Postos de Correio Alemães no Estrangeiro – Marrocos (Marokko)

Postos de Correio Alemães no Estrangeiro – Marrocos (Marokko)

1899 – 1919

 

Marrocos (Marokko)

 

Brasão de Marrocos (Marokko)

Marrocos, oficialmente o “Reino de Marrocos”, é um país localizado no extremo Noroeste da África, estando limitado a Norte pelo Estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha), por Ceuta, pelo mar Mediterrâneo e por Melilla, a Leste e a Sul pela Argélia, a Sul pela Mauritânia através do Sahara Ocidental e a Oeste pelo Oceano Atlântico.

Com mais de 32 milhões de habitantes e uma área territorial de 710.850 km², é o principal administrador da disputada região do Sahara Ocidental. Faz parte da região do Magrebe, juntamente com a Tunísia, a Argélia, a Mauritânia e a Líbia, com as quais partilha laços culturais, históricos e linguísticos.

A capital política é Rabat e a maior cidade é Casablanca.

Cada Marroquino fala, pelo menos, um destes dois idiomas: o Berbere e o Árabe Marroquino, como língua materna. Ambos os idiomas usam regionalismos e são acentuados.

 
História

Mapa de Marrocos após as ocupações Francesa e Espanhola

O mais antigo e bem conhecido estado Independente de Marrocos era o Reino Berbere da Mauritânia sob o reinado do Rei Bocchus I. Este Reino Berbere da Mauritânia (actualmente o Norte de Marrocos) data, pelo menos, a 110 a.C..

Os califados Muçulmanos conquistaram a região no século VII, levando o seu dialecto, o seu sistema de governação e o Islão, ao qual muitos Berberes se converteram lentamente, principalmente após a diminuição do domínio Árabe.

A partir do século XI, surgiram uma série de poderosas dinastias Berberes. Sob a dinastia Almorávida e a dinastia Almóada, Marrocos dominou o Magrebe, a Espanha Muçulmana e a região ocidental do Mediterrâneo. No século XIII, os Merínidas ganharam poder sobre Marrocos e esforçaram-se para replicar o sucesso dos Almóadas.

No século XV a “Reconquista”, um período de quase 800 anos, 539 anos em Portugal, na Idade Média, durante o qual vários Reinos Cristãos conseguiram retomar áreas controladas pelos Muçulmanos na Península Ibérica, vulgarmente conhecidas como Al-Andalus, acabou com o regime islâmico na Península Ibérica e muitos Muçulmanos e Judeus fugiram para Marrocos.

Legião Estrangeira Francesa em Marrocos, 1911

Em 1666, o sultanato reuniu-se com a dinastia Alauita, à época, a família real de Marrocos. A organização do Estado desenvolveu-se com Ismail Ibn Sharif. Porque os Alauítas, em contraste com as dinastias anteriores, não tiveram um único apoio da tribo Berbere nem da tribo Beduína, Ismael controlou Marrocos com um exército de escravos negros. Com esses soldados conquistou Tânger aos Ingleses em 1684 e Larache aos Espanhóis em 1689.

A França mostrou um forte interesse em Marrocos em 1830. O reconhecimento por parte do Reino Unido em 1904 da esfera de influência da França em Marrocos originou uma reacção do Império Alemão.

Os avanços Franceses foram recebidos com hostilidade por parte da Alemanha, que se tinha mantido na obscuridade. A Alemanha tomou medidas diplomáticas imediatas para bloquear a entrada do novo acordo em vigor.

Visita do Imperador Alemão Guilherme II a Tânger, no dia 31 de Março de 1905

A Primeira Crise Marroquina, também chamada de Crise de Tânger, foi provocada pela visita do Imperador Alemão (Kaiser) Guilherme II a Tânger, a 31 de Março de 1905, e ao seu posterior discurso, no qual defendeu a Independência Marroquina. Guilherme tentou obter o apoio de Marrocos, caso a Alemanha entrasse em guerra com a França ou com a Grã-Bretanha, mas a sua repentina aparição provocou irritação. Este discurso foi um desafio contra o mandato da França sobre Marrocos e foi preparado com a intenção de separar a Entente Cordiale, acordos estabelecidos entre a Grã-Bretanha e a França (assinados em 1904).

A segunda Crise Marroquina, também chamada de Crise de Agadir, foi provocada pela insistência Alemã em obter grandes áreas da África Equatorial Francesa para compensar a perda da Alemanha durante a Primeira Crise Marroquina.

Abd al-Hafid (1875(80)-1937), Sultão de Marrocos de 1908 a 1912

Em 1911, uma rebelião eclodiu em Marrocos contra o Sultão, Abdal Hafide. No início de Abril de 1911, o Sultão foi cercado no seu palácio em Fez e os Franceses prepararam-se para enviar tropas para ajudar a pôr fim à rebelião, sob o pretexto de proteger as vidas e bens Europeus. Os Franceses enviaram uma coluna militar no final de Abril de 1911. A 5 de Junho de 1911 os Espanhóis ocuparam Larache e Ksar-el-Kebir. A 1 de Julho de 1911, a bombardeira Alemã Panther chegou ao porto de Agadir. Os Franceses e Britânicos reagiram imediatamente.

Iniciaram-se negociações Franco-Alemãs a 9 de Julho de 1911 e precederam o Tratado de Fez (a 4 de Novembro) numa convenção em que a Alemanha aceitou a posição da França em Marrocos, em troca do território colonial da África Equatorial Francesa (actual República do Congo). Estes 275.000 km² de território conhecido como Neukamerun (Novos Camarões), tornou-se parte da colónia Alemã de Kamerun (Camarões), que, juntamente com o Togo, foram capturados pelos aliados no início da Grande Guerra. Similarmente e como parte do tratado, a Alemanha cedeu à França uma pequena área do território a Sudeste do Fort Lamy (N’Djamena), presentemente parte do Chade.

A Bombardeira Alemã ‘Panther’ no porto de Agadir, 1911

O Tratado de Fez, assinado a 30 de Março de 1912, declarou Marrocos como protectorado da França. Pelo mesmo tratado, a Espanha assume o protectorado das zonas Norte e Sul do Sahara, a 27 de Novembro do mesmo ano. Tânger recebeu um estatuto internacional especial. Do ponto de vista estritamente jurídico, o tratado não privou Marrocos do seu estatuto como estado soberano. Teoricamente, o Sultão continuou a ser a única fonte de soberania. Reinava, mas não governava.

Entretanto, a pacificação prosseguiu. O governo Francês promoveu o desenvolvimento económico, particularmente na exploração da riqueza mineral de Marrocos, na criação de um moderno sistema de transporte e no desenvolvimento de uma agricultura moderna, orientada para o mercado Francês.

Em 1956, após 44 anos de ocupação, Marrocos recuperou a independência da França e da Espanha como “Reino de Marrocos”.

 
HISTÓRIA POSTAL EM MARROCOS

Selo Alemão emitido em território do Reino de Marrocos

Os Serviços Postais Alemães em Marrocos iniciaram-se a 20 de Dezembro de 1899.

Estes existiram nas seguintes cidades: Tânger, Alkassar Arsila, Asimmur, Casablanca, Fez, Fez-Mellah, Larache, Marrakesh, Mazagan, Meknes, Magadar, Rabat, Saffi e Tetuan.

Na área Espanhola de Alkassar, Arsila, Larache e Tetuan iniciaram-se a partir de 1912.

Tânger pertencia à área internacional e as outras localidades ao protectorado Francês.

Os Serviços Postais Alemães encerraram:

  • Na área Francesa – A 5 de Agosto de 1914;
  • Na área de Espanhola – A 12 de Junho de 1919;
  • Em Tânger – A 5 de Agosto de 1914.