1226 – 1937
Schleswig-Holstein é o mais setentrional dos 16 estados da Alemanha, compreendendo a maior parte do ducado histórico de Holstein e a parte Sul do antigo Ducado de Schleswig. A capital é Kiel, sendo as outras cidades mais notáveis: Lübeck e Flensburg.
O termo “Schleswig” descende da cidade com o mesmo nome. O nome deriva da enseada Schlei no leste e vik significa enseada no nórdico antigo ou assentamento no saxão antigo, e cognato com o elemento “-wick” ou “-wich” nos nomes de lugares na Grã-Bretanha.
O termo “Holstein” deriva de “Old Saxon Holseta Land”, (Holz e Holt significam madeira em alemão padronizado moderno e em inglês literário, respectivamente). Originalmente, referia-se ao centro das três tribos saxãs ao Norte do rio Elba: Tedmarsgoi (Dithmarschen), Holstein e Sturmarii (Stormarn). A área da tribo dos Holsts ficava entre o rio Stör e Hamburgo e, após a cristianização, a igreja principal ficava em Schenefeld.
Saxon Holstein tornou-se parte do Sacro Império Romano, no final do século VIII, após as campanhas saxónicas de Carlos Magno. Desde 811, a fronteira Norte de Holstein (e, portanto, do Império) foi marcada pelo rio Eider.
História
O conflito entre a Dinamarca e os Estados Alemães sobre Schleswig e Holstein levou à Questão Schleswig-Holstein no século XIX. A Dinamarca, através do seu rei Frederico, promulgou uma constituição democrática comum à Dinamarca e a Schleswig-Holstein tentando assim integrar os Ducados no Reino da Dinamarca em 1848, provocando a revolta dos Alemães étnicos que apoiavam os laços de Schleswig com Holstein e a manutenção na dependência alemã.
A intervenção militar do Reino da Prússia apoiou a revolta: o exército Prussiano expulsou as tropas Dinamarquesas a partir de Schleswig e Holstein, na Primeira Guerra de Schleswig entre 1848–1851.
A Dinamarca tentou novamente integrar Schleswig em 1864, mas a Confederação Alemã derrotou os Dinamarqueses na Segunda Guerra de Schleswig.
A Prússia e a Áustria assumiram, respectivamente, a administração de Schleswig e de Holstein ao abrigo da Convenção de Gastein, de 14 de Agosto de 1865 (um tratado, celebrado pelas duas principais potências da Confederação Germânica, a Prússia e a Áustria, a respeito da administração das províncias do Schleswig e do Holstein, que haviam sido retiradas do domínio da Dinamarca após a Segunda Guerra dos Ducados).
No entanto, as tensões entre os dois poderes culminaram com a Guerra Austro-Prussiana de 1866. Na Paz de Praga, os Prussianos vitoriosos anexaram Schleswig e Holstein, criando a província de Schleswig-Holstein.
Pelo Artigo V da Paz de Praga, tratado estabelecido no final da Guerra Austro-Prussiana, Schleswig foi cedido pela Áustria à Prússia com a reserva de que as populações do Norte de Schleswig se poderiam unir novamente à Dinamarca, caso expressassem esse desejo por votação (através da realização de um plebiscito).
Aproveitando os termos desses tratados, cerca de 50.000 dinamarqueses de Schleswig do Norte, de uma população total de cerca de 150.000, optaram pela Dinamarca e foram expulsos pela fronteira, enquanto aguardavam pela realização do plebiscito que lhes devolveria o território. O plebiscito nunca aconteceu. A Prússia não teve, desde o início, qualquer intenção de ceder um centímetro do território que tinha sido conquistado. Posteriormente, com o resultado da Guerra Franco-Prussiana, favorável à Prússia, a realização do plebiscito deixou de ser uma realidade e, pelo Tratado de Viena de 11 de Outubro de 1878, a cláusula relativa ao plebiscito foi formalmente revogada com o consentimento da Áustria.
DUCADO DE SCHLESWIG
Schleswig ou Jutlândia do Sul (em dinamarquês “Sønderjylland” ou “Slesvig”, em alemão “Schleswig”, em baixo-alemão “Sleswig”), é uma região que abrange uma área de cerca de 60 km a Norte e 70 km a Sul da fronteira entre a Alemanha e a Dinamarca.
O Ducado de Schleswig, ou Jutlândia do Sul, foi parte integrante da Dinamarca, mas na Idade Média era um feudo do Reino da Dinamarca, com o mesmo tipo de afinidade com a Dinamarca que Brandemburgo ou a Baviera detinham com o Sacro Imperador Romano.
Os feudos e as alianças conjugais trouxeram à dinastia Abel uma estreita ligação com o Ducado Alemão de Holstein no século XV. O último era um feudo subordinado ao Sacro Império Romano, enquanto Schleswig permaneceu um feudo Dinamarquês. Esta dupla lealdade acabou por se tornar a raiz da principal disputa entre os estados Alemães e Dinamarqueses no século XIX, quando as ideias de nacionalismo romântico e do Estado-nação conquistaram o apoio popular.
Filatelicamente
Entre 1851 e 1864 a Dinamarca assegurou o serviço postal deste ducado. Com a anexação pela Prússia em 1866, o ducado deixou de emitir selos próprios, tendo adoptado a filatelia emitida pelo Império. Só voltou a emitir filatelia própria por altura da realização do Plebiscito (1920) decorrido, por determinação do Tratado de Versalhes, após a derrota alemã na Grande Guerra (1914–1918).
DUCADO DE HOLSTEIN
O novo condado de Holstein foi estabelecido em 1111. Primeiro foi um feudo do Ducado da Saxónia, depois do Ducado de Saxe-Lauenburg e, finalmente, do Príncipe-Bispado de Lübeck. Com o estabelecimento da nova unidade territorial, a expansão para o Leste começou e os Wagrianos foram finalmente derrotados em 1138.
O condado de Holstein era governado pela Casa de Schaumburg, sendo Adolf I, Conde de Holstein. Holstein foi temporariamente ocupado pela Dinamarca após a Batalha de Stellau (1201), mas foi reconquistado pelo Conde de Schauenburg e seus aliados na Batalha de Bornhöved (1227).
Quando a linha Holstein-Rendsburg, dos condes de Schauenburg, se extinguiu com a morte de Adolf VIII de Holstein-Rendsburg em 1459, Christian I da Dinamarca herdou – de seu tio materno Adolf I – o Ducado de Schleswig, um feudo dinamarquês. Pelo Tratado de Ribe (1460), foi também eleito conde de Holstein-Rendsburg, então ainda um sub-feudo Saxe-Lauenburgiano dentro do Sacro Império Romano.
Com a dissolução do Sacro Império Romano em 1806, o estatuto de vassalo imperial de Holstein desapareceu. Assim, tornou-se um estado soberano. Por causa da sua união à Dinamarca, o Ducado de Holstein não ficou sob ocupação francesa durante a era napoleónica. De 1815 a 1864 foi membro da Confederação Germânica, embora ainda unido à Dinamarca (sendo o Rei da Dinamarca também o Duque de Holstein).
Filatelicamente
Entre 1851 e 1864 a Dinamarca assegurou o serviço postal deste ducado. Com a anexação pela Prússia em 1866, o ducado deixou de emitir selos próprios, tendo adoptado a filatelia emitida pelo Império.
CIDADE LIVRE DE LÜBECK
A Cidade Livre e Hanseática de Lübeck foi uma cidade-estado de 1226 a 1937, onde hoje são os estados alemães de Schleswig-Holstein e Mecklenburg-Vorpommern.
Em 1226, o imperador Friedrich II (Frederico II) declarou a cidade de Lübeck como Cidade Imperial Livre. A lei de Lübeck tornava a cidade independente do Império. No século XIV, tornou-se a “Rainha” da Liga Hanseática e, nessa altura, o maior e mais poderoso membro desta organização comercial medieval.
Em 1359, Lübeck comprou a “Herrschaft ducal de Mölln” (Domínio Ducal de Mölln), aquisição crucialmente importante, uma vez que Mölln era um importante ponto de partida no comércio (especialmente no comércio de sal) entre a Escandinávia e as cidades de Brunswick e Lunenburg via Lübeck. Portanto, Lübeck reforçou a segurança de Mölln com guardas armados para manter a lei e a ordem nas estradas.
A cidade de Lübeck e Eric III, Duque de Saxe-Bergedorf-Mölln, estipularam, ainda, que após a morte deste, Lübeck teria o direito de tomar posse das áreas penhoradas, até que os seus sucessores reembolsassem o crédito concedido.
Em 1401, Eric III morreu e foi sucedido pelo seu primo, de segundo grau, Eric IV de Saxe-Ratzeburg-Lauenburg. No mesmo ano, Eric IV, apoiado pelos seus filhos Eric, posteriormente Eric V, e John, ocupou à força as áreas penhoradas, sem fazer qualquer tipo de reembolso. Lübeck não reagiu de imediato.
Quando, em 1420, Eric V atacou o Príncipe Eleitor Frederico I de Brandemburgo, Lübeck aliou-se a Hamburgo em apoio a Brandemburgo. Os exércitos de ambas as cidades abriram uma segunda frente de combate e conquistaram, em poucas semanas, Bergedorf, o castelo Riepenburg e a estação de pedágio (portagem paga) do Rio Esslingen (hoje Zollenspieker Ferry). Isso forçou Eric V a assinar, com o burgomestre de Hamburgo, Hein Hoyer, e o burgomestre de Lübeck, Jordan Pleskow, a Paz de Perleberg, em 23 de Agosto de 1420. Ficou estipulado que todas as áreas penhoradas que Eric IV, Eric V e João IV tinham ocupado, violentamente, em 1401 seriam irrevogavelmente cedidas às cidades de Hamburgo e Lübeck.
Lübeck permaneceu uma Cidade Imperial Livre mesmo após a Restruturação Territorial Alemã em 1803 e se tornou um estado soberano na dissolução do Sacro Império Romano em 1806. Durante a Guerra da Quarta Coalizão (aliança) contra Napoleão Bonaparte, as tropas francesas ocuparam a neutra Lübeck após uma batalha cem 6 de Novembro de 1806.
De 1811 a 1813 Lübeck foi formalmente anexada como parte do Primeiro Império Francês tendo o comércio sofrido bastante com isso. Reassumiu o seu status anterior em 1813. O Congresso de Viena de 1815 reconfirmou a independência de Lübeck e tornou-se um dos 39 estados soberanos da Confederação Germânica. Lübeck juntou-se à Confederação da Alemanha do Norte em 1867.
Em 1871, Lübeck tornou-se um estado autónomo dentro do recém-fundado Império Alemão. O seu estatuto foi enfraquecido durante a República de Weimar (1919–1933), pela aplicação das leis da República em determinar os impostos estaduais e do Reich. Em 1933, no decorrer da “Gleichschaltung” (na acepção dada pelo Partido Nacional-Socialista alemão (NSDAP), designava o processo de se estabelecer um sistema de uniformização, a fim de instaurar, com sucesso, o controle totalitário sobre todos os aspectos da sociedade, desde a economia, associativismo, comunicação social, cultura e educação), o senado de Lübeck (o governo da cidade) e o Bürgerschaft (o parlamento) foram manipulados a fim de criar um maioria nazi. Em 1935, o estado de Lübeck, como o de todos os estados alemães, havia desaparecido completamente, sem ser formalmente suspenso.
Lübeck foi ocupada pelo Exército Britânico nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial. Posteriormente o Exército Soviético ocupou todo o território a Leste da cidade, conforme acordado pelas potências aliadas. No entanto, ao contrário de Hamburgo e Bremen, Lübeck não foi restaurado à condição de Estado. Em vez disso, a cidade foi incorporada ao novo estado federal de Schleswig-Holstein.
Filatelicamente
Após a adesão à Confederação da Alemanha do Norte em 1866, Lübeck deixou de emitir selos, pelo que, adoptou as emissões filatélicas da Confederação e posteriormente do Império Alemão.