Estados Antigos – Baviera (Reino da Baviera)

Estados Antigos – Baviera (Reino da Baviera)

1805 – 1918

 

Baviera (Bayern)

 

Brasão-de-Armas do Estado da Baviera

A Baviera (em alemão Bayern e em latim Bavaria), oficialmente o Estado Livre da Baviera (alemão e bávaro: Freistaat Bayern), é um dos dezasseis estados federais (Länder) da Alemanha.

Localizada no Sudeste do país, a Baviera tem uma área de 70.553 km2, sendo o maior estado alemão, e 12,9 milhões de habitantes, o que a torna a segunda região mais povoada depois da Renânia do Norte-Vestfália.

A sua capital e maior cidade é Munique (em alemão: München), a terceira maior cidade da Alemanha.

Mapa de localização do Estado da Baviera na Alemanha actual

As principais cidades da Baviera são Munique (capital e maior cidade e, também, a terceira maior cidade da Alemanha), Nuremberga e Augsburg.

Os rios mais importantes são o Danúbio, em alemão “Donau”, e o Meno, em alemão “Main”. Os rios Iller, Lech, Isar e Inn são os afluentes da margem direita do Danúbio em território bávaro; os rios Wörnitz, Altmühl, Naab e Regen são os afluentes da margem esquerda. Os rios Regnitz, Tauber e Fränkische Saale são afluentes do Meno.

Zugspitze, nos Alpes Bávaros, é o ponto mais alto da Baviera e da Alemanha, com 2.962 metros de altitude.

Depois de ter sido uma região pobre com uma economia maioritariamente agrária, a Baviera é, hoje, um dos estados mais ricos da Alemanha e da Europa.

 
História

Celtas e Germânicos habitaram a Baviera, muito antes deste estado receber a designação actual. “Baiovarii” foi o nome de um povo germânico que chegou à região nos séculos V e VI d.C., mas perderam o domínio da região ao ser conquistada pelos francos. A dinastia dos Wittelsbach governou a Baviera ininterruptamente, desde 1180 até 1918. Straubing, Ingolstadt e Munique formaram durante toda a Idade Média a Baviera Superior, enquanto o resto do Estado era denominado Baviera Inferior (Landshut).

No início do século XVI, as várias províncias que ocupavam o território da Baviera Antiga unificaram-se formando um país. A Baviera sempre foi e ainda é um estado católico, o mais significativo representante do catolicismo dentro do Sacro Império Romano-Germânico, juntamente com a Áustria.

Maximilian I Joseph (Maximiliano I José) (1756-1825), Príncipe-Eleitor/Rei da Baviera

Durante o reinado de Maximiliano a Baviera combateu a União Protestante na Guerra dos Trinta Anos .

Em 1623, Maximiliano recebeu o título de príncipe eleitor do Sacro Império, o que lhe dava o direito de votar na escolha do imperador, e tudo graças à lealdade à Igreja Católica.

Em 1806, o duque da Baviera foi feito rei, um desenvolvimento que surge no contexto da influência de Napoleão na política europeia. Além disso, a Baviera obteve os territórios da Francónia e da Suábia. Maximilian von Montgelas surge como um dos estadistas com um papel marcante nesse tempo.

Em 1815, após a desagregação do Império Napoleónico, também o Eleitorado do Palatinato se tornou parte do Reino da Baviera.

O Rei Luís II, que reinou de 1864 até à sua morte em 1886, é provavelmente, o mais conhecido monarca bávaro, responsável pela construção de verdadeiros castelos de contos de fadas, designadamente o célebre Neuschwanstein.

Ludwig Wilhelm (Ludwig II) (Luís II) (1845-1866), Rei da Baviera

Em 1871, em virtude do processo de unificação alemã, o reino passou a fazer parte do Império Alemão “Deutsches Reich” (1871–1918), com o rei da Baviera a passar a ser um vassalo do imperador da Alemanha (o Império Alemão era uma monarquia federal).

Depois da Grande Guerra (1914–1918) o rei da Baviera foi destituído.

Hoje, a Baviera é um estado englobado no seio da República Federal da Alemanha (RFA).

Inicialmente Ducado da Baviera e depois Reino da Baviera, o território foi governado pela Casa de Wittelsbach, de (1323–1918), quando foi proclamada a República de Weimar (1919–1933), em consequência da Grande Guerra (1914–1918).

Como a Casa de Wittelsbach se declarou inimiga da Alemanha nazi (1933–1945), a princesa Antonieta de Luxemburgo, que era princesa consorte da Baviera, casada com Rodolfo, Príncipe Herdeiro da Baviera, foi interceptada por uma milícia nazi e presa, em 1944, tendo sido enviada para o campo de concentração de Sachsenhausen.

Antoinette Wilhelmine (Antonieta de Luxemburgo) (1899-1954), Princesa

Antonieta e os seus filhos foram, no ano seguinte, enviados para o campo de concentração de Dachau, sendo libertados nesse mesmo ano.

Maria Isabel von Wittelsbach, nascida princesa da Baviera, casou-se, em 1937, no Palácio Nymphenburg, com Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, de 1921 a 1981, sendo até a sua morte em 2011, “de jure” (pela lei), a imperatriz-mãe do Brasil.

A Baviera dispõe, presentemente, de um parlamento unicameral (Landtag), eleito por sufrágio universal.

Até Dezembro de 1999, existia também um Senado (Senat), cujos membros eram escolhidos pelos grupos sócio-económicos da Baviera; no entanto, no seguimento de um referendo ocorrido em 1998, esta instituição foi abolida.

 
REINO DA BAVIERA

Brasão-de-Armas do Reino da Baviera

O Reino da Baviera foi um estado germânico que existiu entre 1805 e 1918. O eleitor bávaro Maximiliano IV José da Casa de Wittelsbach tornou-se o primeiro Rei da Baviera como Maximiliano I José em 1806, com o poder permanecendo com os Wittelsbach até à dissolução do reino em 1918.

A maior parte das fronteiras actuais da Baviera foram estabelecidas no Tratado de Paris em 1814, com o reino cedendo o Tirol e Vorarlberg para o Império Austríaco em troca da cidade de Aschaffenburg e Würzburg.

Como estado do Império Alemão, a Baviera era o segundo maior reino, atrás apenas do Reino da Prússia.

 
História

Na Paz de Luneville em 1801, o eleitorado da Baviera, como outros estados do Sacro Império Romano, foi solicitado pela França a ceder os seus territórios na margem esquerda. Assim, o reinado perdeu partes do Palatinado na margem esquerda do Reno e o Ducado de Jülich-Berg. Partes da Francónia e da Suábia foram concedidas ao Eleitorado da Baviera em 1803. Em 1805, a Baviera foi anexada pelo Tratado de Bogenhausen à França do Imperador Napoleão.

Localização do Reino da Baviera enquadrado no mapa da Confederação Germânica

Os Tratados de Brno e a Paz de Pressburg trouxeram grandes ganhos de terra para a Baviera, incluindo todo o Tirol e Vorarlberg, a margraviata austro-suábia de Burgau, a cidade imperial de Augsburg e a área ao redor de Lindau. Ansbach, Eichstätt e o Passau Ilzland também passaram a fazer parte da nova Baviera. Em Março de 1806, a Baviera cedeu o Ducado de Berg, na margem direita do Reno, a Napoleão Bonaparte, em troca do Principado de Ansbach.

Na Paz de Pressburg, assinada em 26 de Dezembro de 1805 entre a França e o imperador alemão Franz II, a Baviera, aliada a Napoleão, foi proclamada reino. O Eleitor Maximiliano IV. José da Baviera aceitou oficialmente o título de “Rei Maximiliano I da Baviera” em 1 de Janeiro de 1806.

O Ministro do Rei Maximiliano, Maximilian Graf von Montgelas, é considerado o criador do moderno Estado da Baviera. Em 1 de Maio de 1808, a Constituição da Baviera foi promulgada, concedendo direitos de liberdade e igualdade e definindo o rei como um órgão do estado. O rei tinha que jurar a constituição e, portanto, estava sujeito a ela. Ao mesmo tempo, a constituição apagou quaisquer relíquias da servidão deixadas pelo antigo império. Os éditos religiosos de 10 de Janeiro de 1803 e de 14 de Junho de 1809 deram a todas as três denominações cristãs direitos iguais – católicos, reformadores e luteranos.

Maximilian Josef de Paula (Conde de Montgelas) (1759-1838), Estadista

O Tratado de Paris de 28 de Fevereiro de 1810 entre a França e a Baviera levou à consolidação regional. A Baviera recebeu Markgraftum Bayreuth, o Principado de Regensburg, o Innviertel, metade do Hausruckviertel, bem como o Rupertiwinkel (Arcebispado de Salzburgo até 1803) e a Terra de Berchtesgadener (coração dos Príncipes de Berchtesgaden até 1803) como territórios. Em troca, o Sul do Tirol e algumas áreas da Suábia tiveram que ser entregues. O acordo de fronteira entre a Baviera e Württemberg, de 18 de Maio de 1810, e as respectivas atribuições territoriais criaram a fronteira que existe até hoje.

Como resultado do Congresso de Viena, 1814–1815, a Baviera teve que desistir de grande parte dos seus ganhos no Tirol e em Salzburgo, bem como no recuperado Innviertel. Em compensação, recuperou partes do Palatinado na margem esquerda do Reno e as áreas da Francónia à volta de Würzburg e Aschaffenburg. As novas fronteiras foram definidas pelo Tratado de Munique em 1816. A disputa de fronteira Baden-Bavária sobre o Palatinado na margem direita do Reno com as antigas residências de Wittelsbach, Mannheim, Schwetzingen e Heidelberg, foi decidida em favor de Baden, no Congresso de Aachen em 1818.

Em 1818, Maximiliano I Joseph publicou a constituição de 1818, que, ao contrário da constituição de 1808, também regulamentou a questão da representação popular, acrescentando as liberdades políticas às liberdades civis. A nova constituição previa uma divisão em duas câmaras. Na primeira câmara sentavam-se representantes do clero e da nobreza, bem como outras pessoas nomeadas pelo rei. A segunda câmara foi preenchida por votação indirecta do censo. Com isso, a Baviera tornou-se uma monarquia constitucional. A constituição do Reino da Baviera, concedida em 1808 e amplamente revisada em 1818, permaneceu em vigor nesta forma (com alguns acréscimos e alterações) até o fim da monarquia em 1918, ou seja, durante, exactamente, 100 anos.

 
Filatelicamente

Apesar da adesão ao Império Alemão em 1871, a Baviera não deixou de emitir filatelia própria. Manteve-a mesmo depois do fim do Reino em 1918 e durante o início da República de Weimar (1919–1920), englobando o período de tempo do efémero Estado Popular da Baviera (1919). Terminou a emissão própria de selos em 1920 quando algumas das suas séries, ao levarem a sobrecarga “Deutsches Reich”, foram usadas em toda a Alemanha. Depois passou a utilizar as séries da República de Weimar.