Grande Guerra – Estónia

Grande Guerra – Estónia

1917 – 1918

 

Grande Guerra – Ocupação Alemã da Estónia

 

Brasão da Estónia

A ocupação da Estónia pelo Império Alemão ocorreu durante os últimos estágios da Grande Guerra.

Entre 11 e 21 de Outubro de 1917, o Exército Imperial Alemão ocupou o Arquipélago Ocidental da Estónia, o Arquipélago Moonsund, constituído pelas ilhas de Saaremaa (Ösel), Hiiumaa (Dago) e Muhu (Muhn).

Durante a ocupação da Estónia, os Alemães sofreram um total de 368 mortos e cerca de 1400 soldados feridos. Levaram 20 mil Russos como prisioneiros de guerra e capturaram vários navios de guerra Russos. Um dos mais velhos navios de guerra Russo, o couraçado Slava, foi afundado durante a Batalha do Som Lunar (Battle of Moon Sound), às portas da Ilha de Muhu.

Desembarque de tropas Alemãs e ocupação da ilha de Ösel, na Estónia, entre 12 e 20 de Outubro de 2017

O Exército Imperial Alemão usou a sua 60ª Companhia (19ª Divisão de Infantaria, a 77ª Divisão Reservista e a 4ª Divisão de Cavalaria) para atacar o Norte da Livónia e a Estónia. A 6ª Companhia (a 205ª e 219ª Divisão de Infantaria e 1ª Divisão de Cavalaria) atacou a partir do Arquipélago Ocidental da Estónia para Lihula, Virtsu e Haapsalu.

Para pressionar o novo regime Bolchevique da União Soviética a assinar o Tratado de Brest-Litovski, os Alemães desembarcaram na Estónia a 18 de Fevereiro de 1918 e marcharam até Haapsalu (Hapsal) onde chegaram a 21 de Fevereiro.

Tropas alemãs desembarcando na ilha de Saaremaa (Ösel), na Estónia, com prisioneiros de guerra russos em primeiro plano

Os alemães ocuparam Valga (Walk) a 22 de Fevereiro, Pärnu (Pernau), Viljandi (Fellin), e Tartu (Dorpat) a 24 de Fevereiro. Tallinn (Revel) foi ocupada a 25 de Fevereiro e o resto da Estónia a 4 de Março, a última cidade a ser ocupada foi Narva, a 4 de Março de 1918, terminando com o regime republicano que tinha declarado a independência da Estónia a 24 de Fevereiro de 1918 em Tallinn, e o fim dos domínio local dos Russos-Estonianos conhecidos por Guardas Vermelhos.

Os últimos Guardas Vermelhos escaparam atravessando o Rio Narva a 5 de Março de 1918.

Em 1918, a Estónia passou a fazer parte do Ober Ost (Leste Superior) Alemão passando este a administrar militarmente a Curlândia, a Estónia, a Livónia, Ösel e Riga.

 
A Independência

Konstantin Päts (1874-1956), Presidente da Estónia

Entre a retirada Russa, devido ao avanço das tropas Alemãs e a Ocupação da Estónia, o Comité de Salvação do Conselho Nacional da Estónia, Maapäev, declarou a independência da Estónia a 24 de Fevereiro de 1918. No entanto, as forças Alemãs não reconheceram a independência.

A minoria Alemã do Báltico tentou fundar o Ducado Unido do Báltico. Ao assinar o Tratado de Brest-Litovski, a 3 de Março de 1918, a Rússia Soviética transferiu formalmente a Estónia para a administração militar Alemã, com o adiamento dos respectivos estatutos para mais tarde.

A 23 de Março de 1918, o Comandante da 68ª Companhia Alemã declarou o recém-formado Exército da Estónia ilegal. As prisões dos líderes do Movimento da Independência iniciaram-se em Junho de 1918.

August Winnig (1878-1956), Político, o último representante alemão na Estónia

O chefe de Estado eleito, Konstantin Päts, foi enviado para a Alemanha onde foi mantido na prisão. Durante todo este período, a Comissão para a Salvação da Estónia prosseguiu com as suas actividades secretamente, iniciando conversações com os Aliados Ocidentais.

A Grã-Bretanha reconheceu a independência da Estónia a 3 de Maio de 1918, seguida pela França a 18 de Maio e pela Itália a 29 de Maio de 1918, atribuindo ao comité o estatuto jurídico de representante da Estónia.

Tallinn, Tartu e Narva foram directamente colocadas sob a administração militar Alemã (Ober Ost), mas o resto do país foi dividido e administrado como Amtsbezirks (distritos oficiais) e como pequenos Ortsbezirk (distritos locais).

A Alemanha denunciou o Tratado de Brest-Litovski com todos os seus (até então secretos) protocolos adicionais a 5 de Novembro de 1918.

Assinatura do Tratado de Paz de Tartu entre a Estónia e a Rússia (2 de Fevereiro de 1920)

August Winnig, o último representante alemão na Estónia, assinou o tratado com o governo Provisório da Estónia a 19 de Novembro de 1918, cedendo-lhe todos os poderes administrativos. A Rússia Soviética invadiu a Estónia a 28 de Novembro de 1918, iniciando a Guerra da Independência da Estónia.

Após a Revolução Alemã, entre 11 e 14 de Novembro de 1918, os representantes Alemães entregaram formalmente o poder político da Estónia ao governo nacional. Seguiu-se a invasão Russa Bolchevique e a Guerra da Independência da Estónia.

A 2 de Fevereiro de 1920, o Tratado de Paz de Tartu foi assinado pela República da Estónia e pela Rússia Bolchevique. A República da Estónia obteve o reconhecimento internacional e tornou-se membro da Sociedade das Nações (ou Liga das Nações) em 1921.