros europeus a desembarcar e a explorar a região foram os navegadores portugueses Diogo Cão em 1485 e Bartolomeu Dias em 1486, embora a região não tivesse sido reclamada pela coroa Portuguesa. No entanto, como a maioria da África Subsariana, o Sudoeste Africano Alemão não foi extensivamente explorado por europeus até ao século XIX, período da chegada de comerciantes e colonos, principalmente da Alemanha e da Suécia.

A 16 de Novembro de 1882, um comerciante de Bremen, no Império Alemão, Adolf Lüderitz, solicitou ao Chanceler Otto von Bismarck protecção para a construção de uma estação comercial que ele planeava edificar no Sudoeste Africano. Garantida a protecção, Heinrich Vogelsang, seu subordinado, iniciou a compra de terras a um chefe nativo e estabeleceu uma cidade em Angra Pequena, renomeada seguidamente para Lüderitz.

Povo Herero

A 24 de Abril de 1884, a área é colocada sob a protecção da Alemanha Imperial para deter a invasão Britânica.

Por essa altura, o navio Nautilus da Marinha Imperial visita a colónia para analisar a situação. Um relatório favorável do governo e a aquiescência dos Britânicos, resultaram numa visita a Leipzig e Elisabeth.

A bandeira Alemã foi finalmente erguida no Sudoeste Africano a 7 de Agosto de 1884. Os créditos Alemães sobre esta terra foram confirmados durante a Conferência de Berlim. Em Outubro, o Comissário recém-nomeado para a África Ocidental, Gustav Nachtigal, chega a Möwe.

Lothar von Trotha (1848-1920), General, responsável pela quase exterminação dos Hereros

Entre 1904 e 1907, os Herero (um povo pertencente ao grupo nativo Bantu) e os Namaqua (os Namaqua são o maior grupo do povo Khoisan e vivem na Namíbia Central) lutaram contra os Alemães e o subsequente “Genocídio de Herero e Namaqua”, cerca de 10.000 Namaquas (metade da população) e aproximadamente 65.000 Hereros (cerca de 80% da população) foram mortos. Os sobreviventes, quando finalmente libertados da prisão, foram submetidos a uma política de expropriação, deportação, trabalhos forçados, à segregação racial e à discriminação num sistema que, em muitos aspectos, antecipou o apartheid.

Alguns historiadores especularam que o genocídio Alemão no Sudoeste Africano Alemão (agora Namíbia) foi um modelo usado pelos Nazis no Holocausto. No entanto, o pai do comandante da “Luftwaffe” (Força Aérea) Hermann Göring foi o único governador colonial Alemão da Namíbia e tem uma rua com o seu nome, em Swakopmund. A memória do genocídio continua a ser relevante para a identidade étnica na independente Namíbia e para as relações com a Alemanha.

Tropas alemãs, montadas em camelos

Durante a Grande Guerra, as tropas Sul-Africanas abriram as hostilidades com um atentado contra a delegação da polícia de Ramansdrift a 13 de Setembro de 1914. Os colonos Alemães foram transportados para campos de prisioneiros, perto de Pretória e, mais tarde, para Pietermaritzburg. Por causa da superioridade esmagadora das tropas Sul-Africanas, as “German Schutztruppe”, (Forças de Protecção Alemãs), juntamente com grupos de Afrikaner (grupo étnico na África Austral descendente de colonos Holandeses, Franceses e Alemães) voluntários lutaram na rebelião de Maritz do lado dos Alemães, oferecendo oposição apenas como táctica retardadora.

Erich Victor Franke (1865-1936), General

A 9 de Julho de 1915, Victor Franke, o último comandante das “Schutztruppe” (tropas coloniais) capitulou perto de Knorab.

Após a guerra, o território ficou sob o controlo da Grã-Bretanha e, seguidamente, da África do Sul, sob mandato da Sociedade das Nações (ou Liga das Nações). Em 1990, a antiga colónia tornou-se independente como Namíbia, governada pelo antigo movimento de libertação SWAPO.

Muitos nomes Alemães em edifícios e empresas ainda permanecem no país, residindo ainda cerca de 30.000 pessoas de ascendência Alemã. O alemão é ainda amplamente usado na Namíbia, com a “Namíbia Broadcasting Corporation” a manter em funcionamento uma estação de rádio em língua alemã, enquanto o jornal diário “Allgemeine Zeitung”, fundado em 1916, continua a ser editado.

 
HISTÓRIA POSTAL DO SUDOESTE AFRICANO ALEMÃO

Selo do Sudoeste Africano Alemão (Südwestafrika)

Os Serviços Postais Alemães no Sudoeste Africano Alemão iniciaram-se a partir de 16 de Julho de 1888.

Nesta colónia, foram instalados cerca de 100 Serviços Postais até à Grande Guerra.

Em Setembro de 1915, o território foi ocupado pela África do Sul e o Serviço Postal Colonial Alemão deixou de existir.

O Sudoeste Africano Alemão foi entregue à União Sul-Africana a 09 de Julho de 1915.