Martin Luther (1483-1546), Religioso

Martin Luther, (em português: Martinho Lutero), foi um monge agostiniano, fervoroso nas meditações e orações, e professor de teologia germânico que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante. A cobrança de indulgências foi o principal motivo para que Lutero afixasse na porta da Igreja de Wittenberg as suas 95 teses, criticando o que, de acordo com ele, eram práticas avarentas e pagãs dentro da Igreja Católica.

No início do século XVI, a Igreja Católica estava empenhada em arrecadar fundos para a construção da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Como o projecto era enorme, os recursos financeiros necessários também eram altos. Para atrair o maior número de participação dos fiéis e maior arrecadação financeira, muitos bispos começaram a cobrar por serviços da Igreja que, até então, eram oferecidos gratuitamente aos fiéis. As indulgências, isto é, a remissão dos pecados, começou a ser cobrada. Este facto chamou a atenção de Lutero ao perceber a vida de luxo e bonança que o alto clero vivia enquanto a maioria da população estava na miséria. A alma penitente, a confissão dos pecados e a busca pela santidade não valiam mais do que algumas moedas depositadas nos cofres da Igreja.

Ao dar início à Reforma Protestante, Lutero não imaginava que suas ideias motivariam rompimentos dentro do clero e uso político pelos reis e príncipes. A sua tradução da Bíblia para o alemão possibilitou a leitura e interpretação da Sagrada Escritura por parte dos próprios fiéis.

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta da Igreja do Castelo de Württemberg, 95 teses em que questionava as práticas mundanas do clero católico, a avareza e o paganismo que, na sua visão, existiam dentro da Igreja. Rapidamente se espalharam pela Alemanha e ganharam adeptos. Lutero não questionava abertamente a autoridade do Papa para conceder as indulgências, mas, a partir do momento em que as teses foram divulgadas, o seu propósito inicial foi interpretado de acordo com o interesse de quem as divulgava.

Logo após a publicação das suas teses a Igreja não levou a sério o que pretendia o padre agostiniano. No entanto, como as ideias começaram a tornar-se conhecidas, o Papa Leão X designou o professor de teologia Silvestro Mazzolini para as contestar através de uma dissertação académica.

Ao publicar-se a contestação, Lutero respondeu ao teólogo, iniciando o debate sobre a autoridade do Sumo Pontífice. Como a controvérsia não tinha fim e os textos de Lutero, por causa da imprensa, eram divulgados rapidamente, o papa excomungou-o em 3 de Janeiro de 1521.