Ernst Julius Günther Röhm, Militar e Político

Ernst Julius Günther Röhm, Militar e Político

 

Ernst Julius Günther Röhm

Ernst Julius Günther Röhm foi um militar alemão e membro do Partido Nazi. Foi um dos primeiros membros do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP), antecessor do NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei). Röhm foi ainda um capitão que prestou serviço no VII Comando Distrital do Exército, com sede em Munique. Odiava a República Democrática em que se transformou a Alemanha com a assinatura do Tratado de Versalhes.

Ernst Röhm organizou os primeiros grupos de choque nazis, como as “Ordnertruppe” que se converteram depois nas Sturmabteilung (SA).

Forçado a sair da Grande Guerra por invalidez, trabalhou para o Ministério da Guerra na Bavária.

Röhm foi amigo próximo e aliado de Adolf Hitler, refundando e comandando as “Sturmabteilung” (SA), então o braço armado do movimento nazi.

Ernst Röhm tinha real interesse no NSDAP e, efectivamente, aderiu ao movimento de criação do Partido, reconhecendo em Hitler as qualidades de alguém que poderia incitar as massas com a sua oratória hipnótica. Contudo, a intenção de Ernst Röhm nunca foi tornar-se um seguidor de Hitler, mas, em vez disso, utilizar o NSDAP para alimentar as suas próprias ambições pelo poder político e militar.

O seu rosto era coberto de feridas, algumas adquiridas no campo de batalha. Estilhaços de granada destruíram parte do seu nariz. Tinha talento para a organização, mas a sua real aptidão era para a violência bruta.

De acordo com muitos historiadores, teria sido Röhm o homem que induziu Hitler a seguir a carreira política, depois de ver um discurso exaltado do “Führer” num bar de Munique. Pela sua participação e lealdade a Hitler no “Putsch” da Cervejaria (Hitlerputsch), foi posteriormente nomeado “Stabschef” (comandante-em-chefe) das Sturmabteilung (SA), a primeira milícia nazi.

Sob o comando de Röhm, as (SA) tomaram, muitas vezes, o partido dos Trabalhadores em greves e outras disputas trabalhistas, atacando os anti-grevistas e apoiando as linhas de piquete.

A intimidação das (SA) contribuiu para a ascensão dos nazis mas a má reputação de Röhm, ao actuar com extrema violência nas ruas e de beber em excesso, tornou-se um obstáculo para o NSDAP, assim como a sua aberta homossexualidade, bem como a de outros líderes das (SA). Tal facto foi exposto à sociedade por um jornal a partir da divulgação de cartas enviadas por Röhm a possíveis amantes.

Röhm teve muitos inimigos, entre eles estavam altos oficiais da “Reichswehr”, o Exército alemão do período entre guerras. Em bom rigor Röhm tinha planos ambiciosos de transformar as (SA) no cerne do futuro Exército alemão, no que era apoiado pelo numeroso contingente das “Sturmabteilung” (SA), com cerca de 3 milhões de membros. Röhm também não gozava da simpatia de “figurões” do Partido Nazi. Embora Hitler o estimasse pela sua capacidade administrativa e lealdade à causa nazi, não tardou muito em considerá-lo como um obstáculo ao poder.

A pretensão de que as (SA) substituíssem o Exército alemão era contrária às ideias do Führer, que pretendia atrair o apoio do Exército, dos industriais e dos proprietários de terras à causa nazi. Essas diferenças irreconciliáveis levaram à “Noite das Facas Longas“, a 30 de Junho de 1934.

Nessa madrugada Röhm foi preso pessoalmente por Hitler, num hotel nos arredores de Munique e, resistindo à prisão, foi levado à força para um cárcere em Stadelhein.

Em 2 de Julho de 1934, em Stadelhein, seguindo ordens directas de Hitler, Theodor Eicke (construtor do Campo de Concentração de Dachau) e um oficial das Schutzstaffel (SS) apareceram na sua cela entregando-lhe uma pistola com um projéctil, e deram-lhe 10 minutos para se matar.

Röhm recusou-se a cometer suicídio como forma de confessar os supostos planos de levar as Sturmabteilung (SA) ao controlo do Reich, e Eicke e o oficial, obedecendo às ordens recebidas, executaram-no com um tiro à queima-roupa.

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