Grande Guerra – Bélgica

Grande Guerra – Bélgica

1914 – 1918

 

Grande Guerra – Ocupação Alemã da Bélgica

 

Brasão da Bélgica

A Bélgica era um país neutro. Declarou a sua independência aquando do corte de relações com a Holanda (1831). Na época das grandes guerras, como a Guerra Franco-Prussiana (1870–71), a Bélgica permaneceu neutral.

Albert Léopold Meinrad (Albert I) (Alberto I) (1875–1934), Rei da Bélgica

A Bélgica era um pequeno país. Em 1914, a sua população totalizava cerca de 7,5 milhões de habitantes. Era um país rico com uma economia próspera baseada no comércio e na indústria.

O país tinha uma monarquia constitucional. O Rei Albert I foi o mais venerado monarca da Bélgica, devido em grande parte ao seu papel na resistência aos Alemães.

O Kaiser Wilhelm explicou ao Rei Albert os planos da Alemanha para a Guerra antes do seu início, deixando-o indignado. O Kaiser pretendia com esta atitude levar o Rei Albert a concordar com a passagem, sem restrições, do exército Alemão através da Bélgica.

Friedrich Wilhelm Albert (Wilhelm II) (Guilherme II) (1859-1941), Imperador Alemão

A Grande Guerra iniciou-se com a invasão alemã da Bélgica. Albert estava ciente dos planos de invasão alemães, mas nada podia fazer, pois a sua neutralidade impedia o país de se defender.

A Alemanha solicitou autorização para marchar com o seu exército através da Bélgica para atacar a França. O Rei Albert recusou e os alemães invadiram a Bélgica a 4 de Agosto de 1914.

Este acontecimento revoltou o mundo ao perceber que os Alemães não respeitaram os direitos de um pequeno país neutral, violando o direito internacional.

Campos de batalha na Flandres, Bélgica

A Alemanha ocupou a maior parte da Bélgica antes de ser travada pelas tropas Britânicas e Francesas. A acção corajosa do exército belga, apesar de pequeno e mal equipado, face à força invasiva Alemã, fez retardar o seu avanço. Provavelmente esta acção salvou Paris e constituiu um factor decisivo no “Milagre de Marne”, fazendo, assim, parar o Exército Alemão.

A invasão alemã na Bélgica garantiu à Alemanha vantagens militares, mas também trouxe o opróbrio do agressor à Alemanha, que influenciou significativamente a opinião pública mundial, incluindo a opinião pública americana. Este acabaria por ser um factor importante na entrada da América na Guerra. Albert recusava-se a abandonar os seus propósitos, continuando a resistir aos ataques Alemães. Permaneceu com o Exército belga, ajudando a manter na posse dos belgas uma pequena parte do país, o extremo Sudoeste.

 
A Ocupação Alemã

Após a Primeira Batalha do Marne, a frente ocidental rapidamente se tornou num gigantesco sistema de posições fortificadas e trincheiras desde a Suíça até ao Canal.

Apesar de os alemães terem sido detidos, já tinham invadido a maior parte da Bélgica, que permaneceu em mãos dos alemães durante a maior parte da Guerra. As autoridades alemãs governavam com métodos repressivos.

Tropas Alemãs na ‘Grand Place’ em Bruxelas, Bélgica

Os alemães confiscaram casas e outras propriedades para as suas tropas invasoras. As tropas alemãs matavam os civis que resistiam. Os alemães também usaram os civis para trabalhos forçados. Esses trabalhadores eram mal alimentados. Racionaram os alimentos, com pouca ou nenhuma preocupação, com grande impacto sobre a população civil. A Bélgica, tal como a Alemanha, não era auto-suficiente na produção de mantimentos.

A Flandres, durante a ocupação alemã, separou-se da Bélgica, em Novembro de 1917. Na época, parecia que os alemães poderiam finalmente ganhar a guerra.

Em 1918, Albert finalmente cede à pressão e coopera com os aliados no ataque final.

Após o fracasso da Ofensiva de Primavera Alemã, os exércitos aliados reforçaram-se significativamente com a grande e crescente Força Expedicionária Americana, rompendo a Frente Ocidental alemã e libertando grandes áreas da Bélgica, entre Agosto e Novembro de 1918.

Tropas Alemãs em Bruxelas, Bélgica

Após o pedido de armistício efectuado pelos Alemães, o governo Flamengo entrou em colapso, em Novembro de 1918.

Como parte do Armistício de Compiègne, os alemães tiveram que se retirar das áreas remanescentes da Bélgica que ainda ocupavam. Depois da Guerra, os líderes Flamengos que cooperaram com os alemães foram julgados por traição. Alguns foram enforcados.

Durante a Grande Guerra prestaram serviço no Exército Belga cerca de 267.000 homens. Ficaram feridos cerca de 54.000 belgas e 14.000 foram mortos.

Um grande número de civis Belgas fugiu do avanço das tropas Alemãs. Alguns fugiram para o Norte da Holanda. Outros fugiram para o Sul da França. Cerca de 1 milhão de belgas procurou refúgio na Holanda. A maioria dos civis que fugiram para a Holanda retornou gradualmente à Bélgica apesar de ter sido ocupada pelos alemães. Permaneceram cerca de 100.000 belgas na Holanda durante a guerra. Alguns tinham recursos para se sustentar. O Governo Holandês abriu campos de refugiados para aqueles que não tinham forma de se sustentar.

 
As Ocupações Belgas

Soldado belga em Düsseldorf, Fevereiro de 1919

De 1 a 17 de Dezembro de 1918, tropas belgas marcharam sobre a Alemanha e tomaram posição. Instalaram-se no vale do baixo Reno (sector Aachen), que representava cerca de 10% do território ocupado pelas forças aliadas.

A 1 de Agosto de 1925, os últimos soldados belgas deixaram a margem direita do Reno. Na sequência disso, a evacuação da zona em torno de Colónia foi preparada, juntamente com a reorganização territorial entre os Aliados e uma grande redução no número de tropas ainda estacionadas na margem esquerda do rio. Deste ponto em diante, apenas uma política de presença foi assegurada.

Em 1930, as tropas belgas deixaram os territórios da Renânia cinco anos antes das datas estipuladas no Tratado de Versalhes. Ao todo, a presença belga ao longo das margens do Reno durou doze anos.

Durante a Grande Guerra, em África, o Território do Ruanda-Urundi foi conquistado pelas forças belgas estacionadas no Congo Belga, em 1916.

A ex-colónia Alemã esteve sobre soberania Belga desde 1916 até 1924. De 1924 a 1945, manteve-se sob Mandato Classe B da Sociedade das Nações (ou Liga das Nações) e depois como Protectorado das Nações Unidas (ONU) desde 1946 até 1962, quando os Estados do Ruanda e do Burundi se tornaram independentes.