Johann Christian Friedrich Hölderlin (1770-1843), Filósofo

Johann Christian Friedrich Hölderlin (1770-1843), Filósofo

 

Johann Christian Friedrich Hölderlin

Johann Christian Friedrich Hölderlin foi um filósofo, poeta lírico e romancista alemão. Conseguiu sintetizar na sua obra poética o espírito da Grécia antiga, os pontos de vista românticos sobre a natureza e uma forma não-ortodoxa de cristianismo, alinhando-se hoje entre os maiores poetas germânicos.

É considerado, juntamente com Hegel e Schelling, um dos fundadores da corrente filosófica conhecida como idealismo alemão, cuja fundação teria-se-ia dado com a redacção do “O mais antigo programa do idealismo alemão”, um texto de 1796/97, de autoria desconhecida, possivelmente escrito por Friedrich Schelling, G. W. F. Hegel ou Friedrich Hölderlin. O documento foi publicado pela primeira vez (em alemão) por Franz Rosenzweig, que o designou como “Das älteste Systemprogramm des deutschen Idealismus” (o programa sistematizado mais antigo do idealismo alemão).

Hölderlin começou como um sucessor de Friedrich von Schiller e do Classicismo Suábio. Os seus primeiros poemas são geralmente hinos que versam acerca de objectos abstractos. Mais tarde trabalhou com as formas antigas da ode e da elegia. Em particular, as odes são marcadas pelo domínio completo de um formulário métrico difícil. Dos grandes poemas na sua fase mais madura, alguns são escritos em forma de elegias, outros contemplam o verso livre. Ocasionalmente é possível encontrar outras formas como, por um exemplo, na obra chamada “O Arquipélago”.

A compreensão de Hölderlin acerca da cultura grega antiga, tal como expresso nas suas cartas a Casimir Ulrich Boehlendorff (escritor, poeta e historiador), e das suas observações sobre a tradução tardia de Sófocles, é diferente da imagem ideal de muitos de seus contemporâneos, já que Hölderlin enfatiza as características anti-clássicas da cultura grega. Já no início de seu romance epistolar “Hyperion”, Hölderlin representa a sua ideia de destino trágico, como ele a concebia, ou seja, a partir de sua percepção da cultura grega clássica.

A poesia de Hölderlin, que hoje é considerada de grande destaque dentro dos estudos germânicos, permaneceu desconhecida até metade do século XIX. Hölderlin não foi reconhecido entre os escritores da sua época, permanecendo desconhecido mesmo após a sua morte. Para os seus contemporâneos, Hölderlin era um jovem romântico e melancólico, mero imitador de Schiller.

A falta do seu reconhecimento deve-se ao facto de que a sua obra poética não estava em consonância com o que se produzia na época. Por esse motivo, Hölderlin encontrou o desdém até mesmo de pessoas próximas como Schiller, Hegel e Schelling. E mesmo tendo sido colega de Hegel e Schelling na Suábia, e colega de Schiller, Hölderlin não encontrou a notoriedade nem o reconhecimento desses.

A incompreensão do público e da crítica levou à estabilização do entendimento da sua obra como a de um admirador dos gregos que não atingiu a serenidade de Johann Goethe e Schiller, a de um romântico juvenil e de um poeta patriótico. Hölderlin, poeta do sagrado, descobriu na Grécia antiga o lado dionisíaco, que foi ignorado por Goethe e exaltado por Nietzsche, é hoje de grande expressividade na poesia alemã, alcançando notoriedade mundial.

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