Primeira Batalha do Marne
A Primeira Batalha do Marne foi uma batalha da Grande Guerra que durou de 5 de Setembro a 12 de Setembro de 1914. Foi uma vitória franco-britânica sobre a Alemanha, em um dos momentos decisivos da Grande Guerra.
Nos finais de Agosto de 1914 toda a tropa da Tríplice Entente, na Frente Ocidental, foi forçada a recuar em direcção a Paris. Em simultâneo as duas principais forças alemãs continuavam a avançar pela França seguindo as directrizes do Plano Schlieffen.
Este definia que o avanço alemão se faria num movimento duplo em duas grandes alas. A esquerda, mais a Leste, que penetrava pela fronteira da Renânia com a Lorena e enfrentava o sistema de defesa fortificado francês. A direita, mais a Oeste, que atravessava a Bélgica, entraria em território francês, onde faria uma grande e progressiva conversão, avançando no sentido Nordeste-Sudoeste, com a intenção de capturar Paris e surpreender a retaguarda inimiga.
Foi então organizado um contra-ataque pelo chefe militar de Paris, Joseph Simon Gallieni, ao longo do rio Marne para parar a ofensiva alemã.
A batalha começou no dia 5 de Setembro quando a Infantaria Francesa, liderada pelo General Michel-Joseph Maunoury, encontrou a Infantaria alemã. A ajuda britânica só chegou a 9 de Setembro mas obrigou ao recuo da tropas Alemãs.
As falhas na execução do plano alemão contribuíram para o desfecho desfavorável aos alemães. Segundo o Plano Schlieffen o avanço da ala direita seria o pilar da estratégia, o que requeria que a maioria das tropas avançasse por ali. Porém, o Marechal Moltke, comandante-em-chefe alemão da frente Ocidental, mudou a proporção dos contingentes das alas, tornando-as praticamente equivalentes.
Para além disso o avanço da ala Oeste, sobre a Bélgica, também se revelou mais difícil que o imaginado. Namur e Liege só caíram após violenta e heróica resistência. Foi o primeiro atraso e alertou os militares franceses.
Batida a Bélgica a ala Oeste começou a efectuar a sua curva envolvente em território francês. Devido às alterações ao Plano Schlieffen, efectuadas pelo Marechal Moltke, como a redução de efectivos, o dispositivo apresentava brechas e não dispunha da superioridade numérica requerida para esmagar rapidamente a resistência francesa.
Outra consequência da modificação do plano Schlieffen foi a redução da extensão da linha, fazendo com que somente as tropas da extremidade mais Ocidental, o Primeiro Exército sob comando de von Kluk, é que poderiam ameaçar Paris. No entanto, preocupado em dar combate ao Quinto Exército francês, que estava a Leste, Moltke ordenou uma conversão mais acentuada para o Sul antes que Paris fosse ultrapassada, de modo que os exércitos passaram a Leste da cidade.
Percebendo que o flanco alemão estava vulnerável as unidades posicionadas para a defesa de Paris iniciaram os ataques e obrigaram o Primeiro Exército alemão a voltar-se para Oeste. Moltke mandou então abortar o avanço rápido, recuar e reagrupar ao longo do rio Aisne. A ordem do alto comando alemão foi atendida, dado que poucos generais se sentiam seguros de tomar decisões autónomas que contrariassem a o alto comando, mesmo vendo o inimigo praticamente batido.
O General Joffre, Comandante-Chefe das forças francesas finalmente compreendeu a desorientação e vulnerabilidade do exército alemão, facto para o qual já vários generais franceses o tinham alertado, e deslocou as suas forças para o Marne, com o devido reforço britânico.
Os exércitos franceses penetraram a brecha existente entre o Primeiro e o Segundo Exército alemão, enquanto a Força Expedicionária Britânica e as tropas do General Manoury fustigavam o flanco direito de von Kluk, a Unidade alemã mais a Oeste.
Os alemães foram detidos, cercados e obrigados a recuar de imediato. Começou então a corrida para Oeste que estendeu a frente de combate até ao mar, sem que nenhum dos lados se conseguisse impor. Facto definitivo foi o início da escavação de trincheiras que se revelariam mais tarde praticamente intransponíveis.
Deu-se assim início à fase da Guerra das Trincheiras.
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