Grande Guerra – Lituânia

Grande Guerra – Lituânia

1915 – 1918

 

Grande Guerra – Ocupação Alemã da Lituânia

 

Brasão da Lituânia

Com Otto von Bismarck na liderança, a política Alemã alinhava-se com a da Rússia czarista, durante as alianças Prussianas que remontam à era napoleónica.

Após o início das hostilidades na Grande Guerra, a Alemanha ocupou a Lituânia e a Curlândia em 1915. Uma aliança com a Alemanha em oposição à Rússia czarista e ao nacionalismo Lituano converteu-se, para os Alemães do Báltico, numa efectiva possibilidade.

Otto von Bismarck (1815-1898), primeiro Chanceler do Império Alemão, de 1871 a 1890

Durante a Grande Guerra, a Lituânia foi incorporada no Ober Ost, o governo Alemão de Ocupação.

Enquanto a guerra progredia, tornava-se evidente que a Alemanha não alcançaria uma vitória eficaz e teria de se comprometer com o Império Russo.

Como a anexação poderia resultar num fracasso nas relações públicas, os Alemães planeavam constituir uma rede de Estados independentes, que viessem a ser completamente dependentes da Alemanha, a então chamada ‘Mitteleuropa’.

Os alemães autorizaram a Conferência de Vilnius, de 18 a 22 de Setembro de 1917, para exigir a declaração de lealdade aos Lituanos e para que concordassem com a anexação da Alemanha.

O Conselho aprovou a Lei da Independência da Lituânia a 16 de Fevereiro de 1918.

Conferência Nacional de Vilnius, 18 a 22 de Setembro de 1917

A Lei declarava-a como uma república independente, organizada de acordo com os princípios democráticos. Os alemães, ainda presentes no país, não suportaram tal declaração e tentaram impedir qualquer tentativa para o estabelecimento da proclamada independência.

Para prevenir a sua incorporação no Império Alemão, os Lituanos elegeram o Rei Mindaugas II, nascido no Mónaco, como o monarca titular do Reino da Lituânia, em Julho de 1918. Mindaugas II nunca assumiu o trono.

 
A Independência

Durante a Grande Guerra, o Conselho da Lituânia (Lietuvos Taryba) declarou a sua Independência, a 16 de Fevereiro de 1918, e o restabelecimento do Estado Lituano. A política externa da Lituânia foi dominada por disputas territoriais entre a Polónia e a Alemanha.

Augustinas Voldemaras (1883-1942), Primeiro-Ministro da Lituânia em 1918 e entre 1926 e 1929

Os Lituanos rapidamente formaram o seu primeiro governo, liderado por Augustinas Voldemaras, adoptando uma constituição provisória e dando início à organização das estruturas administrativas básicas.

Conforme o exército Alemão era derrotado e se retirava da Frente Oriental, sendo seguido pelas forças soviéticas, que tinham como intenção o alastramento mundial da revolução proletária, estas foram criando uma série de estados fantoches, incluindo a República Socialista Soviética da União da Lituânia. Até finais de Dezembro o Exército Vermelho chegou às fronteiras Lituanas, desencadeando a guerra Lituano-Soviética.

O governo Lituano foi evacuado de Vilnius e transferido para Kaunas, a capital provisória da Lituânia. Vilnius foi capturada a 5 de Janeiro de 1919.

O exército da Lituânia estava ainda a dar os seus primeiros passos e as forças soviéticas moviam-se sem restrições, e em meados de Janeiro de 1919 já controlavam cerca de 2/3 do território Lituano.

Silvestras Žukauskas (1860-1937), General

A partir de Abril de 1919 a guerra da Lituânia decorreu em simultâneo com a guerra Polaco-Soviética. A Polónia também tinha pretensões territoriais na Lituânia, especialmente na região de Vilnius, e essas tensões estenderam-se à Guerra Sovieto-Lituana. A questão de Vinius apenas se viria a resolver em 1991, quando a URSS finalmente reconheceu a independência lituana.

Em meados de Maio de 1919, o exército Lituano, comandado pelo General Silvestras Žukauskas, iniciou uma ofensiva contra os soviéticos no Nordeste da Lituânia.

Até ao final de Agosto desse mesmo ano, os Soviéticos foram empurrados para fora do território Lituano. Quando os Soviéticos foram derrotados, o exército Lituano posicionou-se contra os Voluntários do Exército Paramilitar do Oeste Russo, que invadiram o Norte da Lituânia.

Os Voluntários do Oeste da Rússia foram derrotados e expulsos até ao final de 1919. A primeira fase das Guerras da Independência da Lituânia terminava e os Lituanos poderiam dirigir a atenção para os assuntos internos.

A Assembleia Constituinte da Lituânia foi eleita em Abril e apresentada em Maio de 1920. Em Junho, a comissão aprovou a terceira constituição provisória e em Julho foi assinado o Tratado de Paz entre os Soviéticos e os Lituanos.