Berlin, (em português: Berlim), é a capital e um dos dezasseis estados da Alemanha.
Com uma população de 3,5 milhões, é a maior cidade do país, e a sétima área urbana mais povoada da União Europeia (UE). Situada no Nordeste da Alemanha, é o centro da área metropolitana de Berlim-Brandemburgo, que inclui 5 milhões de pessoas das mais variadas nações. Localizada na grande planície europeia, Berlim é influenciada por um clima temperado sazonal. Cerca de um terço da área da cidade é composta por florestas, parques, jardins, rios e lagos.
A primeira vez que se menciona na história a cidade de Berlim é em 1230, ano em que era uma pequena colónia de caçadores e pescadores, cuja população se manteve relativamente independente durante os séculos XIII e XIV.
Em 1415, a família Hohenzollern, que governava no estado de Brandemburgo – estado que fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico – instala-se em Berlim e, alguns anos mais tarde, no final do século XV, declara Berlim a capital de Brandemburgo. Durante o século XVI, Berlim foi parte das lutas que afectaram a Europa.
Em 1516 e 1517, as 95 “Teses de Lutero” (de Martinho Lutero) encontraram na Alemanha um terreno fértil, dando lugar a um longo período de instabilidade entre os partidários e opositores do Papado. As guerras levaram a Alemanha a uma grave crise económica que duraria um século e meio. Durante o século XVI houve uma escalada contínua de alta de preços que favoreceu a burguesia e empobreceu a pequena nobreza e, depois, no século XVII, os preços não pararam de cair.
Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), Berlim foi semidestruída. A recuperação começou no final do século XVII e continuou no século XVIII; neste último século tornou-se uma das capitais mais bonitas da Europa. Em 1788, foi construído o célebre Portão de Brandemburgo.
A ocupação da Alemanha pelas tropas napoleónicas fez surgir uma consciência nacional e Berlim passou a ser a sede do movimento nacionalista alemão. Em 1871, a Prússia derrotou os franceses na Guerra Franco-Prussiana. O Estado de Brandemburgo passou a formar parte da Prússia e Berlim passou a capital do novo Império Alemão.
O centralismo do Império fez com que Berlim vivesse um forte crescimento demográfico, passando de 825.000 habitantes em 1871 a quase 2.000.000 em 1900 e 4.000.000 em 1925. A cidade, nessa altura, era uma referência cultural, arquitectónica e financeira a nível mundial.
O nascimento do Império alemão deu passo ao chamado período da Paz Armada. Este período da história de Berlim foi muito convulso, já que as potências europeias se dividiram em dois grupos: a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança, que acabariam num confronto na Grande Guerra.
Em 1914, teve início a Grande Guerra, cujo gatilho foi o choque entre o Império Austro-húngaro e a Sérvia. A Alemanha integrou a coalizão da Potências Centrais, formada pelos Impérios Austro-húngaro e Otomano e o reino da Bulgária. O Bloco Central foi derrotado pelas Forças Aliadas em 1918. Depois da derrota na Grande Guerra, foi proclamada a República de Weimar na Alemanha, que perdurou até 1933. Nesse mesmo ano, Adolf Hitler é nomeado Chanceler, iniciando uma política que levaria à Segunda Guerra Mundial.
No primeiro dia de Setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polónia, dando início à Segunda Guerra Mundial. No final da guerra, os bombardeamentos aéreos realizados por ingleses e americanos e o avanço do exército russo arrasaram Berlim. No dia 8 de Maio de 1945 foi assinada a acta da rendição. A Alemanha, na Conferência de Potsdam, foi dividida em quatro partes administradas por cada uma das potências vencedoras. Berlim ficou dentro da zona administrada pela União Soviética e, por sua vez, também foi dividida em quatro zonas.
Em 1948, os três sectores ocidentais reunificaram-se e no dia 23 de Maio foi aprovada a Lei Fundamental de Bona, a qual deu origem à RFA (República Federal da Alemanha). A União Soviética não aceitou que a sua zona entrasse na reunificação e procedeu, no dia 07 de Outubro de 1949, à criação da RDA (República Democrática Alemã). Antes, no dia 23 de Junho de 1948, Josef Stalin (Estaline) decidiu implementar o bloqueio total da cidade de Berlim, cortando todas as vias de acesso terrestre. Durante quase um ano, a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) manteve o bloqueio de Berlim e os aliados ocidentais tiveram que montar uma ponte aérea em Tempelhof para abastecer a cidade. O bloqueio russo fracassou e no dia 12 de Maio de 1949 foi levantado o bloqueio e a ponte aérea foi suprimida. De 1948 até 1989, as relações entre Estados Unidos e a URSS caracterizou-se pela forte tensão, dando início a uma corrida ao armamento que recebeu o nome de “Guerra Fria“. Durante este período, a Alemanha Ocidental negou as negociações de unificação propostas por Moscovo porque não queria renunciar à Silésia, à Pomerânia e à Prússia oriental.
A partir de 1961, o que era uma cortina metafórica passou a ser um muro literal, já que as autoridades da RDA mandaram construir um muro para isolar Berlim Ocidental da RDA. A desculpa dada foi a de evitar um eventual ataque do ocidente e a saída de moeda para a parte ocidental, quando, na verdade, foi construído para evitar que os alemães democráticos fugissem do lado socialista.
O Muro de Berlim, com 144 metros de comprimento, passou a ser, imediatamente, o símbolo da Guerra Fria. No dia 9 de Novembro de 1989, o governo da RDA viu-se obrigado a aceitar a livre circulação dos cidadãos entre as duas partes da cidade, dando lugar à queda do Muro de Berlim. No dia 3 de Outubro de 1990, quase um ano depois do desaparecimento da RDA, anexada de facto pela RFA, deu-se a Reunificação da Alemanha, transferindo a sua capital de Bona para Berlim.
Berlim é, hoje, uma cidade global e um dos mais influentes centros mundiais de cultura, política, média e ciência. A sua economia é baseada, principalmente, no sector de serviços, abrangendo uma variada gama de indústrias criativas, as corporações de média e locais de convenções. Berlim serve de “hub” (designação do aeroporto utilizado por uma companhia aérea como ponto de ligação para transferir os seus passageiros para o destino pretendido) continental para o transporte aéreo e ferroviário, e é, também, um destino turístico popular. As indústrias significativas incluem TI (tecnologias da informação), farmacêutica, engenharia biomédica, biotecnologia, eletrónica, engenharia de tráfego e energias renováveis.
A cidade serve como um importante centro do transporte continental e é a sede de algumas das mais importantes universidades, eventos desportivos, orquestras e museus. O rápido desenvolvimento da metrópole atraiu uma reputação internacional aos seus festivais, arquitectura contemporânea e vida nocturna, sendo um grande centro turístico e moradia para pessoas de mais de 190 nações diferentes.
Berlim prepara-se para ser a capital mais importante da Europa, aberta, com uma população jovem, culta e tolerante, e onde surgem muitos dos novos movimentos juvenis europeus. A cidade transformou-se completamente com a construção de grandes avenidas cheias de edifícios vanguardistas, obra dos melhores arquitectos do Mundo.
MINISTÉRIO DA AVIAÇÃO DO IMPÉRIO EM BERLIM
Reichsluftfahrtministerium, (em português: Ministério da Aviação do Império), foi um departamento do governo alemão durante o período da Alemanha Nazi (1933-45). Localizado na região central de Berlim, o prédio sedia, hoje em dia, o Ministério de Finanças Alemão (Bundesministerium der Finanzen). O ministério estava a cargo do desenvolvimento e produção de aeronaves, prioritariamente para a Força Aérea Alemã (a Luftwaffe), mas também para aplicações comerciais.
Como característica dos departamentos governamentais na época da Alemanha nazi, o Ministério era dirigido de forma personalizada e procedimentos formais eram deixados de lado em favor dos desejos do Ministro, o Marechal do Reich Hermann Göring. Como resultado, os primeiros sucessos obtidos progrediram de forma lenta e errática durante a Segunda Guerra Mundial.
Fundado em 1939, no início era pouco mais que o próprio Göring e a sua equipa directa. Uma das suas primeiras acções foi requisitar todas as patentes à companhia de Hugo Junkers (engenheiro e professor universitário alemão,fundador da Junkers & Co, a maior empresa aeroespacial alemã), que incluíam os direitos sobre o avião Junkers Ju 52.
O Ministro de Defesa, General Werner von Blomberg, decidiu que a importância da aviação era de tal ordem que não deveria estar subordinada ao Exército Alemão (Deutsches Heer). Em Maio de 1933 Blomberg promoveu o Departamento de Aviação Militar (Luftschutzamt), a Ministério, o que foi considerado por muitos como o nascimento da força aérea alemã moderna. Como Ministério, a estrutura era muito maior, consistindo em dois departamentos: o militar Luftschutzamt (LA), sob controlo de Erhard Milch e o civil Allgemeines Luftamt (LB).
Em Setembro de 1933, ocorreu uma reorganização para reduzir a duplicação de esforços entre departamentos, basicamente separando fisicamente as equipas, criando vários departamentos totalmente independentes.
Com o rápido crescimento da Luftwaffe, no início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o Ministério cresceu tanto que Göring não conseguiu o controlo de tudo. Esse período foi marcado pela incapacidade de entregar novos projectos de aviões que eram extremamente necessários.
Em 1943, Albert Speer assumiu a liderança do Ministério. A produção atingiu os maiores níveis em 1943-44. Estatísticas da época demonstraram que o motivo real do aumento da produção foram as medidas e investimentos feitos por Erhard Milch e a sua equipa entre 1941 e 1942.
Com o aproximar do final da guerra, a escassez de material e a falta de pilotos experientes fizeram com que a força inicial demonstrada no início do conflito se fosse reduzindo.
O EDIFÍCIO
À época da sua construção era o maior edifício de escritórios de toda a Europa. Foi construído entre Fevereiro de 1935 e Agosto de 1936. Foi um dos poucos edifícios de Berlim que sobreviveram aos massivos bombardeamentos aliados que deixaram a cidade completamente em ruínas.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, o edifício ficou em território da República Democrática Alemã (RDA) e aqui passou a desempenhar o papel de Casa dos Ministérios (Haus der Ministerion). Em 1992 o edifício foi renomeado para “Detlev-Rohwedder-Haus”, em honra a Detlev Karsten Rohwedder.
Contudo, este edifício sempre foi conhecido e referenciado como o “Edifício do Ministério do Ar”. Desde 1999 que é a sede do Ministério das Finanças Alemão (Bundesministerium der Finanzen).