Tratado de Versalhes – Allenstein

Tratado de Versalhes – Allenstein

1919 – 1920

 

Allenstein (Olsztyn)

 

Brasão do Allenstein (Olsztyn)

Allenstein (em polaco, Olsztyn) é uma cidade do Nordeste da Polónia, situada junto ao Rio Lyna.

O Allenstein foi anexado pelo reino da Prússia em 1772, durante a primeira divisão da Polónia. Um censo Prussiano apontou para uma população de 1.770 pessoas, predominantemente agricultores.

Foi visitado por Napoleão Bonaparte em 1807 após as vitórias sobre o exército Prussiano em Jena e Auerstedt.

O primeiro jornal Alemão “Allensteiner Zeitung” foi publicado em 1841. O hospital da cidade foi fundado em 1867.

Batalha de Tannenberg ou de Grunwald (Tropas Russas na zona Sul de Allenstein), 26 a 30 de Agosto de 1914

O Allenstein passou a ser parte integrante do Império Alemão em 1871 durante a unificação da Alemanha. Dois anos mais tarde a cidade encontrava-se ligada pelo caminho-de-ferro a Thorn (Toruń), actualmente na Polónia e terra natal de Nicolau Copérnico.

O seu primeiro jornal em Polaco “Gazeta Olsztyńska” foi fundado em 1886. As Infra-estruturas de Allenstein desenvolveram-se rapidamente: o gás foi instalado em 1890, os telefones em 1892, a rede de água pública em 1898 e a electricidade em 1907. A cidade tornou-se na capital da “Regierungsbezirk Allenstein”, uma região administrativa do governo da Prússia do Leste, em 1905. De 1818–1910 a cidade fez parte do distrito da Prússia do Leste sendo depois transformada numa cidade independente.

Imediatamente após o início da Grande Guerra, as tropas do Império Russo capturaram o Allenstein em 1914, mas foi rapidamente recuperado pelo exército Imperial Alemão, após a Batalha de Tannenberg. Em 1920 durante o plebiscito, o Allenstein votou para continuar a pertencer à Alemanha em prejuízo da Segunda República Polaca.

Soldados Alemães durante a Segunda Guerra Mundial, na Prússia Oriental, em combate nos arredores de Allenstein

Após a tomada do poder pelos Nazis, em 1933, Polacos e Judeus foram perseguidos na cidade. Em 1935 a Wehrmacht fez da cidade um centro militar (Allenstein Militärische Bereich). Foi o quartel da 11ª Divisão de Infantaria, do 11º Regimento de Artilharia e da 217ª Divisão de Infantaria.

A 12 de Outubro de 1939, após a invasão da Polónia que deu início à Segunda Guerra Mundial, a Wehrmacht estabeleceu o controlo das sub-áreas do Allenstein, de Lötzen (Giżycko) e de Zichenau (Ciechanów), começando em 1939 a deportação para os campos de concentração Nazi dos membros da minoria Polaca.

A 22 de Janeiro de 1945 o Allenstein foi pilhado e queimado pelo Exército Vermelho Soviético, aquando da ocupação da cidade. A população Alemã fugiu da região ou foi expulsa subsequentemente. A 2 de Agosto de 1945 a cidade foi colocada sob a administração polaca, como ficou determinado no acordo de Potsdam, e rebaptizada oficialmente de Olsztyn.

 
O Plebiscito no Allenstein

Comissão Aliada para Controlo do Plebiscito no Allenstein

Em consequência do final da Grande Guerra, o plebiscito na Prússia Oriental, também conhecido como o plebiscito do Allenstein e de Marienwerder, foi destinado à autodeterminação das regiões de Warmia (Ermland), Masúria (Mazury, Masuren) e Powiśle, territórios até então pertencentes à Prússia Oriental e Prússia Ocidental, em conformidade com os artigos 94º a 97º do Tratado de Versalhes.

O Presidente e Comissário Britânico da Comissão Administrativa Inter-Aliada, responsável pelo Plebiscito no Allenstein, foi o Sr. Ernest Rennie; pela França, o Comissário Sr. Couget; para a Itália o Marquês Fracassi, Senador, e para o Japão, o Sr. Marumo.

Ao Governo Alemão, nos termos do Protocolo, foi autorizado a permanência de um delegado, o Barão Wilhelm von Gayl, anteriormente ao serviço do Ministério do Interior e por último, na Comissão da Colonização.

Barão Wilhelm von Gayl (1879-1945), Político

As forças policiais locais foram colocadas sob o controlo de dois oficiais Britânicos, o Tenente-Coronel Bennet e o Major David Deevis. Estava igualmente presente um batalhão do Regimento Real Irlandês e um Regimento Italiano estacionado em Lyck (Ełk).

Esta Comissão tinha poderes gerais de administração e, em particular, tinha o dever de organizar a votação e de tomar as medidas que considerassem necessárias para garantir a liberdade, a justiça e o sigilo. A Comissão tinha ainda toda a autoridade necessária para responder e decidir sobre todas as questões que a execução dessas medidas pudesse dar origem. Tinha também que tomar as necessárias providências para garantir a nomeação de funcionários, pertencentes à população local, para o apoio nas funções que lhe estavam atribuídas. As suas decisões eram tomadas por maioria.

O exército regular Alemão tinha deixado previamente a área. As administrações civis e municipais foram mantidas sob as autoridades alemãs já existentes, que ficaram sob domínio da Comissão.

Preparado durante o início de 1920, o plebiscito teve lugar no dia 11 de Julho de 1920. A maioria dos eleitores teve que decidir sobre a permanência das regiões sob o domínio da Prússia Oriental ou da Polónia. O resultado obtido foi de mais de 97% dos votantes no Allenstein (Olsztyn) e de 92% em Marienwerder (Kwidzyn), terem optado pelo Estado Livre da Prússia e, assim, terem decidido pela permanência do Allenstein na Alemanha.