Grande Guerra – Roménia

A Roménia era aliada dos Poderes Centrais desde 1882. Entretanto, quando se deu o início da Guerra, a Roménia declarou a sua neutralidade, argumentando que, devido à declaração de guerra ter sido efectuada pela Áustria-Hungria, não tinha obrigação de participar na guerra.

Quando a Tríplice Entente promete à Roménia grandes territórios do Leste da Hungria, Transilvânia e Banat, cuja grande parte da população era Romena, em troca da declaração de guerra da Roménia sobre os Poderes Centrais, o governo Romeno renuncia a sua neutralidade e em 27 de Agosto de 1916, o Exército Romeno lança um ataque contra a Áustria-Hungria, embora com apoio limitado Russo.

A Campanha Romena, durante a Grande Guerra, no teatro de guerra dos Balcãs, faz-se em conjunto com os Aliados da Rússia em oposição aos exércitos dos Poderes Centrais.

A Roménia entrou na guerra para tentar obter a Transilvânia, uma província histórica com uma população maioritariamente Romena.

A ofensiva Romena foi inicialmente bem sucedida, ao expulsar as tropas Austro-Húngaras da Transilvânia, mas um contra-ataque perpetrado pelos Poderes Centrais repeliu as forças Russo-Romenas e, como resultado dessa batalha, os Poderes Centrais ocuparam Bucareste, a 6 de Dezembro de 1916. Em finais de 1916 apenas a Moldávia permanecia sob controlo dos Aliados.

Os combates na Moldávia continuaram em 1917, resultando num dispendioso impasse para os Poderes Centrais.

Após várias vitórias defensivas em 1917, a frente Aliada entrou em colapso quando os Bolcheviques, com a Revolução Socialista, colocaram a Rússia fora da guerra e a Roménia, cercada à esquerda pelos Poderes Centrais, assinava um armistício em Focşani a 9 de Dezembro de 1917.

Em Janeiro de 1918, as forças Romenas estabeleceram o controlo na província de Bessarábia, após o abandono do exército Russo, embora tenha sido assinado um tratado entre o governo romeno e o governo bolchevique russo, na sequência de conversações tidas entre 5 e 09 de Março de 1918, estabelecendo a retirada das forças romenas da Bessarábia no prazo de dois meses.

No entanto, a 27 de Março de 1918 a Bessarábia foi anexada ao território romeno e formalmente baseada numa resolução aprovada pela assembleia local.

A Roménia fez oficialmente as pazes com os Poderes Centrais, com a assinatura do Tratado de Bucareste, a 7 de Maio de 1918.

Naquele tratado, a Roménia era forçada a terminar a guerra com os Poderes Centrais e obrigada a fazer pequenas concessões territoriais a favor da Áustria-Hungria, cedendo o controlo de algumas passagens nas montanhas dos Cárpatos e garantindo concessões de petróleo à Alemanha.

Em troca, os Poderes Centrais reconheceriam a soberania da Roménia sobre a Bessarábia.

 

O fim da Grande Guerra

O Tratado de Versalhes reconheceu à Roménia o direito à autodeterminação nacional. Também a Alemanha concordou com os termos do tratado, mesmo renunciando a todos os benefícios proporcionados pelo Tratado de Bucareste, de 1918.

Após a ofensiva bem sucedida na frente de Salónica que colocou a Bulgária fora da guerra, a Roménia volta a entrar na Guerra a 10 de Novembro de 1918, um dia antes do seu final na Europa Ocidental.

O Tratado de Bucareste foi anulado no dia seguinte, nos termos do Armistício de Compiègne.

Até então, cerca de 220 mil soldados romenos foram mortos, representando cerca de 6% do total de mortes de militares Aliados. O total de militares e civis Romenos entre 1914 e 1918 dentro das fronteiras à época foram estimados em 748 mil.

O controlo Romeno da Transilvânia foi largamente prejudicado com a formação do novo Estado Húngaro.

A guerra entre a República Soviética da Hungria e o Reino da Roménia, em 1919, terminou com uma ocupação parcial da Hungria.

As tropas romenas retiraram-se da Hungria em Março de 1920. Em Junho, com o Tratado de Trianon, a atribuição das regiões habitadas pela maioria romena à Roménia foi confirmada pelo direito internacional.