François Pascal Simon Gérard (1770-1837), Pintor

François Pascal Simon Gérard (1770-1837), Pintor

 

François Pascal Simon Gérard

François Pascal Simon Gérard, Barão Gérard, foi um pintor e gravador neo-clássico francês que se destacou como retratista. Os seus retratos, em especial os femininos, são notáveis pela delicadeza do traço e pela simplicidade e franqueza de expressão.

Gérard frequentou como aprendiz o estúdio do escultor Augustin Pajou. Dois anos depois transferiu-se para o estúdio do pintor Nicolas-Guy Brenet, especializado em temas históricos, que abandonou quase imediatamente para ir trabalhar com Jacques-Louis David, retratista que seria a sua principal influência estilística.

No ano de 1796 executou um retrato de “Isabey” (hoje no Louvre) que obteve um sucesso indisputado e com o dinheiro que recebeu de “Isabey” produziu em 1797 a sua obra “Psyche et l’Amour”. Finalmente, em 1799, o seu retrato de “Madame Mère” estabeleceu a sua posição como um dos principais retratistas da sua época.

Em 1808 pintou 8 retratos da sua autoria seleccionados para exibição no Salão de Paris, a que se seguiram 14 na edição de 1810. Estes números são uma boa indicação da fama e da dimensão numérica da sua obra, com dezenas de retratos completados em cada ano. Todas as figuras importantes do Império e da Restauração e as maiores celebridades masculinas e femininas da Europa, quiseram ser retratados por Gérard. Por ele passaram personalidades como Madame de Staël, George Canning, Talleyrand e o Duque de Wellington, as quais deram amplo testemunho da sua cortesia e gentileza de trato.

Rico e famoso Gérard era atormentado pelo remorso das ambições que abandonara ao se dedicar ao retratismo. Tentava então demonstrar a sua mestria em outros temas, na sua rivalidade com Girodet e outros, pintando obras de carácter histórico ou mitológico como “Bataille d’Austerlitz” (1810) e “L’Entrée d’Henri IV à Paris” (hoje em Versalhes), pintado em 1817 em homenagem ao regresso dos Bourbons. Nelas mostrou criatividade e versatilidade de estilo que permitem colocá-lo entre os grandes pintores do tempo. Após a Restauração, a fama de Gérard declinou, observou com desgosto e impotência o avanço do movimento romântico e a inevitável mudança de gostos e de modismos.

Coberto de honrarias, barão do Império em 1819, membro do Institut de France a 7 de Março de 1812, oficial da Légion d’honneur, primeiro pintor da Casa Real, manteve-se activo, embora triste e desencorajado. O advento da Revolução de 1830 veio aumentar o seu desconforto e a 11 de Janeiro de 1837, depois de três dias de febre, falecia em Paris, quase esquecido.

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