Parlamento Regional da Caríntia em Klagenfurt (Landhaus Klagenfurt)

Parlamento Regional da Caríntia em Klagenfurt (Landhaus Klagenfurt)

 

Klagenfurt

Klagenfurt am Wörthersee, vulgarmente conhecida como Klagenfurt, é uma cidade da Áustria, capital do Estado da Caríntia. Com 102.618 habitantes (2022), é a maior cidade da Caríntia e a sexta maior cidade da Áustria. A área urbana situa-se no centro da bacia de Klagenfurt e cobre actualmente 120 km².

A cidade de Klagenfurt está localizada no Centro-Sul da Áustria, perto da fronteira com a Eslovénia. Situada a uma altitude de 446 m de altitude é banhada pelo Lago Wörther (Wörthersee) e pelo rio Glan. Está cercada por morros e montanhas com altitudes até 1000 m e cobertas de floresta. A Sul, as montanhas Caravanche estendem-se e marcam a fronteira da Áustria com a Eslovénia e a Itália.

A sua primeira menção data do final do século XII, num documento em que o Duque Ulric II isentava a Abadia de St. Paul da taxa de portagem “in foro Chlagenvurth”. Esta povoação ocupava uma área sujeita a inundações frequentes, pelo que, em 1246, o filho do Duque Herman, o Duque Bernhard von Spanheim, transferiu-a para uma posição mais segura, sendo assim considerado o verdadeiro fundador do mercado que, em 1252, recebeu um foral de cidade.

Nos séculos seguintes, Klagenfurt sofreu incêndios, terramotos, invasões de gafanhotos, ataques dos otomanos e foi devastada pelas guerras dos camponeses. Em 1514, um incêndio destruiu quase por completo a cidade e, em 1518, o Imperador Maximiliano I, incapaz de a reconstruir, apesar dos protestos dos cidadãos, cedeu Klagenfurt aos “Estates”, a nobreza do Ducado. Os novos proprietários provocaram um renascimento económico e a ascensão política e cultural de Klagenfurt. As novas fortificações, que demoraram meio século a construir, fizeram de Klagenfurt a cidade fortificada mais forte a Norte dos Alpes.

No entanto, em 1809, as tropas francesas (sob o comando de Napoleão) destruíram as muralhas da cidade. Em 1863, a ligação ferroviária a St. Veit an der Glan impulsionou a economia da cidade, tal como a construção do caminho de ferro Viena-Trieste, que trouxe à cidade uma imponente estação central (destruída na Segunda Guerra Mundial) e converteu Klagenfurt como o centro da região.

Durante o século XIX, a cidade transformou-se num importante centro da cultura eslovena da Caríntia. No entanto, no final do século XIX, a influência cultural e política eslovena em Klagenfurt tinha diminuído drasticamente e, no final da Grande Guerra, a cidade apresentava um carácter predominantemente germano-austríaco.

Em 1919, a cidade foi ocupada pelo exército do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos e reclamada para o recém-fundado reino Sul-eslavo. Em 1920, as forças de ocupação jugoslavas retiraram-se do centro da cidade, mas permaneceram nos seus subúrbios a Sul, como Viktring e Ebenthal. Acabaram por se retirar após o Plebiscito da Caríntia, em Outubro de 1920, quando a maioria dos eleitores da Zona A da Caríntia, de língua mista, decidiu continuar a fazer parte da Áustria. Em 1938, a população de Klagenfurt aumentou subitamente em mais de 50% devido à incorporação da cidade de St. Ruprecht e dos municípios de St. Peter, Annabichl e St. Martin.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi bombardeada 41 vezes. As bombas mataram 612 pessoas, destruíram completamente 443 edifícios e 1.132 ficaram danificados.

Desde o início de 1945, quando o fim da guerra era bastante evidente, tiveram lugar numerosas conversações entre representantes das organizações democráticas. Em 8 de Maio de 1945, as tropas britânicas do Oitavo Exército, sob o comando do General McCreery, entraram em Klagenfurt e foram recebidas em frente à “Stauderhaus” pelas novas autoridades democráticas da cidade e do Estado. Durante os anos que se seguiram, uma grande parte do Oitavo Exército Britânico, que em Julho de 1945 foi reconstituído como Tropas Britânicas na Áustria (BTA), tinha o seu quartel-general em Klagenfurt, uma vez que a Caríntia, juntamente com a vizinha Estíria, fazia parte da zona de ocupação britânica na Áustria libertada, o que se manteve até 26 de Outubro de 1955.

Em 1973, Klagenfurt absorveu mais quatro municípios adjacentes: Viktring, com o seu grande mosteiro cisterciense; Wölfnitz; Hörtendorf; e St. Peter am Bichl. A adição destes municípios aumentou a população de Klagenfurt para cerca de 90.000 habitantes.

Hoje em dia, a cidade estatutária de Klagenfurt é a sede, entre outros, do governo provincial da Caríntia, da administração distrital de Klagenfurt-Land, da diocese de Gurk, da Universidade Alpen-Adria de Klagenfurt, da Universidade Privada de Música “Gustav Mahler”, de um aeroporto internacional e da Universidade de Ciências Aplicadas da Caríntia, bem como de muitas outras empresas e instituições, incluindo as dos eslovenos da Caríntia.

Klagenfurt é, também, importante no turismo devido ao seu atraente centro da cidade, com praças e edifícios antigos, bem como à oferta cultural. É reconhecida como um balneário de Verão, por ser banhada pelo lago Wörthersee.

 
SEDE DO PARLAMENTO REGIONAL DA CARÍNTIA EM KLAGENFURT
 

Landhaus Klagenfurt

Landhaus Klagenfurt, (em português: Sede do Parlamento Regional da Caríntia em Klagenfurt), é um dos edifícios seculares mais representativos de Klagenfurt, na Áustria. Foi construído no último terço do século XVI. Construído em forma de U, um telhado em sela íngreme e duas torres pelo arquitecto italiano António Verda, é famoso pelas suas duas torres gémeas cuja cúpula tem a forma de cebola. O edifício foi originalmente construído entre 1574 e 1590. O pátio contempla uma das mais belas e bem preservadas fachadas Renascentistas.

A cidade de Klagenfurt foi mencionada pela primeira vez num documento emitido pela Abadia de São Paulo no período de 1193-1199. Um charme impressionante rodeia esta cidade que foi frequentemente atingida por batalhas e incêndios, num passado cheio de acontecimentos. Foi invadida pelos Turcos e Húngaros em 1476 e devastada por incêndios em 1514, 1535, 1663 e 1725. Em 1690, um terramoto sacudiu a cidade. O exército Francês invadiu a cidade em 1797, em 1805-06, e em 1809, Napoleão Bonaparte ordenou que as fortificações fossem destruídas.

O “Landhaus” é o edifício secular mais bonito da Renascença na Caríntia e foi o local onde se estabeleceu o “Diet” (composto pelos três estados: o alto clero, a nobreza e os cavaleiros). A construção foi iniciada pelo arquitecto Antonio Johann Verda de Lugano, e o seu sucessor utilizou-o até 1590.

Durante a ocupação Francesa de Klagenfurt, entre 1809 e 1810, a casa serviu como hospital e sofreu danos estruturais graves. Em 1818, nas arestas do “Great Hall” foi colocado um busto do Imperador Franz I. Em 1833, a ainda existente fonte obelisco do pátio de Christophoro Cragnolini foi construída por 600 florins. Em 1843 o jardim da casa foi transformado num parque. Desde 1883, o “Landhaus” abrigou o Museu do Estado e mais tarde o Museu da Caríntia.

A parte mais preciosa do “Landhaus” é uma sala que contém 665 brasões de aristocratas da Caríntia. As Guerras Napoleónicas terminaram com os brasões de armas das propriedades estatais, mas posteriormente foram recuperados e guardados nestas instalações. O belo tecto e os frescos das paredes são obras-primas de Josef Ferdinand Fromiller. Desde 2003 que o primeiro andar é uma Galeria de Arte.

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