Um iate real é um navio utilizado por um monarca ou uma família real. Se o monarca é um imperador o termo apropriado é iate imperial.
Em grande parte são financiados pelo governo do país em que o monarca é líder.
Estes iates são tripulados por pessoal da Marinha e usados pelo monarca e pela sua família em viagens privadas e oficiais.
História
Os primeiros navios a qualificarem-se inquestionavelmente como iates reais foram os de Charles II da Inglaterra, Escócia e Irlanda. O primeiro iate foi oferecido pelos Holandeses, mas mais tarde foram encomendados e construídos na Inglaterra. Tal acontecimento estabeleceu a tradição dos iates reais na Grã-Bretanha que, mais tarde, foi copiada por outras famílias reais da Europa.
Ao longo do século XIX, os iates reais passaram a ser maiores, o que os converteu num símbolo da riqueza nacional. A Grande Guerra terminou com esta tendência e as famílias reais que sobreviveram encontraram várias dificuldades para justificar o seu elevado custo e, como resultado, passaram a ser usados apenas dois iates reais na Europa.
Os “SMY Hohenzollern” (em alemão: Seiner Majestät Yacht Hohenzollern. Em português: Iate de Sua Majestade de Hohenzollern) era o nome de alguns iates utilizados pelos Imperadores Alemães entre 1878 e 1918, em homenagem à Casa de Hohenzollern, uma família nobre de reais e dinásticos eleitores, reis e imperadores da Prússia, Alemanha e da Roménia.
Durante a existência do Império Alemão, o Imperador (Kaiser), utilizou os seguintes Iates Imperiais:
SMY Hohenzollern I – O primeiro Iate Imperial foi construído entre 1876 e 1878, pela Norddeutschen Schiffbau AG, em Kiel. Os interiores foram projectados pelo arquitecto Heinrich Moldenschardt.
O navio possuía 88 metros de comprimento, 17,7 metros de largura e 4,8 metros de profundidade.
Em 1892 foi renomeado para “Kaiseradler”. Foi desmantelado em 1912.
SMY Hohenzollern II – O segundo Iate Imperial foi construído pela AG Vulcan Stettin, e possuía 120 metros de comprimento, 14 metros de largura e 5,6 metros de profundidade. Efectuava serviço como Iate Imperial e como barco de aviso (encarregado de transportar despachos militares de navio para navio, de navio para terra ou, em alguns casos, de costa a costa) entre 1893 e Julho de 1914. De 1894 a 1914, com excepção de 1906, o Imperador Guilherme II usou-o nas suas viagens anuais prolongadas à Noruega.
Em Junho de 1914 o navio participou na regata de Kiel e em 25 de Junho no último banquete estatal realizado a bordo para entreter os oficiais da frota Britânica, cujos navios foram igualmente convidados a participar. No final de Julho de 1914 deixou de efectuar qualquer serviço em Kiel.
O navio tornou-se propriedade da República de Weimar, em 1918. Foi abatido em 27 de Fevereiro de 1920 e desmantelado em 1923 em Wilhelmshaven.
SMY Hohenzollern III – O terceiro Iate Imperial foi lançado em Setembro de 1914 em Stettin, mas nunca foi terminado devido à guerra. Foi abatido em 1919 e desmantelado em 1923 em Deutsche Werke, em Kiel.
O Iate na Filatelia colonial Alemã
A temática Iate é uma série de selos postais com a imagem do Iate do Kaiser Alemão, SMY Hohenzollern II, e utilizados em todas as colónias ultramarinas da Alemanha.
Foram produzidos milhões destes selos e usados como tema principal no serviço postal em todas as possessões Alemãs Imperiais ultramarinas, entre 1900 e 1919.
Foram publicados dois modelos do Iate. Para cada uma das colónias foram emitidos selos do Iate num conjunto padronizado de cores e denominações.
Os selos mais largos dos Iates eram panorâmicos e foram desenhados em duas versões subtilmente distintas, uma com um longo pergaminho desfraldado e outra com um menor, de duplo enrolamento e dobrado.
Juntos, apresentam uma uniformidade visual dos grandes Iates das colónias, pois o tamanho da fonte utilizada seria sempre mais ou menos a mesma, em contraste com o pequeno desenho.
Os selos mais estreitos dos Iates tinham exactamente o mesmo modelo, apenas existindo diferenças no texto. Por causa do tamanho do pergaminho branco não poder ser alterado, o tamanho da fonte e a estrutura sofreram significativas alterações que foram necessárias para posicionar o nome das colónias, pelo facto do tamanho dos nomes serem variáveis: o Sudoeste Africano Alemão destacou-se das restantes letras, por estas ficarem muito apertadas, enquanto o Togo e Samoa tiveram que levar emblemas decorativos para preencher os espaços em branco, antes e depois das respectivas denominações.
Versões com Sobrecargas dos Aliados
Após a ocupação dos Aliados na Grande Guerra, as colónias Alemãs ficaram com os seus selos confiscados, mas foram reeditados em poucos dias. Nos selos foram colocadas sobrecargas e códigos postais dos países ocupantes e redenominados para a nova e apropriada moeda.
Esta violação da etiqueta postal foi muito mal compreendida na Alemanha e, pelo menos um governador provincial, na Bélgica, decretou pesadas sanções para quaisquer coleccionadores de selos ou comerciantes que possuíssem selos dos Aliados.
Os selos da Nova Guiné Alemã e das Ilhas Marshall Alemãs foram, tal como Samoa, sobrecarregados pelos Britânicos com a inscrição “G.R.I.” por “Georgius Rex Imperator”.
Nos Camarões, os selos tinham a sobrecarga “C.E.F.”, para a Força Expedicionária nos Camarões.
Os selos do Togo tinham a sobrecarga “TOGO Anglo French Occupation” (TOGO Ocupação Anglo-Francesa) e “TOGO Occupation France-Anglais” (TOGO Ocupação Franco-Inglesa), efectuadas pelas autoridades Britânicas e Francesas, respectivamente.
Muitas dessas sobrecargas Aliadas são agora extremamente raras e existem inúmeras falsificações conhecidas.