Segunda Guerra Mundial – Ocupações Alemãs – Polónia

Segunda Guerra Mundial – Ocupações Alemãs – Polónia

1939 – 1945

 

Segunda Guerra Mundial – Ocupação Alemã da Polónia

 

Brasão da Polónia

A Invasão da Polónia, conhecida como “Campanha de Setembro”, marcou o início da Segunda Guerra Mundial. A invasão alemã começou em 1 de Setembro de 1939, uma semana após a assinatura do Pacto Germano-Soviético (ou Molotov-Ribbentrop) entre a Alemanha Nazi e a União Soviética, e um dia após o Soviete Supremo (a mais alta instância do poder Legislativo da URSS) da União Soviética ter aprovado o pacto. Os soviéticos invadiram a Polónia em 17 de Setembro. A campanha terminou em 6 de Outubro com a Alemanha e a União Soviética a dividir e a anexar toda a Polónia sob os termos do Tratado Fronteiriço Alemão-Soviético.

As forças alemãs invadiram a Polónia pelo Norte, Sul e Oeste na manhã após o Incidente de Gleiwitz (uma operação alemã, levada a cabo em 31 de Agosto de 1939 pelas forças nazis que se fizeram passar por soldados polacos e atacaram a estação de rádio alemã Sender Gleiwitz em Gleiwitz, na Alta Silésia, Alemanha, com o propósito de simular uma agressão polaca à Alemanha e assim justificar a posterior invasão da Polónia). As forças militares eslovacas avançaram ao lado dos alemães no Norte da Eslováquia. À medida que a “Wehrmacht” (exército alemão) avançava, as forças polacas retiravam-se das suas bases junto da fronteira Alemanha-Polónia para linhas de defesa estabelecidas mais a Leste.

Mapa de localização da Polónia (a creme) antes da Segunda Guerra Mundial

Após a derrota polaca, em meados de Setembro, na Batalha de Bzura, os alemães ganharam uma vantagem indiscutível. As forças polacas retiraram-se para o Sudeste, onde se prepararam para uma longa defesa e aguardaram o apoio esperado da França e do Reino Unido. Esses dois países tinham pactos com a Polónia e declararam guerra à Alemanha em 3 de Setembro. No final, a sua ajuda à Polónia foi muito limitada, porém a França invadiu uma pequena parte da Alemanha na denominada Ofensiva do Sarre.

Em 17 de Setembro, o Exército Vermelho Soviético invadiu a Polónia Oriental, o território além da Linha Curzon que caiu na “esfera de influência” soviética, de acordo com o protocolo secreto do Pacto Germano-Soviético (ou Molotov-Ribbentrop). Em 6 de Outubro, após a derrota polaca na Batalha de Kock, as forças alemãs e soviéticas ganharam o controlo total sobre a Polónia. O sucesso da invasão marcou o fim da Segunda República Polaca, embora a Polónia nunca se tenha rendido em termos formais.

Em 8 de Outubro, após um período inicial de administração militar, a Alemanha anexou directamente a Polónia Ocidental e a antiga Cidade Livre de Danzig e colocou o bloco do território restante sob a administração do recém-estabelecido Governo Geral. A União Soviética incorporou as áreas recém-adquiridas às repúblicas bielorrussas e ucranianas constituintes e imediatamente iniciou uma campanha de sovietização.

Mapa da divisão da Polónia entre a Alemanha Nazi e a União Soviética na Segunda Guerra Mundial

No Verão-Outono de 1941, as terras anexadas pelos soviéticos foram invadidas pela Alemanha Nazi no decurso do inicialmente bem sucedido ataque alemão à URSS. Após alguns anos de luta, o Exército Vermelho foi capaz de repelir os invasores afastando-os da URSS e de toda a Polónia, bem como do resto da Europa Oriental e Central.

Ambas as potências ocupantes foram igualmente hostis à existência de um estado soberano polaco, bem como reprimiram a sua cultura, visando a sua destruição. Antes da “Operação Barbarossa”, a Alemanha Nazi e a União Soviética coordenaram as suas políticas relacionadas com a Polónia, mais visivelmente nas quatro conferências Gestapo-NKVD, onde os ocupantes discutiram planos para lidar com o movimento de resistência polaca (Armia Krajowa) e com a destruição futura da Polónia.

Cerca de 6 milhões de cidadãos polacos – quase 21,4% da população da Polónia – morreram entre 1939 e 1945, como resultado da ocupação, metade dos quais eram judeus. Mais de 90% do número de mortos resultaram de perdas não-militares, pois a maioria dos civis foram alvo de várias acções deliberadas por alemães e soviéticos.

 
I – ANEXAÇÃO, OCUPAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
 
Criação do Governo Geral “General Gouvernment”

Hans Michael Frank (1900-1946), Governador do território denominado ‘Governo-Geral’ na Polónia (General Gouvernement)

Sob os termos de dois decretos de Adolf Hitler, com a aprovação de Josef Stalin (8 e 12 de Outubro de 1939), grandes áreas do Oeste da Polónia foram anexadas pela Alemanha.

O bloco de território remanescente foi colocado sob administração alemã chamada “Geral” (General) com a capital em Cracóvia.

Hans Frank, representante do NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), ou partido nazi , foi nomeado Governador-Geral da área ocupada em 26 de Outubro de 1939. Frank supervisionou a segregação dos Judeus em guetos nas grandes cidades, em especial em Varsóvia, e obrigou os civis Polacos a trabalhos forçados obrigatórios nas indústrias de guerra alemãs.

Em Abril de 1940 Hans Frank fez o mórbido anúncio que Cracóvia se deveria tornar racialmente a mais “limpa” de todas as cidades sob o seu comando.

Desenvolveram-se significativas alterações às fronteiras após o ataque alemão à União Soviética, em Junho de 1941, e novamente no final de 1944 e 1945, quando a União Soviética retomou o controlo das terras, mudando-se mais para Oeste, assumindo, eventualmente, todos os territórios Polacos.

 
Zona de Administração Soviética

Pacto Molotov-Ribbentrop, 23 de Agosto de 1939

Com base numa cláusula secreta do Pacto Germano-Soviético (ou Molotov-Ribbentrop) entre a Alemanha Nazi e a União Soviética (URSS), a União Soviética invade a Polónia em 17 de Setembro de 1939, capturando as regiões orientais da Polónia (Kresy), a Galicia e a Volínia, enfrentando pouca oposição Polaca.

Até ao final da Guerra a União Soviética assumiu 52,1% do território Polaco.

Todo o território invadido pelo Exército Vermelho foi anexado à União Soviética, com a excepção da área de Vilnius, que foi transferida para a soberania Lituana.

A pequena faixa de terra que fazia parte da Hungria antes de 1914 foi anexada à Eslováquia.

 
II – A POLÓNIA SOB OCUPAÇÃO DA ALEMANHA NAZI
 

Desde o início, a invasão da Polónia pela Alemanha Nazi foi planeada e executada conforme o plano descrito por Adolf Hitler no seu livro de 1926 “Mein Kampf”.

O objectivo deste plano era transformar a Europa Oriental numa parte integrante da Grande Alemanha, o chamado “espaço vital” Alemão (German Lebensraum). A 22 de Agosto de 1939, sobre a invasão da Polónia, Hitler deu permissão explícita aos seus comandantes para matar “sem dó nem piedade, homens, mulheres e crianças de ascendência ou idioma Polaco”.

O início da deportação de polacos (Lebensraum), 1939

Em contraste com a política Nazi de genocídio e eliminação dirigida aos 3,3 milhões de Judeus Polacos, homens, mulheres e crianças, os planos Nazis para a maioria Católica Polaca focava-se na eliminação ou supressão apenas de líderes políticos, religiosos e intelectuais.

Entre 1939-1941, os alemães deportaram massivamente 1.600.000 Polacos, incluindo 400.000 Judeus. Cerca de 700.000 Polacos foram enviados para a Alemanha para trabalhos forçados, acabando muitos por lá morrer. No entanto, os mais infames campos de extermínio alemães localizavam-se na Polónia.

No geral e durante a ocupação alemã, 1939–1945, os alemães assassinaram entre 5.470.000 e 5.670.000 Polacos, perecendo quase 3,3 milhões de Judeus no Holocausto (a maior parte durante a Operação Reinhard).

Ao todo, 2.500.000 Polacos foram submetidos a expulsões, enquanto 7,3% da população Polaca foi submetida à escravatura.

Entre as vítimas estavam dois milhões de Polacos étnicos com os restantes 500.000 das minorias étnicas da Polónia. A maioria das mortes praticadas pela Alemanha Nazi foi sobre a população civil. Os restantes pereceram nas mãos dos Soviéticos.

 
“Generalplan Ost” e Expulsão dos Polacos

“Generalplan Ost”, a limpeza étnica nos territórios ocupados

“Generalplan Ost”, essencialmente um grande plano de limpeza étnica, foi dividido em duas partes, o “Pequeno Plano” (Planung Kleine), que cobriria as acções que deveriam ser tomadas durante a guerra, e o “Grande Plano” (Planung Grosse), que cobriria as acções a serem realizadas após a vitória na guerra. O plano previa percentagens diferentes das várias nações conquistadas a submeter à Germanização, à expulsão para as profundezas da Rússia, e outros destinos terríveis, garantindo, assim, que os territórios conquistados assumissem um irrevogável carácter Alemão.

Em 10 anos, o plano para o extermínio, expulsão, escravização ou Germanização da maioria ou de todos os Polacos e Eslavos orientais ainda persistia atrás da linha da frente.

Em 1952, apenas cerca de 3-4 milhões de Polacos deveriam estar a residir na ex-Polónia, e apenas para servirem como escravos aos colonizadores alemães. Seriam proibidos de contrair matrimónio, e qualquer tipo de ajuda médica deixaria de existir.

 
Operação Tannenberg

“Operação Tannenberg” e o extermínio do povo polaco, 1939

“Operação Tannenberg” (em alemão: Unternehmen Tannenberg) foi o nome de código de uma das acções de extermínio dirigidas ao povo Polaco, entre Setembro e Outubro de 1939.

Listas preparadas pelos Alemães antes da guerra, identificavam mais de 61 mil membros da elite polaca: activistas, intelectuais, académicos, actores, antigos directores, e outros, os quais deveriam ser internados ou abatidos.

Em Agosto de 1939 cerca de 2.000 militantes de organizações minoritárias Polacas na Alemanha foram presos e assassinados. De 1 de Setembro a Outubro de 1939 efectuaram-se, pelo menos, 20.000 mortes em 760 execuções em massa perpetradas por unidades especiais, as “Einsatzgruppen” (grupos paramilitares formados por Heinrich Himmler), tarefa realizada com alguma ajuda das unidades regulares das Forças Armadas (Wehrmacht). Além disso, foi criada uma unidade especial a partir da minoria alemã residente na Polónia, as “Selbstschutz”, cujos membros tinham sido treinados na Alemanha antes da guerra, em operações militarizadas e lutas de guerrilha. Foram responsáveis por muitos massacres e, devido à sua má reputação, foi dissolvida pelas autoridades Nazis após a Campanha de Setembro.

 
Germanização e Expulsão dos Polacos

Nos territórios que foram anexados à Alemanha Nazi, o objectivo era conseguir a sua Germanização completa, assimilando-os política, cultural, social e economicamente ao Reich alemão.

Os nazis aplicaram esta política mais rigorosa nos territórios ocidentais incorporados na “Wartheland”. Aí, os Alemães fecharam até mesmo escolas de ensino fundamental onde o polaco era língua de instrução. Renomearam ruas e cidades, apreenderam dezenas de milhares de empresas Polacas, desde grandes empresas industriais a pequenas lojas, sem qualquer pagamento aos proprietários.

As crianças polacas que os alemães seleccionaram

A Germanização das terras anexadas incluiu também um ambicioso programa para o restabelecimento dos Alemães nas regiões do Báltico, em quintas e casas anteriormente ocupadas por Polacos e Judeus. Apenas os polacos seleccionados para Germanização foram autorizados a permanecer e, caso resistissem à Germanização, eram enviados para os campos de concentração.

Em Outubro de 1939, as Schutzstaffel (SS) começaram a expulsar os Polacos e os Judeus da Wartheland e do Corredor Polaco, transportando-os para o Governo Geral.

Entre 1940 e 1943, as SS realizaram expulsões massivas de polacos do território denominado Governo Geral. As famílias foram completamente dilaceradas: afastaram-nas dos adolescentes, os adultos foram levados para os trabalhos forçados e os idosos, os jovens, e os deficientes foram transferidos para outras localidades. Foram ainda presos dezenas de milhares nos campos de concentração de Auschwitz e Majdanek.

Os Nazis mantiveram-se igualmente atentos às crianças Polacas que possuíam características raciais arianas. Crianças promissoras foram separadas dos seus pais e enviadas para Łódź para mais exames. Se passassem a bateria de testes raciais, físicos e psicológicos, seriam enviadas para a Alemanha para levar a cabo a sua “Germanização”.

Como muitas crianças foram escolhidas para a “Germanização”, estas receberam nomes alemães, foram proibidas de falar polaco, e foram igualmente reeducadas pelos “SS” e outras instituições Nazis. Poucas voltariam a ver os seus pais novamente. Muitas crianças foram rejeitadas e depois dadas como inadequadas para “Germanização” por não terem conseguido atingir os critérios raciais dos cientistas para o estabelecimento da sua ancestralidade “Ariana”. Estas crianças foram enviadas para orfanatos ou para Auschwitz, onde foram mortas, na maioria das vezes por injecções inter-cardíacas de fenol.

 
Listas de Pessoas (Deutsche Volksliste – DVL)

A Lista de Pessoas (Deutsche Volksliste), classificava os cidadãos Polacos em quatro categorias:

Lista de Pessoas (Deutsche Volksliste – DVL)

  • Categoria I – Pessoas de ascendência Alemã que estariam a favor do Reich antes de 1939;
  • Categoria II – Pessoas de ascendência Alemã que se mantiveram passivos;
  • Categoria III – Indígenas considerados pelos Nazis como “Polonizados” (principalmente os Silesianos e os Kashubs); os que se recusaram a aderir a esta lista foram deportados para um campo de concentração;
  • Categoria IV – Pessoas de nacionalidade Polaca considerados como “racialmente valiosos”, mas que resistiram à “Germanização”.

Após o registo na Lista, os indivíduos das Categorias I e II tornaram-se automaticamente cidadãos Alemães.

Os indivíduos da Categoria III adquiriram a cidadania Alemã sujeita a revogação.

Os indivíduos da Categoria IV receberam a cidadania Alemã através de um processo de naturalização; a resistência à Germanização constituía traição, “sangue Alemão não deve ser utilizado no interesse de uma nação estrangeira”, sendo enviados para os campos de concentração.

Pessoas inelegíveis para a Lista foram classificados como apátridas, e todos os Polacos do território ocupado, ou seja, do Governo Geral da Polónia, foram classificados como desprotegidos.

 
Campos de Concentração

Auschwitz e o extermínio do povo judeu (Holocausto)

Campos como Auschwitz, na Polónia e Buchenwald, na Alemanha central, tornaram-se centros administrativos de enormes redes de campos de trabalho forçado. Um dos mais infames desses campos foi Auschwitz III, ou Monowitz, que forneceu trabalhadores forçados a uma fábrica de borracha sintética, propriedade da IG Farben, um conglomerado da indústria química. Presos em todos os campos de concentração trabalharam literalmente até à morte.

Auschwitz (Oswiecim) foi o principal campo de concentração dos Polacos após a chegada, em 14 de Junho de 1940, de 728 homens transportados de uma prisão superlotada de Tarnów. Em Março de 1941, 10.900 presos foram registados no campo, a maioria deles Polacos. Em Setembro de 1941, 200 prisioneiros doentes, a maioria deles Polacos, juntamente com 650 prisioneiros de guerra Soviéticos, foram mortos nas primeiras experiências de gaseamento em Auschwitz. Em 1942, a população de prisioneiros de Auschwitz tornou-se muito mais diversificada, com os judeus e outros “inimigos do Estado”, de toda a Europa ocupada pelos Alemães, a serem deportados para o campo.

O Polaco Franciszek Piper, historiador chefe de Auschwitz, estimou que cerca de 140.000 a 150.000 Polacos foram levados para o campo entre 1940 e 1945 e que entre 70.000 a 75.000 foram vítimas de execuções, de cruéis experiências médicas, da fome e doença. Cerca de 100.000 Polacos foram deportados para Majdanek, onde dezenas de milhares faleceram. Estima-se que 20.000 Polacos morreram em Sachsenhausen, 20.000 em Gross-Rosen, 30.000 em Mauthausen, 17.000 em Neuengamme, 10.000 em Dachau e 17.000 em Ravensbrueck. Além disso, dezenas de milhares de pessoas foram executadas ou morreram noutros campos e prisões.

 
Movimento de Resistência Polaco

Em resposta à ocupação Alemã, os Polacos organizaram o maior movimento clandestino na Europa, com mais de 300 grupos amplamente suportados por políticos, militares e subgrupos. Apesar da derrota militar, o governo Polaco nunca se rendeu. Em 1940, o governo Polaco no exílio estabeleceu-se em Londres.

O movimento de resistência Polaco lutou contra a ocupação da Alemanha Nazi. A resistência começou quase imediatamente, embora o terreno Polaco fosse pouco adequado a operações de guerrilha.

Movimento de resistência Polaco (Armia Krajowa-AK)

Oficiais do exército Regular Polaco formaram uma força clandestina armada, o “Exército da Pátria” (Armia Krajowa-AK).

O Exército da Pátria, leais ao governo Polaco no exílio em Londres, e um braço militar do Estado Polaco Secreto, foi formado a partir de uma série de grupos menores, em 1942. A partir de 1943, o AK estava em competição com o Exército do Povo (Armia Ludowa ou AL), apoiado pela União Soviética e controlado pelo Partido Polaco dos Trabalhadores (Polska Partia Robotnicza ou PPR). Em 1944, o AK contava com cerca de 380.000 homens, e algumas armas: a AL era muito menor, rondando os 30.000. No verão de 1944 contavam-se mais de 300.000 operacionais nas forças Polacas secretas. Os grupos partidários Polacos (Leśni) mataram cerca de 150.000 homens do Eixo durante a ocupação.

Grupos de resistência no interior da Polónia criaram tribunais clandestinos para testarem colaboradores e outros considerados traidores da Polónia. Os grupos de resistência também criaram escolas clandestinas em resposta ao “encerramento de muitas instituições de ensino” efectuadas pelos Alemães.

Insurreição de Varsóvia, Agosto de 1944

Quando a chegada do Exército Soviético parecia iminente, o AK lançou uma insurreição em Varsóvia contra o Exército Alemão, a 1 de Agosto de 1944. Após 63 dias de combates implacáveis, os alemães anularam a insurreição. A resistência polaca recebeu pouca ou nenhuma assistência do Exército Soviético.

O exército soviético chegou a um raio de algumas centenas de metros da cidade, na outra margem do rio Vístula em 16 de Setembro, mas não conseguiu fazer mais progressos no decurso da Revolta, levando a acusações de que tinha parado deliberadamente o seu progresso porque Joseph Stalin não queria que a Revolta resultasse. As razões por trás da alegação foi a de que Stalin preferiu ter a resistência Polaca reprimida pelos Nazis, de modo a enfraquecer quaisquer forças que pudessem resistir ao domínio Soviético depois da guerra.

Na Revolta de Varsóvia perderam a vida cerca de 250 mil Polacos, a maioria civis.

Os Alemães deportaram centenas de milhares de homens, mulheres e crianças para os campos de concentração. Muitos outros foram transportados para o Reich para trabalhos forçados. Agindo sob as ordens de Hitler, as forças Alemãs reduziram a cidade a escombros, aumentando significativamente a destruição iniciada durante a repressão armada da revolta anteriormente iniciada por combatentes Judeus que resistiram à deportação do gueto de Varsóvia, em Abril de 1943.

 
III – A POLÓNIA SOB OCUPAÇÃO SOVIÉTICA
 

Ocupação Soviética, 1939

A União Soviética nunca declarou oficialmente guerra à Polónia, mas deixou de reconhecer o Estado Polaco desde o início da invasão.

Após a assinatura do Tratado para a Amizade, Cooperação e Demarcação Germano-Soviética, as áreas Polacas ocupada pela Alemanha Nazi foram directamente anexadas ao Terceiro Reich, ou passaram a fazer parte do Governo Geral. A União Soviética, depois de eleições fraudulentas para as Assembleias do Povo da Ucrânia Ocidental e da Bielorrússia Ocidental, anexou o Leste da Polónia à República Socialista Soviética da Bielorrússia, ou República Socialista Soviética da Ucrânia.

As primeiras vítimas da nova ordem foram cerca de 250.000 prisioneiros Polacos de guerra capturados pela URSS durante e após a Invasão da Polónia. Como a União Soviética não tinha assinado convenções internacionais sobre as regras de guerra, foi negado o estatuto legal aos prisioneiros Polacos.

No total, os Soviéticos abateram dezenas de milhares de prisioneiros de guerra Polacos. Muitos foram capturados, interrogados e abatidos a tiro a 22 de Setembro, e muitos outros foram executados durante a Campanha de 1939. Estima-se em cerca de 100.000 o número de Polacos mortos devido à repressão Soviética.

Massacre da Floresta de Katyn

Em 1940 e no primeiro semestre de 1941, os Soviéticos deportaram mais de 1.200.000 Polacos em quatro ondas de deportações em massa dos territórios Soviéticos, enquanto na Polónia os Nazis e os seus colaboradores assassinavam polacos étnicos que se tinham oposto ao domínio alemão.

Os Polacos e os Soviéticos restabeleceram relações diplomáticas em 1941, na sequência do Acordo Sikorski-Mayski. Os Soviéticos quebraram-no novamente em 1943 depois do pedido do governo Polaco para se efectuar um exame independente da vala de Katyn (onde cerca de 22.000 militares e civis polacos foram assassinados e enterrados pelos soviéticos). Seguidamente, os Soviéticos pressionaram os Aliados ocidentais a reconhecer o governo fantoche polaco, pró-Soviético de Wanda Wasilewska em Moscovo.

O governo Polaco no exílio, exilado entre 1939 e 1990, manteve-se como único representante legal e legítimo da nação Polaca. Em 1990, o último presidente no exílio, Ryszard Kaczorowski entregou a insígnia a Lech Walesa, significando a continuidade entre a Segunda e a Terceira República.

 
O GOVERNO POLACO NO EXÍLIO
 

Da esquerda para a direita: Embaixador e Ministro dos Negócios Estrangeiros Conde Thaddee De Romer, General Wladyslaw Sikorski, General Wladyslaw Anders e General Dywizji Tadeusz Klimecki, constituintes do Governo Polaco no Exílio em Londres, 7 de Julho de 1943

O governo polaco no exílio, formalmente conhecido como Governo da República da Polónia no Exílio, foi formado após a Invasão do país pela Alemanha em Setembro de 1939 e a subsequente ocupação pela União Soviética, que pôs fim à Segunda República Polaca fundada em 1918. Apesar da ocupação da Polónia pelas duas potências hostis, o governo no exílio exerceu considerável influência no país por meio de estruturas subversivas no território polaco, através do seu braço militar, a resistência Armia Krajowa (Exército da Pátria).

Embora em grande parte não reconhecido e sem poder efectivo após o fim da Segunda Guerra Mundial, permaneceu em existência até o fim do regime comunista na Polónia em 1990, em oposição à República Popular da Polónia, um estado satélite soviético, altura em que formalmente passou as suas responsabilidades ao novo e legítimo governo.

O governo no exílio esteve baseado na França durante 1939 e 1940, primeiro em Paris e depois em Angers. A partir de 1940, após a queda da França, o governo mudou-se para Londres e permaneceu no Reino Unido até à sua dissolução em 1990.